26 de dezembro de 2013

Moments - 27º Capítulo: She were my everything


 Cheguei em casa, desesperado e curioso, subindo as escadas com a maior velocidade que eu poderia conseguir. Esperava encontrar Danielle ali. Abri a porta de nosso quarto com força, sequer me importando se ela quebraria ou qualquer coisa do tipo quando bateu na parede, mas tudo o que encontrei foi a cama de casal muito bem arrumada com uma folha de papel. Sem acreditar, acabei caindo de joelhos no colchão macio.


Uma carta. Um tanto clichê, não? E o que vinha em seguida era mais clichê ainda, já que, na carta, Danielle abriu seu coração para mim, fazendo com que o meu próprio se contorcesse de dor.

“Liam, querido.
Primeiramente eu queria te pedir perdão por tudo. Por parar de responder suas mensagens, não atender suas ligações e muito menos retorná-las. Conheci pessoas nesses meses em que você estava fora, e elas me fizeram bem. Não bem como você me fez nesses últimos anos, mas bem.
Tive necessidade de me afastar pois senti que seu coração nunca foi meu de verdade, e nunca será. Você sabe disso, não sabe? Eu sei que sim, e que apenas tem medo de admitir isso para si mesmo.
Meu amor, se é que ainda posso te chamar assim, eu quero apenas sua felicidade, e será melhor para nós dois se nosso namoro terminar assim. Sim, terminar. Diga a todos que não deu certo, sim? Assim doerá menos nossos corações.
Eu te tive por cinco anos, e ao mesmo tempo não tive. Seu coração sempre foi de Julie, embora eu tenha demorado para perceber e aceitar isso. Por você eu fiz algo. Por você. Eu descobri coisas que você não sabe, Liam. Coisas que vão contra todas as suas certezas sobre a garota que você realmente ama. Tudo o que eu descobri está numa pasta, em cima do sofá. Dê uma boa olhada em tudo, com bastante atenção e sentimento.
Por favor, não me ligue e não me procure, por mim. Vai ser melhor ficarmos afastados por um tempo. Quando eu sentir que finalmente consegui aceitar nosso futuro, eu te procurarei. E, se porventura você ainda quiser manter uma amizade comigo, então iremos conversar. Mas, por ora, peço distância. Para nosso bem.
Faça o que tem que fazer com a pasta, Liam. Sei que fará o que é certo. É isso que sempre me encantou em você. Sempre tem certeza do que fazer, mesmo quando não sabe o quê.
Eu te amo Liam, e você sempre estará no meu coração. Mas nossas vidas continuam e, infelizmente, tomam um rumo diferente. Fique bem, Liam. Seja feliz! Você merece!
Com muito carinho e pesar no coração, Danielle.”

Minha cabeça rodava. O chão rodava. O quarto rodava. Tudo rodava. E eu só pensava naquela maldita pasta que eu nem vira em cima do sofá. O que teria ali de tão importante? O que teria ali sobre a garota que eu amo? O que teria ali sobre... Julie?


Sem pensar em mais nada, desci as escadas cambaleando, de volta à sala. Vi a pasta de longe, e a agarrei com todas as minhas forças. Abri.
Tinham vários papéis ali, aparentemente de um hospital. Um hospital em Glasgow. Longe. Bem longe. Do outro lado do Reino Unido, praticamente. Li cada papel atentamente. E então algo que me fez perder o fôlego.
“Não”, pensei. “Não, não pode ser”. Eu não conseguia acreditar. Não conseguia assimilar o que eu estava lendo. Meu estômago acabou embrulhando, minha vista embaçou e tudo o que eu fiz foi pegar o carro, com a pasta cheia daqueles papéis em meu colo, e dirigir como um louco desgovernado até a casa de Andy.


Não bati na porta. Muito menos toquei a campainha. Sabia muito bem que ele estava ali, então simplesmente fui entrando, feito uma fúria.

- Hey, cara – disse ele, animado, se levantando do sofá e vindo em minha direção. Mas seu sorriso desapareceu com minha expressão. – O que aconteceu, cara?
- Você escondeu isso de mim – berrei, o empurrando com tanta força que ele só não caiu porque esbarrou na parede. Eu o encurralei ali mesmo.
- Do que está falando? Por que está assim? Tá maluco, Liam? – perguntou ele, mas eu não sabia mais o que estava fazendo. Também não sabia se ele estava bravo ou simplesmente assustado. Não me importava.
- Escondeu Julie de mim – gritei ainda mais alto, a plenos pulmões. Ele me olhava confuso. – Danielle descobriu tudo, Andy. Pare de me enrolar e diga logo – eu continuava a gritar.
- Do que está falando? – perguntou ele, fazendo com eu atirasse a pasta em seu peito.
- Ela tá internada. Você sabia. Você sabia!
- Liam... – e então sua expressão estava preocupada. – Ela não tá internada. Você não se lembra, Liam? – perguntou ele, me fazendo congelar. – Ela morreu, Liam. Ela morreu em seus braços.


Era doloroso. Doloroso demais. Mas eu lembrava. Uma morte assombrosa e extremamente dolorosa me perseguia. A morte da garota que eu amei. A garota que eu amo. A garota que mudou minha vida, que me fez ser quem sou hoje.


Já faziam duas semanas que Julie estava internada naquele hospital em Wolverhampton. Eu ia vê-la todas as tardes, pois estudava de manhã. Mas esse dia era especial. Eu ficaria alguns dias sem vê-la, já que estávamos indo morar em Birmingham justamente no final desta tarde.
Como de costume, cheguei sorrindo e trazendo umas flores que comprei de uma floricultura ali perto. Ela estava sentada na cama e eu me sentei ao seu lado, vendo-a abrir um sorriso fraco para mim. A quimioterapia a consumia, seus cabelos estavam querendo começar a cair, mas, para mim, ela só ficava ainda mais linda a cada dia, apenas por ter força para lutar contra sua doença.

- Luto por você, Li – admitiu ela, certo dia. – Luto para ficarmos juntos – guardei essas palavras em minha mente durante anos, me torturando com essas frases simples, mas de tamanha importância. – Porque eu te amo, Li.


Sempre que eu via seu sorriso se abrir, eu lembrava daquelas palavras.
Me deitei ao seu lado e a abracei. Queria apertá-la com todas as minhas forças e nunca deixá-la escapar de mim, mas não podia. Não podia apertá-la nem um pouquinho. Mas tudo bem, contanto que eu a abraçasse e sentisse seu doce perfume natural.

- Li – chamou ela, com a voz fraca. Olhei atentamente em seus olhos. – Faltam poucos dias para sua audição, não é? – perguntou ela, e eu assenti. Faltava menos de um mês para o X Factor. – Me diz... Você vai seguir seu sonho mesmo sem mim? – aquilo me doeu o peito. Como ela dizia aquilo para mim?


- Vou seguir meu sonho, sim. Mas com você, Ju – disse, sorrindo. Mas ela estava séria.
- Não, Li – ela tentou balançar a cabeça, mas não tinha forças para isso. – E se eu não conseguir sair daqui? E se... E se essa doença ganhar? Você vai seguir com sua vida, amando uma garota e a fazendo feliz, como você fez por mim?
- Isso não vai acontecer – retruquei, indignado com o rumo de sua conversa. Julie não ia morrer. Não podia. Eu precisava dela. Ela não podia e não iria me abandonar assim.
- Por favor, Liam – pediu ela, e seus dedos fizeram um esforço extra para apertar levemente meu pescoço. – Me prometa que, se algo acontecer comigo, você vai seguir sua vida – estava pronto para retrucar e dizer que não, que isso não iria acontecer. E então seus olhos se encheram d'água, que viraram lágrimas escorrendo por suas bochechas. – Me promete, Liam. Promete que vai ser feliz e deixar alguém te amar como eu amo. Por favor, Liam. Me promete – pediu ela uma última vez, já chorando.


- Ok, meu amor. Eu prometo – respondi, sinceramente, mas desejando que não precisasse. Seu leve aperto em meu pescoço se afrouxou e ela olhou diretamente em meus olhos, deixando com que eu lhe roubasse um beijo.

Ficamos ali, abraçados, por algum tempo. Julie apoiava sua cabeça em meu peito, de modo que eu pudesse ouvir sua respiração dificultada. Meus braços rodeavam sua cintura, já fina pela anemia. Seus cabelos também afinaram, e ela parecia ainda mais frágil do que todas as vezes em que a vi chorar.
Foi então que seus braços se afrouxaram e se soltaram de mim. Pensei que ela estivesse dormindo, mas não. Um barulho ensurdecedor de “piiiiii” ressoou pela sala e eu abri os olhos com receio. Olhei para a pequena garota em meus braços, a chamando, mas ela não respondia. Estava mole, estava fraca, estava perdendo a cor.


Sem acreditar no que vira, saí correndo dali, correndo o mais rápido que podia. E chorava. Chorava mais que um bebê recém-nascido com cólica. Chorava com o coração partido. Chorava como nunca chorei em toda a minha vida.
O carro de meus pais já me esperava na frente do hospital, e Andy estava lá com eles e minhas irmãs. Entrei no carro desesperado, gritando para meu pai andar logo, para sair dali o mais rápido possível. Andy me abraçou e eu me deixei ser consolado por meu melhor amigo.

- O que aconteceu? – perguntou minha mãe. Mas eu não conseguia responder. Era doloroso demais. Olhei fundo nos olhos de Andy e então ele soube.
- Julie... – começou ele, me apertando ainda mais em seu abraço terno. – Julie morreu – sussurrou ele. Ouvir aquelas palavras foi como uma facada em meu peito, e então tudo ficou preto. Acabei desmaiando.




FEEEEEEEEEEEEELIIIIIIIIIIZ NATAAAAAAAAAAAAAAL :3
(Atrasado, mas ok!)

Eu não vou tentar nem me explicar por esse capítulo. A única coisa que peço é que confiem em mim que tudo vai dar certo, ok?
Eu escrevi essa parte faz um bom tempo, antes de começar a postar aqui no blog. É uma parte bem triste, eu sei, mas necessária =/

Quero deixar uma fotinho aqui, pelo aniversário do Boo :3






Mesmo que você não nos conheça, nós te amamos, e não é pouco. Nos importamos com seu sorriso, e você sempre será nosso bebê (mesmo com 22 anos) ♥


Girls, não vou conseguir postar antes do dia 31 (aliás, acho que só volto comecinho de Janeiro), então desejo um FELIZ ANO NOVO, recheado de surpresas maravilhosas pra vocês.

13 comentários:

  1. Gabiiiiiiiiii que capitulo perfeito, ah to quase chorando, JULIE NÃO PODE MORRER SEM OR!!! Ta lindo, tudo lindo, to rezando pra Julie estar bem em algum lugar do mundo haha
    Bjos Manuuu

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  2. Oh my God vc quer me matar? Não vou aguentar até janeirooo!!!!!!

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  3. Amei, meu deus do céu que perfeição você precisa continuar logo. Amo os capítulos em que aparece o Liam e a Julie juntos

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  4. Ahhhhhhhh ELA NÃO PODE MORRER PELO AMOR DE DEUS!!!! <3 Feliz ano novo pra vc tbm bbk <3 Te Amo msm não te conhecendo.. :3
    XxAnna

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  5. Perfeito!!!! Feliz natal, e um ótimo ano-novo com muita criatividade para fics!! Haha

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  6. Oq jule n morreu entendi direito?
    Contonua amei ;) x

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  7. GABI, MINHA XARÁ, EU TE ORDENO A MUDAR ISSO AGORA! A JULIE NÃO PODE MORRER! ISSO NÃO PODE ACONTECER, É IMPOSSÍVEL CERTO? NÃO TEM FIC SEM JULLIE! NÃO TEM VIDA SEM JULIE! NÃO TEM NADA SEM JULLIE! ENTENDIDO? ENTÃO EXCLUA ESSE CAPÍTULO E O REFAÇA! ok, agora falando sério! tá diva! mas eu to muito puta pela jullie morrer, e ainda nos braços do meu Li? Como pode? Nem sou directioner, nem nada, mas essas fics ~especialmente a sua~ me envolvem de uma maneira, que não tem como não me emocionar, mas por favor, posta logo! To ansiosa! Bjs e até 2014!

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  8. Mdsss o que eu chorei com esse cap dava pra fzr outro oceano. Ficou perfeitamente triste, maravilhosamente belo e incrivelmente tocante. Eu amei, vc é uma escritora incrivel, Parabéns. Continua logo por favor.

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  9. Cara Gabi, e o meu coração, como fica? Quer me matar de vez é?
    Nem preciso dizer né? Pq esse cap ta muito perfeito

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  10. Nossa esse cap afetou meu emocional :'((( continua sua fic é ótima!
    Isaxx

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  11. Nossa triste!!! Como ela tecnicamente morreu nos braços dele??? Inacreditavel!!! Posta o proximo!!!

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  12. amei *-8 se a Julie morreu nos braços do lee, como a Dani '' descobriu'' q ela tá viva? tadinho do Lee :( doois baques de uma vez. Eve :)

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  13. Caraa, meus feels, como vc faz isso cmg????? To chorando aki 😢 para de ser diva molier u.u para não, para não kkkkkkk continua pelo amor de Deus senão eu vou ter um heart attack
    Bjs da Leh xx

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