Gardênia - Cap - 40 (final)

O fim (do fim)

Harry P.O.Vs

           Depois de tudo o que ouvi por Jason, eu queria correr e tirar satisfação com (Seu Nome) na mesma hora, mas eu sabia que assim eu jamais conseguiria a verdade dela, ela negaria até o fim caso Marvin estivesse a ameaçando de alguma coisa. Então eu iria até a casa dela pra tentar conversar como se não soubesse de nada, e tentaria descobrir a verdade assim. De alguma maneira eu estava feliz por saber que (Seu Nome) e Jason não tinham nada e que ela só terminou comigo porque Marvin a está ameaçando de algo. Mas por outro lado, estou puto da vida porque Marvin a está ameaçando de algo!

(Seu Nome) P.O.Vs

           Tranquei-me em meu quarto e não preguei os olhos durante um segundo, me concentrei apenas em fazer minha mala e escrever uma carta para cada uma das pessoas que eu amo, como minha mãe, meu pai, Harry, Ashley, meu irmão e Jason. Eu só queria que tudo isso acabasse logo, e que de preferência alguém me matasse pra polpar tanto sofrimento. Por volta das 07:00 da manhã, minha mãe finalmente saiu para o trabalho, então me apressei em colocar as cartas bem visíveis em cima da mesa e descer com minhas malas à espera de um táxi. Não comi nada pois não estava com fome, me alimentei apenas dos nós na garganta que eu engolia a cada cinco segundos que pensava no que iria acontecer com minha vida de agora pra frente.

         Eu estava observando à minha volta tudo o que eu deixaria pra trás quando ouvi o meu nome. Virei-me e dei de cara com Celeste me olhando com um sorriso. Ela me cumprimentou com um beijo no rosto e perguntou:

- Hey aonde vai com essa mala enorme hein? -sorriu-
- Ah, isso? -perguntei tentando ganhar tempo pra inventar uma desculpa- Bem... I-Isso aqui é só... São só algumas roupas que estou levando para... Doar. Roupas velhas, sabe? -sorrio-
- Ah entendo perfeitamente, também estou precisando dar uma geral no meu guarda-roupas! -ela ri- Mas me parece muita coisa pra você levar sozinha, você vai apé? É perto daqui?
- Ah não, fica do outro lado da Cidade na verdade, mas eu já chamei um táxi.
- Então ta bom, caso contrário eu poderia te oferecer uma carona.
- Não precisa se incomodar. -digo- Mas e você o que faz por aqui? -pergunto tentando desviar de mim o foco da conversa.
- Ah eu vim ver um apartamento que está alugando aqui no seu prédio, espero que tudo dê certo, quem sabe não seremos vizinhas?
- Sim, isso seria ótimo! -falo e vejo meu táxi estacionar na frente do prédio- Meu táxi chegou, até... Qualquer hora. -falo.
- Até.

        Celeste acena e eu entro no táxi. Tento acalmar minha respiração, o que eu estou fazendo? Eu não sirvo pra mentir, não sou uma pessoa que tem facilidade em mentir pra outras pessoas como se nada estivesse acontecendo de verdade. Será que ela percebeu que eu estava escondendo algo? Espero que não. Dou o endereço para o taxista que infelizmente não é o mesmo da noite passada, e encosto a cabeça no vidro do carro, dando um adeus silencioso para Londres...

Harry P.O.Vs

       Caminhei decididamente até o prédio de (Seu Nome) e comecei a apertar o botão do elevador repetidas vezes, até que alguém disse:

- Calma Harry, desse jeito você vai afundar a parede.

          Virei-me e vi Celeste.

- Estou com um pouco de pressa. -falei-
- Se for pra ver a (Seu Nome), ela já foi.
- Ela já foi? -pergunto- Foi pra onde?
- Não sei, ela estava com uma mala nas mãos, disse que ia doar umas roupas do outro lado da Cidade.
- Como assim do outro lado da Cidade? Ela estava sozinha?
- Estava sim, pegou um táxi faz uns dois minutos. Não quero falar mais do que a boca, mas ela estava bem estranha e se atrapalhou toda quando eu perguntei o que ela fazia com aquela mala enorme.
- Pra que lado foi o táxi? -pergunto nervoso-
- Ele seguiu reto, subindo na Av. (*nome da avenida rsrs*)
- Obrigado, tenho que ir. -falo e saio correndo.

           Entro no meu carro e saio em disparada na direção em que Celeste disse que o táxi havia ido. Me senti em um daqueles filmes de espiões olhando dentro de cada táxi que eu passava ao lado vendo se enxergava a cabeleira ruiva da minha princesa, mas a cada minuto a decepção e a aflição corroíam meu coração. Eu estava literalmente ziguezagueando na pista, por sorte não havia nenhum policial por ali no momento. À medida que o tempo foi passando, comecei a perder as esperanças de encontrá-la em algum táxi, e foi então que eu a vi, na verdade, o cabelo dela. Acho que nunca me senti tão feliz na vida, o táxi estava dois carros á minha frente.

           Peguei meu celular e liguei para Jason. Eu sei, minha cota de infração no trânsito está ficando grande, mas o que eu posso fazer? As pessoas tendem a fazer loucuras quando a vida de alguém que ela ama está em perigo, e se a (Seu Nome) está indo se encontrar com o Marvin, então ela realmente está correndo perigo. Jason atendeu depois do terceiro toque.

Ligação ON

- Jason? -falo.
- Sim, já conversou com a (Seu Nome)?
- Ainda não, ela está dentro de um táxi, acho que está indo se encontrar com Marvin.
- Como sabe que ela está num táxi?
- Porque eu estou seguindo ele?! Enfim, -suspiro- isso não importa, o que importa é como eu vou parar esse táxi no meio da avenida.
- Simples, você não vai pará-lo.
- Como é que é?
- Não percebe que se pará-lo, nunca encontrará Marvin novamente, ele vai fugir do país e pode continuar assombrando nossas vidas. Precisa deixar que (Seu Nome) chegue até o destino que ele quer, e aí chamamos a polícia.
- Bem...
- É o certo Harry, quando o táxi parar, você me manda uma mensagem de texto com o endereço e enrola o Marvin até eu chegar com a polícia, ele vai ser pego em flagrante.
- Tá legal. -suspiro- Vamos fazer isso então, tenho que desligar, o táxi está saindo da avenida.
- Ok.

Ligação OFF

(Seu Nome) P.O.Vs

         O táxi parou no endereço que eu dei e foi então que descobri que era uma espécie de estação de barcos e navios, como se chama mesmo? Porto? Cais? Não tenho certeza, mas paguei o taxista e desci com as mãos gélidas e tremulas. Coloquei a mala no chão ao lado dos meus pés e fiquei esperando que algo acontecesse, ou melhor, que alguém aparecesse, ou melhor, que Marvin e seus capangas aparecessem.

        Não demorou muito para que uma mão quente pousasse sobre meu ombro. Nesse momento calafrios me percorreram e meu coração se acelerou pois eu sabia que não era nenhum dos capangas do Marvin e muito menos ele. Me virei num movimento involuntário e dei de cara com Harry me olhando, seus olhos totalmente impassíveis. Esperei em silêncio até que ele se manifestasse:

- Porque não me disse a verdade? -perguntou-
- Eu não podia. -falei com a voz falha- O que faz aqui Harry?
- O que eu faço aqui? -ele pergunta incrédulo- O que você faz aqui?
- Estou salvando a sua vida e a das pessoas que eu amo, vai embora antes que o Marvin chegue.
- Salvando a minha vida indo embora? Você está acabando com ela! E eu não vou embora daqui sem você!
- Você não entende Harry, você precisa ir. Marvin te mataria se te visse aqui! -falo já desesperada-
- Então é melhor você vir comigo. -ele fala me puxando pelo braço-
- Não eu não vou. -falo batendo o pé-
- Ai porque você tem que ser tão teimosa?! -ele eleva o tom de voz, nervoso-
- Porque você tem que ser?
- Eu não queria fazer isso, mas você não me dá outra escolha!
- O que você vai...

           E antes que eu pudesse terminar a frase, Harry já me tinha em sua costas. O que não durou muito tempo já que Marvin apareceu bem na hora e gritou:

- Ora ora ora, eu sabia que algo assim aconteceria, tinha certeza de que o mocinho viria atrás da donzela para salvá-la das garras do malvado Marvin! Pena que isso não vai ser possível. -falou numa voz melancólica-

           Harry me colocou no chão e se pôs à minha frente. Marvin soltou uma risada debochada e falou:

- Isso é hilário! -bateu palmas- Na verdade, a sua coragem me deixa impressionado Harry. Pena que ela não é párea para os meus homens.
- Então porque não me enfrenta sozinho e vamos ver quem ganha? Sem esses seus capangas você não é nada! -Harry desafiou-
- Temo que isso não vai acontecer, agora se você puder sair da frente de (Seu Nome) e deixar que ela venha comigo...
- Não Marvin, eu temo que isso é que não vai acontecer!
- Já estou ficando com náuseas, rapazes acabem logo com isso.

Harry P.O.Vs

         Um dos capangas de Marvin começou a se aproximar e me tirou de perto de (seu Nome) como se eu fosse um pedaço de pau, não gostei disso, nunca me senti tão pequeno e indefeso, e isso soou super gay. Se eu conseguir sair dessa com vida, lembrem-me de começar a malhar! Um outro puxou (Seu Nome) pelo braço e a colocou ao lado de Marvin enquanto um outro cara abria a porta do carro pra que eles entrassem, (Seu Nome) já tinha lágrimas nos olhos e eu havia começado a espernear quando os carros da polícia chegaram, graças a Deus Jason foi rápido no gatilho!

         Pensei que depois disso eles se renderiam e tudo acabaria bem como na primeira vez, mas eu estava super enganado! Me imaginei dentro de velozes e furiosos no Brasil, os policiais tiraram as armas, e eu pensei "há há vencemos", mas aí... Os capangas de Marvin também tiraram as deles e eu pensei "bau bau". Que droga! Tinha umas três armas na minha cabeça e umas cinco na de (Seu Nome) e mais umas dez que vinham dos policiais.

- Abaixem as armas ou eles morrem! -Marvin gritou.

          Porque que tudo se resume na morte? A gente não pode ter uma conversa normal? Com pessoas normais? (e com um cara normal de 22 anos? "kkkk desculpa gente não aguentei") Os policiais abaixaram as armas e Marvin sorriu vitorioso. Ele começou a arrastar a cadeira de rodas para o lado de (Seu Nome) e o desespero me corroeu por dentro. Ele iria embora com ela, iria embora com a minha (Seu Nome)! 

- Você não vai embora com ela Marvin! -gritei e corri na direção de Marvin-

         Me atirei por cima de Marvin derrubando-o no chão com a cadeira de rodas e tudo. Um dos capangas que estava cuidando de (Seu Nome) agiu sem pensar e se atrapalhou tanto ao tentar socorrer Marvin que acabou empurrando minha princesa cais abaixo. Assim que ouvi o grito e o baque de (Seu Nome) caindo na água, fiquei paralisado e sem reação, será que ela sabia nadar? Em questão de segundos tudo virou um caus, fui puxado de cima de Marvin por Jason, e os policiais começaram a deter os capangas.

           Saí correndo pra ver se (Seu Nome) havia saído da água mas eu nem ao menos conseguia vê-la. Pulei do cais sem pensar duas vezes e senti meus olhos arderem assim que entraram em contato com a água salgada, mas por incrível que pareça eu não me importei, a única coisa que eu queria era encontrar o amor da minha vida, só queria tê-la segura em meus braços novamente.

(Seu Nome) P.O.Vs

           No momento em que fui praticamente jogada de cima daquele cais, senti que meu coração sairia pela boca. Prendi a respiração um pouco antes de meu corpo tocar a água e fechei meus olhos com força. Eu não sabia nadar, não sabia nem ao menos boiar, eu só sabia de uma coisa: morreria ali em poucos minutos. Eu deveria estar desesperada, na verdade uma parte de mim estava enlouquecendo com o fato de morrer mas a outra parte estava feliz. Morrer é muito melhor do que ficar com Marvin pelo resto da minha vida, sentir a dor da morte durante alguns minutos é melhor do que morrer todo dia um pouco ao lado da pessoa que você não ama. Eu não deveria continuar prendendo a respiração e esperar pra morrer, deveria engolir toda a água que meus pulmões são capazes de aguentar e morrer de uma vez. E é isso o que vou fazer.

           Deixei que meu corpo relaxasse e soltei o ar que eu estava prendendo. Fui respirando devagar e assim que comecei a engolir água senti meus membros arderem por dentro, dei uma longa respirada querendo acabar logo com aquilo e senti meu corpo ficar mole, eu queria me debater e queria sentir o ar novamente mas já era tarde demais, eu não poderia fazer nada pra voltar atrás e nem queria, aquela dor passaria rapidamente. Abri meus olhos uma ultima vez a tempo de ver o rosto contorcido de dor de Harry me olhando com os olhos vermelhos. Nessa hora eu quis mais que tudo voltar atrás, quis poder abraçar Harry e ouvir ele dizer ao pé do meu ouvido que tudo ficaria bem assim como ele fez das outras vezes, mas eu já estava afundando... Depois disso nada mais aconteceu comigo...

Harry P.O.Vs

      Nunca havia parado pra pensar em como seria ver o amor da sua vida parar de respirar na sua frente, a sensação de morte que invade o coração é inexplicável e você só quer acordar e ver que tudo foi um terrível pesadelo, mas as coisas nunca são do jeito que a gente quer que sejam. Segurei (Seu Nome) em meus braços e comecei puxá-la para a superfície o mais rápido que eu podia ir, arrastei-a até a areia e a deitei no chão, eu não sabia o que fazer, estava desesperado e chorando quando Jason apareceu e começou a apertar o peito de (Seu Nome) assim como fazem nos filmes e revezava me pedindo pra fazer respiração boca a boca.

       Por favor Deus, por favor que ela acorde. Eu chorava sem nem ao menos perceber, como eu faria pra sobreviver sem ela?

         Lembrei-me de todas as coisas que já havíamos passado juntos e conseguimos superar. E vocês? Conseguem se lembrar? O primeiro dia em que a vi sentada naquele banco de madeira no parque, eu chorava e ela me estendeu a mão mesmo sem me conhecer, me conquistou com sua doçura e ingenuidade que eu jamais havia encontrado em ninguém antes. Ela era pura, não enxergava o mundo como ele era mas o enxergava de um lado ainda mais belo, ela só via o lado bom do mundo e não se importava de ser diferente. Eu soube que era ela, soube que era ela a garota que iria me fazer feliz, que iria estar comigo sem se preocupar com quem eu era ou se eu era bem visto na sociedade. Soube que era ela no dia em que tive o pesadelo de que ela corria perigo e mesmo com todos os meus sentidos me dizendo pra ficar em casa e voltar a dormir, eu fui até ela porque o meu coração dizia que era o certo. Soube que era ela a partir do momento em que senti ciúmes dela pela primeira vez e também quando ela sentiu de mim. Estava tão linda naquele dia! 

           E foi com o nosso primeiro beijo que eu tive certeza de que nada mais no mundo importava além do amor que eu sentia por ela. Aquele primeiro beijo que demos no dia em que eu não aguentava mais ficar longe dela, não suportava mais aquele desejo carnal dentro de mim de a tomar em meus braços e colar nossos lábios. E quando ela terminou tudo comigo porque não acreditou em mim, com certeza foi um dos piores dias da minha vida, eu senti como se o meu coração tivesse sido arrancado do meu peito e tivesse ficado nas mãos dela quando eu fui embora, e ele só ficaria inteiro de novo quando ela o colocasse de volta dentro de mim. Mas nada disso se compara ao dia em que pensei que a perderia para a morte, ao dia em que a vi sangrar e fechar os olhos desacordada ainda em meus braços. Essa com certeza foi a segunda pior dor que eu poderia sentir, porque eu prefiro a perder para outro homem e saber que ela vive mesmo que eu seja infeliz pelo resto da minha vida, do que a perder para a morte e morrer junto dela, continuando na terra somente para ocupar o lugar de outra vida. Porque agora eu sei, assim como sempre soube, que a partir do momento em que eu a amei, eu nunca mais saberia viver sem a razão pela qual estou de pé até hoje, e é com isso que eu digo com todas as palavras, que um amor verdadeiro é mais forte do que qualquer outra força na terra.

           E a dor que estou sentindo nesse momento é a pior de todas, estou a perdendo de novo! Porque o mundo insiste em tentar tirá-la de mim? Porque ele quer levar minha princesa pra longe de mim e me deixar sozinho sem ela aqui neste mundo? Será que o mundo não percebe que sem ela eu não sou nada? Não percebe que se a tirar de mim só restarão cacos no meu coração? Já superamos tantas coisas até aqui, não é dessa vez que vou perde-la, não mesmo!

          Nossa amor é maior do que qualquer barreira que vier querer impedi-lo de evoluir, essa é só mais uma fase difícil das nossas vidas que usaremos como exemplo a outros casais quando estivermos bem velhinhos. Eu tentava me convencer disso mas a cada segundo que passava minhas esperanças iam diminuindo. Quando o ultimo fio de esperança ameaçava se esvair, (Seu Nome) começou a tossir desesperadamente e soltar água pela boca. Eu poderia dar piruetas de tanta alegria que senti, mas me detive. Corri sentando no chão e colocando (Seu Nome) sobre meu colo e beijando sua boca desesperadamente, seu corpo ainda estava mole e frio mas ela estava viva.

- Está tudo bem meu amor. -falo beijando seu rosto-
- Eu... Estou com frio... -ela falou com a voz rouca-

         Pedi o casaco de Jason e joguei-o sobre (Seu Nome) abraçando-a com força.

- Ta tudo bem minha princesa, vai ficar tudo bem agora, ninguém mais vai poder te fazer mal.

[...]

(Seu Nome) P.O.Vs

  

           Abri meus olhos com muito esforço por conta da claridade e senti minhas pálpebras pesarem afim de que eu voltasse a dormir mas eu não as obedeceria dessa vez. Senti todos os músculos do meu corpo clamarem por socorro, porque estou tão dolorida assim? Assim que meus olhos se ajustaram à claridade, pude ver Harry ao meu lado me fitando curioso e com um sorriso no rosto. Estávamos em um quarto de hospital, já estou até me familiarizando com eles.

- Acordou bela adormecida? -ele pergunta-

             Mesmo sem forças, eu sorri pra ele de volta e o mesmo me selou os lábios. Ele se afastou e disse:

- Aqui estamos nós de novo. -sorriu-

- É. -falo com a voz rouca- Preciso parar de quase morrer.

- Sabe de uma coisa? Eu concordo plenamente! Não sei se sobrevivo a outro ataque de nervos.

- Desculpa. -peço sinceramente-

- Claro que eu desculpo. -sorri- Desde que você pare de me fazer passar por esses sustos.

- Prometo que vou parar.

- Vou chamar sua mãe e dizer que você acordou, ela está muito nervosa com você.

- Não me deixa aqui sozinha com ela então, ela vai me falar um monte de coisa sobre irresponsabilidade.

- Ela vai te dar uma palestra sobre irresponsabilidade com ou sem eu aqui. E devo dizer, você merece ouvir tudinho.

- Harry. -faço voz manhosa- Puxa vida eu quase morri, o que custa ficar aqui e ouvir o que ela vai falar junto comigo?

- Custa, que eu também estou furioso pelo o que você fez. Desculpa mas essa você vai ter que aguentar sozinha.

            E com isso ele sai do quarto. Depois fala que me ama, homens! Agora é só me preparar pra ouvir poucas e boas da dona Jullianne, eles não entendem que eu fiz tudo aquilo por causa deles? Eu me doo pra salvar a vida deles e viver com alguém que eu odeio, e o que é que eu recebo em troca? Sermões! Isso definitivamente não está certo produção!

[...]

Dois anos depois...

         Caminhei com Harry me guiando e admito que estava muito ansiosa pra saber o que estava acontecendo, tá tudo bem, eu já desconfiava que era uma festa de aniversário afinal era o dia do meu aniversário e eu estava com uma fenda nos olhos, óbvio que estavam me fazendo uma surpresa de aniversário. 

- Muito bem muito bem. -Harry falou- Agora!

            Então ele tirou a fenda dos meus olhos e no mesmo instante começaram a cantar um parabéns coletivo pra mim. Tudo bem que eu esperava por isso mas ainda assim foi tão emocionante! Assim que as vozes cessaram eu dei um largo sorriso e comecei a agradecer.

- Não acredito que fizeram algo tão lindo assim por mim! -falo abraçando minha mãe-

- Foi tudo ideia do Harry e dos amigos dele. -ela diz-

- E claro que fui eu quem escolhi a decoração. -Ashley diz se vangloriando-

- Então é por isso que está tudo perfeito! -falo sorrindo-

- Tudo no estilo Ashley. -Jason diz com a mão na cintura dela-

          Caminho mais um pouco até os meninos e dou um abração coletivo em todos eles.

- Ai eu estava com tantas saudades de vocês! -falo apertando a bochecha de Niall-

- Hey! Minha bochecha não. -ele reclama e eu dou risada-

- Como andam as coisas? -pergunto-

- A gente se viu ontem à noite (Seu Nome)! -Zayn fala debochando-

- Eu sei, mas é que eu amo muito vocês meus bebês.

- Quando foi que você ficou tão amorosa assim? -Louis pergunta-

- Gente! -reclamo- Mas que falta de consideração com a minha pessoa, vocês sabem o quanto eu estimo vocês.

- Aposto que ela ta querendo informação do Harry! -Liam fala-

- Exatamente! Tá doida pra saber o que ele andou aprontando no ultimo show. -Niall completa-

- Hey! Eu não quero saber nada! Tenho plena confiança no meu namorado. Espera, ele aprontou algo?

         Os meninos começaram a rir e eu revirei os olhos saindo de perto deles. Realmente não dá pra ser carinhosa com eles sem que eles pensem que eu quero algo em troca, incrível! Encontrei Harry parado com as mãos no bolso da calça jeans me fitando com um sorriso. Caminhei até ele com um sorriso envergonhado no rosto e passei meus braços ao redor de seu pescoço beijando seus lábios ao mesmo tempo. 

- Está tudo tão perfeito Harry! -falo sorrindo-

- Mas ainda não acabou. -Harry diz-

- Tem mais? -pergunto encantada-

- A melhor parte! -ele fala-

- E qual é? -pergunto-

          Neste momento as pessoas começam a se aproximar de nós e parar à nossa volta. O que está acontecendo? Isso foi ensaiado por acaso?

- O meu presente. 

              Ele responde confiante e tira de dentro do bolso uma caixinha preta. Ai. Meu. Deus! É o que eu estou pensando que é? Como se respondendo a minha pergunta, ela se ajoelha no chão à minha frente e abre a caixinha com um sorriso no rosto.

- Casa comigo (Seu Nome)? -ele pergunta-

            Levo as mãos à boca totalmente sem palavras e sinto meus olhos marejarem. Um sorriso enorme e largo preenche meu rosto e eu sacudo a cabeça afirmativamente, incapaz de dizer qualquer coisa, a emoção tomou conta completamente do meu corpo. E Harry tomou conta completamente da minha alma e coração, hoje só confirma o quanto eu pertenço a ele e sempre pertencerei.

Algum tempo depois...

(Seu Nome) P.O.Vs

          Eu nunca tinha usado um vestido tão bonito como aquele antes, afinal era um vestido digno de uma princesa, o que eu estava longe de ser, mas eu com certeza me sentia como uma naquele momento. Peguei o buque de gardênias em cima da mesinha e sorri ao ver os olhos da minha mãe cheios de lágrimas de emoção.

- Mãe assim eu também vou chorar! -reclamei-
- É impossível te ver assim tão linda nesse dia tão especial e não se emocionar meu amor. E a gente mal curtiu nosso tempo de mãe e filha juntas e você já vai se mudar pra sua própria casa!
- Mãe, a gente ainda vai se ver todos os dias não precisa ficar desse jeito. E logo você vai se casar também e não vai nem sentir minha falta.
- Isso é impossível, nenhum homem pode preencher o espaço da minha única filha.
- E eu digo o mesmo, você é única no meu coração mãe.

           Abracei minha mãe e ouvi alguém batendo na porta, era meu pai.

- Prontas? Já está na hora. -ele falou-
- Estou pronta. -respondi sorrindo-
- Então vamos, seu noivo está todo nervoso no altar pensando que você caiu na real e desistiu de se casar com ele.
- Pai! -repreendo-o.
- Tá tá, estou brincando. -ele ri e eu entrelaço meu braço ao dele-

            Minha mãe e as damas de honra começam a caminhar na minha frente e nós paramos em frente a uma grande porta de madeira que está fechada, é a porta da igreja. Ouço os instrumentos de som começarem a soar lá de dentro e então a porta se abre. Meu coração dá um salto triplo dentro do peito e eu sinto que minhas pernas vão me deixar na mão.

- Pai? -sussurro assim que ficamos sozinhos aguardando a grande entrada (a minha entrada)-
- Que foi? Quer desistir? Se quiser por mim tudo bem. -ele sussurra de volta-
- Não pai. -sorrio- Só... Não me deixa cair com esses saltos ta bom?
- Eu não vou deixar. -ele sorri pra mim-

                E então nós entramos. Ergo meus olhos à procura do grande amor da minha vida e assim que eles pousam em Harry, vejo ele sorrindo pra mim com admiração.

            Neste momento tudo o que eu sei é sorrir de volta pra ele, Meu Deus esse é o dia mais feliz da minha vida, Harry está tão lindo naquele terno que chega doer. Sinto meus olhos se enxerem de lágrimas ao me dar conta de que agora serei dele pra todo o sempre, ao perceber que nada mais pode nos separar novamente, seremos um só. O Sr. e a Sra. Styles. Isso soa tão... Adorável. Começo a olhar as pessoas à minha volta e me sinto feliz por saber que tanta gente gosta de mim, mas ao mesmo tempo sinto a tristeza de não ver o rosto de Nana no meio daqueles que amo, queria tanto que ela estivesse aqui! Muito bem, mas não posso me deixar abalar por isso, este é o dia mais feliz da minha vida e preciso curti-lo ao máximo!

            Ouço meu pai dizendo algo no ouvido de Harry assim que me entrega nos braços dele, não consigo dizer o que ele falou, mas pela careta que Harry fez com certeza foi mais uma das típicas ameaças de meu querido pai protetor. Eu e Harry estávamos sorrindo tanto que nossos dentes poderiam se desprender das gengivas! Tá legal isso foi exagero mas nós realmente estávamos radiantes de felicidade. Ele segurou em minha mão e a cerimônia começou, cada minuto que se passava, era um a menos pra eu me tornar a futura Sra. Styles.

               O pastor começou a cerimônia e Harry me olhava com os olhos brilhando de orgulho. O tempo passou tão rápido que quando percebi, já estávamos com as alianças nos dedos e o pastor dizia aquelas famosas palavrinhas:

- O noivo pode beijar a noiva.

                Harry se aproximou de mim, me tomou em seus braços e me deitou pra trás.

- Eu amo você minha princesa. -falou-

- Eu te amo mais meu príncipe. -sorrio e ele cola seus lábios nos meus em um beijo doce e quente, o nosso primeiro beijo de casados-

[...]

              Durante a festa da cerimônia eu podia ver a alegria no rosto de cada um daqueles que eu amo. Eu também estava feliz, as coisas estavam perfeitas, mas ainda havia algo faltando, algo que não permitia ficar feliz por completo, faltava alguém. Harry me puxou para um canto mais afastado e começou a caminhar comigo para os fundos do buffet.

- Aonde está me levando? -perguntei-
- Tenho uma surpresa pra você. -ele diz com um sorriso-
- Você e suas surpresas. -sorrio- O que você tem pra mim dessa vez?
- Porque não olha você mesma?

             Ele pergunta e aponta pra mim o jardim nos fundos do buffet, onde vejo a figura de Nana parada me olhando com um sorriso no rosto. Eu não podia acreditar que isso estava mesmo acontecendo, saí correndo na direção de Nana e no meio do caminho eu já estava chorando. Pulei em seus braços e a abracei com toda força que eu podia.

- Nana é você mesmo? -pergunto chorando feito uma criança-
- Sim sou eu minha filha. -ela diz acariciando meus cabelos-
- Ah Nana senti tanto a sua falta, eu amo tanto você!
- Eu também te amo filha, está tudo bem não chora.
- Como conseguiu chegar aqui Nana? Eles te soltaram? Você fugiu?
- Não não, calma. Tem dois policiais do lado de fora do buffet e eu estou com um chip de localização por dentro da minha pele. Harry conseguiu que eu viesse te ver, mas não posso ficar por muito tempo.
- Ah Nana! Aconteceram tantas coisas nesse tempo que estamos afastadas. Eu senti tanto a sua falta, lembro de você todos os dias.
- E eu também senti sua falta meu amor, não estive um dia sequer dentro daquela prisão sem me lembrar de todos os 17 anos que éramos apenas nós duas. Sempre, dia e noite. -ela sorriso com os olhos marejados- Não consigo olhar pra trás sem chorar me lembrando de todos os sábados em que te deixei no Richmond Park, e muito menos de preparar o café bem cedinho pra que quando você acordasse ele já estivesse pronto.
- Te ouvir dizer isso dói tanto Nana! Queria que as coisas tivessem sido diferentes. Queria que você pudesse estar livre.
- Eu mereci isso, em momento algum deseje que eu estivesse solta, eu arruinei a sua vida filha.
- Não Nana, você não arruinou minha vida, Marvin a arruinou! Tudo isso é culpa dele! Mas ele vai pagar por tudo o que fez, na verdade ele já está pagando.
 - Isso não importa. O que importa é que eu amo você e você sempre vai ser minha perfeita filhinha.
- Eu te amo Nana, você sempre vai ser a minha mãe, imperfeita mas mãe. -sorrio-
- E eu também te amo, preciso ir agora.
- Tudo bem.

           Nos abraçamos uma ultima vez e eu fico parada esperando enquanto vejo Nana se afastar. Lágrimas escorrem pelas minha bochechas e sinto as mãos de Harry sobre meu ombro. Eu me viro e enterro minha cabeça em seu peito.

- Obrigada. -sussurro-

[...]

             Depois que tudo acabou, bem, nem tudo, a festa continuou mas eu estava exausta e Harry estava louco pra sair dali, e devo dizer que eu também estava. Então entramos naquele famoso carro dos recém casados, no qual aquelas latinhas ficam penduradas na traseira e zarpamos dali pra nossa tão esperado noite de núpcias. Descansei minha cabeça no ombro de Harry enquanto o carro passeava pelas ruas de Londres em direção à nossa casa, mas ele parou na metade do caminho e eu ergui a cabeça curiosa.

- Porque o motorista parou? -pergunto pra Harry-

- Vamos fazer uma pequena paradinha. -ele sorri-

- Outra surpresa? -pergunto sorrindo-

- Não exatamente. -ele diz- Só queria relembrar o primeiro dia.

                 E então lá estávamos nós em nosso velho e querido banco do Richmond Park em plena madrugada. Harry se levantou do banco, deu alguns passos pra trás e depois caminhou pra frente novamente em minha direção, deu um sorriso galanteador e falou com uma voz sensual.

- E aí linda? Vem sempre aqui?

- Eu ficava aqui todo sábado de manhã. -respondo sorrindo-

- Sempre? -pergunta-

- Sim.

- Sozinha?

-É.

-E não se cansa?

- Não - sorri - Eu gosto daqui. De ouvir os pássaros.

- Parece... Interessante.

- Está mentindo - digo sorrindo de novo -

- Como sabe?

- Desde quando ouvir os pássaros é interessante?

- Nunca -sorriu- Mas você acha.

- Mas eu era cega.

- Um cego pode fazer tudo o que nós fazemos.

- Não pode não.

- Por quê?

- Por que você acha? -falei como se fosse o óbvio-

- Olha, existem várias coisas divertidas que vocês podem fazer.

- Tipo?

- Tipo cantar ou dançar.

- Ah isso está totalmente fora de cogitação. -sorrio divertida-

- Por quê? -ele sorri-

- Sou péssima nos dois. Eu acho.

- Eu duvido.

- Quanto a isso eu não posso fazer nada. -sorrio-

- Ah você pode sim! -ele diz convicto-

- Ah é? E o que?

- Dança comigo?! -ele sorri fazendo uma reverencia-

- Nunquinha da Silva! -solto uma gargalhada-

- Porque nunquinha da Silva? Não pode ser do Styles? -ele pergunta me puxando pra seus braços e colando nossos corpos-

- Pode sim. -sorrio- Nunquinha do Styles!

- Assim ficou bem melhor!

             Ele sorri e cola nossos lábios em um doce beijo, um beijo em meio ao nascer da manhã de um belo sábado, nosso primeiro sábado de casados em meio a muitos outros que virão. Esse, é só o começo de uma longa vida ao lado daquele que eu amo, ao lado daquele que escolhi pra viver ao meu lado eternamente, até que a morte nos separe. E ainda assim tenho dúvidas de que acabe, pois sei que continuarei amando-o além da vida.

FIM

Ai que saudades de vocês :´( Mas enfim, só queria pedir desculpas do fundo do meu coração pela demora, eu realmente estava sem tempo e sem inspiração, tive um sério bloqueio. Eu sinto que o fim ainda não saiu do jeito que eu queria, mas eu não podia mais adiar isso, mesmo que me custe sérias críticas. Tomara que eu não tenha decepcionado vocês. Bem, eu ainda tenho uma longfic pra terminar aqui então ainda não vou me despedir. Espero que vocês tenham gostado desse último capítulo e não tenham abandonado a fic. Agradeço por toda força e apoio que vocês me deram nesse ano que fiquei aqui com vocês, eu realmente amo você demais, obrigada por tudo minhas queridas Gardeners, a Deh ama muuuuito vocês. ♥ -Deh