La$ Vegas - XI Capítulo

                                       Ain’t Nobody Fuckin’ With My Clique

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Barbara POV’s

  Soltei os cabelos vendo-os cair pesadamente até o meio de minhas costas. Eu estava em frente aquele espelho pelo menos há duas horas tentando escolher minha melhor roupa e fazer uma maquiagem decente. E agora que eu havia finalmente terminado eu estava orgulhosa do trabalho que havia feito. Balancei a cabeça de um lado para o outro vendo meu brinco balançar e deixei que um pequeno sorriso se moldasse em meus lábios. Seria uma noite longa...

Justin POV’s

  Passei as mãos na gola da camisa social preta, tentando dar os toques finais enquanto alguns clientes já emergiam no grande salão, todos muito bem arrumados e muito ricos em procura de um pouco de diversão. Sorri grandiosamente para cada um deles quando passaram por mim e cumprimentei calorosamente os clientes mais antigos, acompanhando alguns deles até suas áreas reservadas. 

Estava com Malia desde o começo das boates e já estava acostumado com o trabalho duro que tinha que fazer, toda noite sempre existia muito dinheiro entrando, clientes novos aparecendo, era um trabalho árduo que exigia total atenção 24h por dia. Sem contar é claro com o trabalho sujo que fazíamos por debaixo dos panos. A prostituição, as drogas... Tudo sempre muito bem encoberto, estávamos todos em vigília constante. Nenhum deslize era aceito. Além de uma patroa exigente, Malia também era uma grande amiga. Estávamos naquilo juntos, faríamos tudo um pelo outro. A lealdade em nossa relação era nítida.

  Sinalizei com o polegar para o DJ que prontamente começou a tocar uma musica mais agitada, um remix de Back to Black que fez os clientes mais jovens encherem rapidamente a pista de dança com seus copos coloridos cheios de bebidas diversas.

  Subi as escadas rapidamente parando em uma área perto dos “camarotes” lotados de políticos e todo tipo de gente cheia da grana, passei os olhos pela multidão para garantir que não havia nenhuma irregularidade acontecendo por ali. Meus olhos atentos pararam sobre uma morena de vertido vermelho  que estava passando pela segurança, o olhar apavorado em seu rosto deixava claro o quanto ela se sentia um peixe fora d’água naquele ambiente. Era muita petulância daquela agente aparecer ali depois do papo que teve com Malia. Se ela achava que deixaríamos algo passar estava enganada, meus olhos estarão nela à noite toda.

Barbara POV’s

  Respirei fundo assim que passei pelos enormes seguranças na porta da boate. Olhando todas aquelas pessoas se divertindo loucamente no velho estilo de Las Vegas, me senti como uma intrusa em um ambiente que não era a minha praia, e era realmente isso que eu era. Uma intrusa. Uma infiltrada. Eu estava ali a trabalho e só sairia dali com provas que pudessem ajudar em meu caso.

  Ergui a cabeça e caminhei a passos longos até o bar, dali eu tinha uma bela visão da boate. Aceitei a bebida oferecida pelo barman, só para me misturar e não parecer tão deslocada naquele ambiente tão descolado. Olhei em volta e parei meus olhos em um lugar, mas distante do bar onde Malia, eu podia dizer com certeza que era ela pelos enormes saltos que estava usando e o cabelo curto bem arrumado, conversava animadamente com um jovem loiro bem arrumado e um pouco mais baixo que ela. Não consegui ver seu rosto.

  E como se pudesse sentir meu olhar queimando suas costas, Malia virou-se subitamente e me encarou por meio segundo antes de sorrir ironicamente e acenar, como se fossemos grandes amigas, vadia! O homem com ela estava conversando se afastou levemente de Malia como se estivesse tentando olhar para quem ela acenava, mas Malia agarrou subitamente seu rosto e falou alguma coisa em seu ouvido que acabou em gargalhadas.

 Desviei os olhos da cena patética e continuei varrendo o lugar em busca de alguma coisa. Eu estava impressionada com a quantidade de políticos e filantropos que ali estavam. Em seus camarotes chiques eles estavam rodeados de mulheres e bebidas caras. Mas ainda sim estava tudo nos conformes. Homens ricos traindo suas mulheres não era o suficiente para emitir um mandato de busca. Ainda vasculhando o camarote acabei passando meu olhar sobre uma figura parada no alto da escada. Extremamente bem vestido e, devo admitir muito bonito, o homem que eu reconheci como o famoso Justin Bieber, o braço direito de Malia e gerente de uma das boates, parecia estar fazendo a mesma coisa que eu ali em cima, observando o movimento. Ele obviamente deveria ter uma vista melhor que a minha. Seu olhar pousou sobre mim subitamente fazendo um pequeno arrepio subir por minha espinha, e depois de alguns segundos sem desviar o olhar, Justin abriu um pequeno sorriso de canto que eu prontamente ignorei virando meu rosto para outra direção.

  Eu ainda podia sentir seu olhar sobre mim, como se estivesse me queimando. E eu odiava admitir, mas estava extremamente nervosa agora. Depois daquele breve momento com Bieber, com seus olhos me avaliando centímetro por centímetro, pude sentir muitos outros pares de olhos sobre mim, atentos aos meus movimentos. Pude sentir a tensão se retesar na nuca e a massageei levemente, tentando ignorar a sensação de perigo que me rondava. Ninguém sabia que eu estava ali, aquilo não era uma visita oficial, não havia nada que a lei pudesse fazer para me proteger. Certamente eles fariam algo se me encontrassem morta em uma vala horas depois do amanhecer, mas ai já seria tarde de mais. 

  Balancei a cabeça afastando a idéia de amanhecer uma vala dos pensamentos. Pedi algumas doses de tequila para o barman que prontamente me serviu e eu as virei em minha boca rapidamente sentindo o caminho percorrido pelo álcool queimar.

 Malia POV’s

   Josh havia ficado desconfiado depois que o impedi de saber para quem eu estava acenando. Ele sabia que eu não fazia coisas estranhas sem um propósito. Mas ele odiava não saber qual era esse propósito. E eu não diria. Não queria deixar ninguém alarmado, muito menos um Devine. Deus sabe o quanto podem ser imprudentes quando se sentem ameaçados. Fiquei mais alguns instantes por ali com o loiro para garantir que Barbara não o reconhecesse, eu não queria que ela soubesse que tínhamos alguma intimidade, ou isso pioraria a situação para todos nós. Quando Alison passou por ali, balançando seus longos cabelos loiros para Josh, fiz questão de deixá-los a sós. Sussurrei no ouvido de Alison recomendações precisas pedindo para que ela não o deixasse só. Ela assistiu em concordância, parecendo animada com a idéia, e eu parti. Subi apressadamente as escadas parando ao lado de Justin, os olhos de Barbara rondavam todos os cantos da boate e uma vez ou outra paravam em nós dois por algum tempo.

- Já reparou em nossa presença ilustre?

-Esta falando do jogador de futebol, o produtor musical ou a agente do FBI?_ Justin falou enquanto acenava para um cliente recém chegado que estava sendo levado até seu camarote. Um empresário bastante conhecido do mundo dos empreendimentos, um dos amigos do bom Liam.

- Haha, engraçadinho. _ Justin sorriu levemente deixando um beijo estalado em minha bochecha logo em seguida.

- O que vamos fazer?

- Fique de olho, não quero que Rebeka ou Josh se metam em confusão essa noite. Se ela ousar levantar daquele bar para xeretar por ai, tire-a daqui pessoalmente se for preciso. Estamos entendidos? _ Justin balançou a cabeça negativamente parecendo receoso.

- Malia... Conte ao Devine, isso não é só problema seu e você sabe como eles vão ficar putos quando descobrirem.

- Hey, estamos entendidos ou não? Não ouvi você responder... _ Ele bufou e deu de ombros logo concordando com um aceno de cabeça. Acaricie seu rosto levemente e parti escada abaixo, conversando com meus clientes mais antigos no caminho.

  Perambulei por algum tempo pela boate a procura de Rebeka, sendo parada inúmeras vezes no caminho por festeiros querendo falar sobre como a boate era incrível e coisas do tipo. Como se eu já não soubesse disso! Achei Rebeka perto do DJ, conversando animadamente com Niall, que gargalhava de algo que ela tinha dito. Rebeka era mesmo do tipo de arrancar gargalhadas. Liam não estava por ali, supus que estivesse viajando ou buscando bebidas. Parei a poucos centímetros dos dois e Rebeka me lançou um sorriso sincero.

- Ocupada demais para falar com os amigos empresaria? _ Balancei a cabeça em negação e a abracei rapidamente.

- Liam, onde esta? Viajem ou bebidas? _ Apontei para o bar na esperança de que ele estivesse por lá. Liam era um aliado poderoso na hora de domar a fera que Rebeka podia se tornar.

- Viajem. Foi para Atlanta hoje de manha, Josh precisa de ajuda com as finanças. _ Um pequeno biquinho se formou em seus lábios quando terminou de falar. Rebeka e Liam realmente eram um casal que dava certo. Era impossível não torcer por eles.

- Então era lá que Josh estava gastando seu tesouro?

- Investindo, sim.

- Investindo? Não é muito a cara de Josh.

- É, acho que ele esta mudado. _ Ela deu de ombros a aceitou a bebida que Niall estava lhe oferecendo.

- E por que você não esta trabalhando mesmo?

- Ei, me de um tempo. Já arrumei algum dinheiro para você esta noite. _ Niall arrumou o topete e acenou em direção a um rapaz ali perto com as roupas amarrotadas e que não parava de olhar para o loiro. – Acho que ele esta apaixonado. _ Gargalhei.

- Certo Afrodite, vá lançar o seu feitiço em outras pessoas. _ Ele franziu um rosto em uma tentativa falha de fazer uma careta e partiu multidão adentro.

Justin POV’s

  O mauricinho babaca que também atendi pelo nome de Josh Devine ainda estava entretido com Alison no bar. Eu também estaria se fosse ele. Alison tinha um jeito de seduzir com sutileza, não era nada forçado como esmagar os peitos na cara dos homens ou coisa do tipo, e era por isso que ela era uma das melhores.

 Malia estava batendo papo com a morena menos sutil de todos os tempos, a.k.a Rebeka Devine. A morena de olhos verdes muita mais baixa que Malia, saltava animadamente em algumas partes da musica fazendo Malia rir genuinamente. As duas eram grandes amigas há muito tempo. E apesar de toda a lealdade, as duas eram como água e fogo, completamente diferentes.

  Rebeka era a grande chefia, a manda chuva, a dona da porra toda, ou seja, lá como a chamam por ai. Herdeira de um sobrenome importante no estado de Nevada e de milhões de dólares, ela podia enganar fácil com aquela aparência de menina boba e aqueles olhos grandes e pidões. Mas era uma comandante extremamente rigorosa, não admitia erros, e não tinha medo de sujar as mãozinhas delicadas se fosse preciso. Eu bem sei quantas vezes já a vi puxar o gatilho sem dó nem piedade.

 Malia estava parcialmente certa em esconder dela o que estava rolando na boate essa noite. Rebeka era mais do tipo de tomar medidas extremas. Era cautelosa a maior parte do tempo, até pisarem no calo dela, ameaçarem seu império. Se você chegasse a esse ponto, com certeza era um homem morto. Mas esconder também não era a decisão certa. Ela gostava de estar por dentro do que acontecia em seu território, e estava certa em relação a isso já que só conseguiria dominar tudo por ali se fosse bem informada. Josh não era exatamente um problema tão grande quanto à irmã, mas era um bom irmão e um cara leal ao dinheiro, então se soubesse o que estava rolando por ali correria até a irmã imediatamente. Ele não era muito bom em comandar, mas certamente sabia a hora de abrir o bico e fazer a coisa certa.

  Perdido em pensamentos mal notei quando um dos inúmeros shows da noite se iniciou no palco, deixando o resto da boate com pouca iluminação, e Barbara se esgueirou sorrateiramente de eu banco e começou a caminhar pela multidão. A perdi de vista por apenas meio segundo, e quando a encontrei ela estava conversando com um dos empresários a meio caminho de seu camarote. Travei a mandíbula lembrando da ordem de Malia. Ela deveria ter permanecido sentada. Saquei o telefone enquanto corria escada abaixo, sentindo a arma em minha cintura pinicar contra meu corpo, pronta para ser usada. O celular chamou uma, duas, três vezes e então a voz firme de Malia se fez audível sobre o barulho da musica. 

- O que aconteceu? _ Ela gritava.

- Avisa aos Devine Malia, faça isso. Ela esta pesquisando. _ Malia ficou calada por alguns segundos antes de concordar e desligar.

Mas a frente Barbara continuava sua pesquisa, interrogando pessoalmente algumas das dançarinas que estavam saindo do palco e algumas pessoas na pista de dança. Eu sabia que não iria dar em nada, mas aquilo iria espantar os clientes, a boate Gorila oferecia total sigilo e era por isso que era a mais procurada. Se uma louca der repente saísse por ai interrogando todo mundo certamente os frequentadores do local ficariam desconfiados e acuados. O celular vibrou no bolso do palito e eu rapidamente o atendi.

- Olá Justin.

- Rebeka. _ Respondi friamente enquanto tentava não perder a agente de vista.

- Escute só o que vou lhe dizer. Quero que siga as instruções, fui clara?

- Sim senhora.

- Quero que seja discreto e tira a garota da boate, leve-a para o lugar mais seguro que pode pensar e encontraremos com você amanha para não dar bandeira.

- Certo.

- E Justin... _ Esperei alguns segundos, mas ela não terminou a frase.

- Sim?

- Sacos cobrindo a cabeça não são muito coisa de filme de ação. Leve a garota desacordada, é mais seguro.

- Lá fora eu ainda preciso ser discreto?

- Claro que não. Você sabe, eu sou totalmente a favor da violência contra quem tenta mexer onde não deve. Espero que não faça nenhuma merda. Entrarei em contato logo.

- Sim senhora... _ Antes mesmo que eu pudesse em pensar em dizer alguma coisa Rebeka já havia desligado.

   Caminhei sorrateiramente até Barbara no meio da multidão e segurei sua mão levemente a afastando de outro homem como quem a chama para dançar. Apertei minhas mãos firmemente em sua cintura, enquanto me balançava ao ritmo da musica vendo os olhos de Barbara se arregalar em descrença. Me curvei como se fosse beijá-la e pressione meus lábios contra seu ouvido.

- Escute a chefia não esta nada feliz com essa sua pesquisa não autorizada. Eles querem bater um papo com você.

- Quem é a chefia?

- Não me lembro de ter mandando você falar. _Sorri levemente vendo os pelos de seu pescoço se arrepiar. – Vá até a garagem Barbara, estarei bem atrás de você. Não corra, não grite, nem tente chamar seus amiguinhos. Vamos evitar uma chacina aqui okay? _ Ela balançou a cabeça positivamente. – Fale em voz alta para que eu saiba que você entendeu.

- Eu entendi.

- Ótimo. Agora eu vou soltar você, e você vai sorrir e desfilar lindamente até a garagem. _ Segurei sua mão e a coloquei sobre minha cintura para que ela sentisse a arma ali. – Eu não sou o único com um brinquedinho desses Barbara, por favor, siga as regras e tudo acabara bem. _ Ela suspirou pesadamente e eu me afastei lançando um sorriso que ela correspondeu forçadamente logo se afastando e percorrendo o caminho até a porta. Eu estava a apenas alguns centímetros de distancia, os homens na porta já estavam a nossa espera. Josh se juntou a nós no percurso e Barbara tentou virar o rosto para vê-lo melhor.

- Olhe para frente docinho. _ Josh sussurrou e foi o que Barbara fez. Um minuto depois estávamos cruzando as portas fumes da boate. Já do lado de fora, Barbara virou-se lentamente.

- E então, onde esta a sua chefia?

- Presente! _ Rebeka gritou antes de desferir uma coronhada na nuca da agente que caio mole em meus braços.

- Isso era mesmo necessário? _ Malia bufou incrédula.

- Ah qual é, você sabe que eu gosto de grandes entradas. _ Malia revirou os olhos e olhou ao redor para se certificar de que ninguém estava nos observamos.

  Deitei a garota na parte de trás do carro esporte de Josh e assumi o volante.

- Sejam cautelosos. Entraremos em contato logo. _ Assenti em concordância e parti com o carro já tendo em mente o lugar para onde iríamos. E eu pensando que seria uma noite tranquila.

                                                                                       Continua....

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Oi oi gente bonita, posso dizer que estou bastante animada com esse capitulo e espero que vocês gostem e comentem, comentem muito e bem importante. Só posso dizer uma coisa, agora que a treta vai começar mesmo!

Desculpa qualquer erro ortográfico, beijos Andressa Reznick!