Moments - 23º Capítulo: Falling down

 Levei Julie até a praça, bem embaixo da árvore em que ela me deu o primeiro beijo. Assim que nos sentamos, ela me olhou desconfiada.

- Dessa vez eu lembrei – expliquei, sorrindo. Meu sorriso se alargou ao vê-la sorrir também, se deitando em meu colo.

- Gosto de vir aqui. Especialmente com você – disse ela, fechando os olhos e sorrindo. – Sabe que hoje foi especial pra mim, não sabe? – continuou, abrindo os olhos para me encarar.

- Pra mim também foi – respondi.

- Sei que somos novos. Tipo... Você tem só 14 anos, Liam. E eu... Bem, agora tenho 13. Mas, mesmo assim – disse ela, desabafando. Coloquei o dedo sob seus lábios a fim de que ela parasse de falar.

- Sabe aquela de que amor não tem idade? – perguntei, baixinho, vendo-a consentir. – É nisso que eu acredito – ela sorriu. E então ficou quieta por alguns instantes.

- O que você mais gosta em mim? – perguntou, quebrando o silêncio que pairava sobre nós. Seu olhar, agora, estava distante, enquanto ela brincava com nossos dedos entrelaçados. Ela estava observando as nuvens. Era o que ela mais gostava de fazer. Se deitar e observar as nuvens e suas formas, sorrindo sempre que via algo que, para ela, era magnífico.

- Isso – respondi, vendo-a olhar confusa para mim. – Gosto do seu jeito.

- Só isso? – perguntou, não parecendo convencida. – Isso é tão vago, Li.

- Gosto de como você é e de como me faz sentir. Gosto de estar com você, e de como você me acalma apenas com o olhar. Gosto de te abraçar, te beijar, e sentir que tenho você. Porque você é tudo pra mim, Ju.

- Não fala assim – retrucou ela, virando o rosto novamente.

- Falei algo errado?

- Sim. Tudo. Tudo errado – soltou ela, o que desmanchou meu sorriso. – Não posso ser tudo pra você, Liam. E se... E se um dia a gente terminar? Não sabemos o dia de amanhã. Tudo pode acontecer e você sabe disso.

- Não me importo com o amanhã. Me importo com o hoje. E hoje, agora, você está aqui. E isso basta – falei, virando seu rosto para mim com a mão. – Eu te amo, Ju.

- Eu também te amo, Li – sussurrou ela, os olhos pesados e murchos enquanto acariciava minha mão, pousada em sua bochecha. Fiquei em silêncio por alguns minutos, pensando em como daria a notícia. 

- Você conseguiria suportar não me ver todos os dias? – perguntei finalmente.

- Que raio de pergunta é essa?

- Meus pais vão se mudar. Para Birminghan... E, bem. Vou ter que ir junto.

- Quando? – perguntou ela, o rosto triste, se sentando ao meu lado.

- Dentro de um mês, mais ou menos – suspirei. – Vou sentir tanto a sua falta na semana.

- Só na semana?

- Claro – respondi, sorrindo. Mas sua expressão era confusa. – No final de semana meus pais me prometeram me trazer aqui para te ver. Vão ser os melhores finais de semana da minha vida – concluí, abraçando-a apertado e beijando sua nuca, o que a fez rir.

Depois de um bom tempo no mar e outro maior ainda sendo parados por fãs, tirando fotos e dando autógrafos – apenas enquanto saíamos da praia e atravessávamos a rua para chegar ao hotel –, finalmente descansamos.

Quer dizer... Menos Niall.

- Senti sua falta – ouvi o loiro sussurrar ao celular, sorrindo feito um bobo. – Queria te ver... Eu sei – dizia ele, o sorriso desaparecendo, dando lugar à uma expressão de tristeza. – Só queria te ver antes de eu ir embora...

A conversa se seguiu nesse “queria te ver” por um bom tempo, até que vi seu sorriso se formando novamente.

- Amanhã cedo. Você vem mesmo? Como em São Paulo? – perguntava ele, animado. Faziam alguns dias que ele não via Mariane, mas conversavam todos os dias. Assim como Harry e Nathalie. Era bom ver que os meninos estavam felizes....

Passados mais alguns minutos depois das instruções: “Tem que ser cedo, umas 7 hrs. Assim ninguém te vê...”

- Como esses casais apaixonados são bobos – sussurrou Zayn, deitando ao meu lado no beliche. Estávamos olhando para Niall, ou para suas pernas, já que ele estava sentado no beliche de cima.

- Nem me fale – disse, rindo.

- O que está pensando?

- Em muita coisa – desabafei, soltando um suspiro. – Sabe quando você sente que há algo errado? – perguntei, vendo-o consentir. – Me sinto assim. Como se uma peça não encaixasse. Como se algo muito grandioso estivesse para acontecer.

- E está – falou ele, olhando Niall descer do beliche e pular feito um garoto que ganhou o brinquedo pedido no natal.

- Pois é – disse, rindo pela euforia do irlandês. – Niall está para, finalmente, arrumar uma namorada.

Já tinham se passado duas semanas desde o aniversário de Julie. Desde então, não havíamos falado sobre o que ocorreu naquele dia.

Estava no portão da escola, apenas esperando Andy e Julie, quando Maria para bem à minha frente, me fazendo revirar os olhos.

- Ah, qual é? – disse ela, rindo de minha expressão. – Vai dizer que não gosta de me ver.

- Quando você vai entender que eu tenho namorada, Maria? – retruquei, impaciente, pedindo, pelo amor de Deus, que um dos dois aparecesse logo.

- Ah, mas eu não tenho ciúmes, não – e então ela começou a rir, se aproximando ainda mais de mim. Fiquei tenso. Eu não sentia absolutamente nada por ela, embora fosse linda, mas eu não podia empurrá-la. Como eu empurraria uma garota? Eu apenas segurei seus braços, ainda no alto, quando ela chegou mais perto, tentando me abraçar ou sabe se lá o que ela ia fazer. – O que é isso, Liam? Vai me negar, agora? – ela riu novamente, aquela risada apavorante que me arrepiava o corpo. Soltei seus braços e, sem notar, ela me abraçou. – Fique tranquilo, meu amor – sussurrou ela ao pé do meu ouvido. – Já consegui o que eu queria – fiquei confuso. Ela faz essa cena toda para conseguir um abraço? É isso mesmo, produção? Mas não. Assim que me soltou, seus olhos estavam fixos em um ponto atrás de mim, para quem ela lançou um beijo enquanto piscava, antes de lançar um último sorriso. E então saiu.

Comecei a tremer de desespero. Eu não precisava olhar para saber quem estava atrás de mim. Eu já sabia. Já estava prevendo, a aura negra se formando, os gritos, xingamentos e tudo quanto seria possível. Tomei coragem suficiente, engolindo em seco, e me virei.

Os olhos de Julie estavam estreitos, como se estivesse brava – e ela, com certeza, estava. Seu peito levantava e abaixava freneticamente, a respiração falhando, de raiva. Ela cerrou os punhos e caminhou lentamente até mim. Ah, droga! Ela estava adiando meu pé na bunda. Isso não era nada legal, acreditem!

- Liam James Payne – disse ela entredentes, assim que parou à minha frente. Estreitei os olhos, esperando pelo pior. – O que aquela vadia queria? – ao contrário do que eu imaginava, seu tom de voz era calmo, quase como se ela estivesse com raiva de Maria, não de mim. Não respondi. – O que ela queria, Liam? – ela estava começando a aumentar o tom. Novamente, não respondi. Estava assustado demais para isso. Por que assustado? Simplesmente porque a garota tava ficando pálida. – Não vai me responder? – novamente, não respondi. – Que cara é essa? – ela suavizou a voz, estava ficando fraca e preocupada. Acho que eu estava franzindo o cenho, tentando entender o que se passava à minha frente.

E então ela começou a tremer, sua voz falhou ao dizer meu nome e seus joelhos vacilaram. Segurei-a rapidamente pela cintura e nuca antes que ela caísse. Fiquei olhando-a ali, em meus braços, indefesa, e não entendia nada. Ajeitei-a em meus braços e saí correndo, procurando o hospital mais próximo. Depois de ouvir gritos, noto Andy ao nosso lado, segurando a mochila da irmã, que havia sido jogada no chão antes mesmo de ela vir até mim. Parei por tempo suficiente para entregar a Andy minha mochila, e então continuamos correndo.

Assim que chegamos ao hospital, quase 2km da escola, levei Julie para dentro, desesperado, pedindo um atendimento que foi rápido, enquanto Andy usava a cabine telefônica em frente ao hospital para ligar para seus pais. Poucos minutos depois, a sra. Samuels chega, seguida por seu marido. Eles pediram informações da menina e voltaram chorando até Andy e eu, impacientes, sentados nos bancos daquela torturante sala de espera. A sra. Samuels chorava quando abraçou o marido.

- Começou - dizia ela, soluçando. – Eu não posso acreditar que começou.

- Para de falar isso - pediu ele, não bravo, mas sua voz transbordava um nervosismo que eu não compreendia. – Não começou nada – ela se soltou do sr. Samuels e olhou diretamente em seus olhos. Pareciam conversar assim, pois ele soltou um longo suspiro e consentiu. Ela chegou perto de nós, pousando as mãos em nossas pernas e nos olhando atentamente.

- Tenho algo pra contar pra vocês – disse ela, com a voz suave, mas vacilante e soluçante. Andy levantou os olhos para a mãe, também nervoso. Ele abriu a boca para falar algo, mas parou, pensativo. E então seus olhos se arregalaram.

- O que minha irmã tem? – perguntou ele, baixinho. A sra. Samuels não respondeu, o que fez com ele entortasse a boca em desaprovação enquanto se levantava num salto do banco. Levantei-me com ele, na esperança de acalmá-lo. – O que raios minha irmã tem? – e então ele gritou.

- Andy, querido, se acalme – pediu ela, mas ele não queria ouvir.

Ooooooooooooooooi Dreamers :3

E aí? Gostaram do cap.? Espero que sim!

Muitas coisas estão, finalmente, se desenrolando. Mas muita coisa ainda está por vir.

Muuito obrigada a todas as lindas que leem a fic e principalmente as que comentam, que me incentivam a continuar essa fic.

Sei que ela é diferente, que não tem a S/n, mas é por isso que gosto tanto dela. Por ser diferente... Embora não seja minha primeira fic, ela é minha baby ♥

Eles tem, sim, 14 e 13 anos nesses capítulos. E o blog Momentos em Sonho é meu, sim haha (como vocês o acharam? O.O haha)

É isso, lindezas da Gabs. Até a próxima :3

Simplesmente perfeito ♥