Cheguei em casa, desesperado e curioso, subindo as escadas com a
maior velocidade que eu poderia conseguir. Esperava encontrar
Danielle ali. Abri a porta de nosso quarto com força, sequer me
importando se ela quebraria ou qualquer coisa do tipo quando bateu na
parede, mas tudo o que encontrei foi a cama de casal muito bem
arrumada com uma folha de papel. Sem acreditar, acabei caindo de
joelhos no colchão macio.
Uma carta. Um tanto clichê, não? E o que vinha em seguida era mais
clichê ainda, já que, na carta, Danielle abriu seu coração para
mim, fazendo com que o meu próprio se contorcesse de dor.
“Liam, querido.
Primeiramente eu queria te pedir perdão por tudo. Por parar de
responder suas mensagens, não atender suas ligações e muito menos
retorná-las. Conheci pessoas nesses meses em que você estava fora,
e elas me fizeram bem. Não bem como você me fez nesses últimos
anos, mas bem.
Tive necessidade de me afastar pois senti que seu coração nunca foi
meu de verdade, e nunca será. Você sabe disso, não sabe? Eu sei
que sim, e que apenas tem medo de admitir isso para si mesmo.
Meu amor, se é que ainda posso te chamar assim, eu quero apenas sua
felicidade, e será melhor para nós dois se nosso namoro terminar
assim. Sim, terminar. Diga a todos que não deu certo, sim? Assim
doerá menos nossos corações.
Eu te tive por cinco anos, e ao mesmo tempo não tive. Seu coração
sempre foi de Julie, embora eu tenha demorado para perceber e aceitar
isso. Por você eu fiz algo. Por você. Eu descobri coisas que você
não sabe, Liam. Coisas que vão contra todas as suas certezas sobre
a garota que você realmente ama. Tudo o que eu descobri está numa
pasta, em cima do sofá. Dê uma boa olhada em tudo, com bastante
atenção e sentimento.
Por favor, não me ligue e não me procure, por mim. Vai ser melhor
ficarmos afastados por um tempo. Quando eu sentir que finalmente
consegui aceitar nosso futuro, eu te procurarei. E, se porventura
você ainda quiser manter uma amizade comigo, então iremos
conversar. Mas, por ora, peço distância. Para nosso bem.
Faça o que tem que fazer com a pasta, Liam. Sei que fará o que é
certo. É isso que sempre me encantou em você. Sempre tem certeza do
que fazer, mesmo quando não sabe o quê.
Eu te amo Liam, e você sempre estará no meu coração. Mas nossas
vidas continuam e, infelizmente, tomam um rumo diferente. Fique bem,
Liam. Seja feliz! Você merece!
Com muito carinho e pesar no coração, Danielle.”
Minha cabeça rodava. O chão rodava. O quarto rodava. Tudo rodava. E
eu só pensava naquela maldita pasta que eu nem vira em cima do sofá.
O que teria ali de tão importante? O que teria ali sobre a garota
que eu amo? O que teria ali sobre... Julie?
Sem pensar em mais nada, desci as escadas cambaleando, de volta à
sala. Vi a pasta de longe, e a agarrei com todas as minhas forças.
Abri.
Tinham vários papéis ali, aparentemente de um hospital. Um hospital
em Glasgow. Longe. Bem longe. Do outro lado do Reino Unido,
praticamente. Li cada papel atentamente. E então algo que me fez
perder o fôlego.
“Não”, pensei. “Não, não pode ser”. Eu não conseguia
acreditar. Não conseguia assimilar o que eu estava lendo. Meu
estômago acabou embrulhando, minha vista embaçou e tudo o que eu
fiz foi pegar o carro, com a pasta cheia daqueles papéis em meu
colo, e dirigir como um louco desgovernado até a casa de Andy.
Não bati na porta. Muito menos toquei a campainha. Sabia muito bem
que ele estava ali, então simplesmente fui entrando, feito uma
fúria.
- Hey,
cara – disse ele, animado, se levantando do sofá e vindo em
minha direção. Mas seu sorriso desapareceu com minha expressão.
– O que aconteceu, cara?
- Você
escondeu isso de mim – berrei, o empurrando com tanta força que
ele só não caiu porque esbarrou na parede. Eu o encurralei ali
mesmo.
- Do
que está falando? Por que está assim? Tá maluco, Liam? –
perguntou ele, mas eu não sabia mais o que estava fazendo. Também
não sabia se ele estava bravo ou simplesmente assustado. Não me
importava.
- Escondeu
Julie de mim – gritei ainda mais alto, a plenos pulmões. Ele me
olhava confuso. – Danielle descobriu tudo, Andy. Pare de me
enrolar e diga logo – eu continuava a gritar.
- Do
que está falando? – perguntou ele, fazendo com eu atirasse a
pasta em seu peito.
- Ela
tá internada. Você sabia. Você sabia!
- Liam...
– e então sua expressão estava preocupada. – Ela não tá
internada. Você não se lembra, Liam? – perguntou ele, me
fazendo congelar. – Ela morreu, Liam. Ela morreu em seus braços.
Era doloroso. Doloroso demais. Mas eu lembrava. Uma morte assombrosa
e extremamente dolorosa me perseguia. A morte da garota que eu amei.
A garota que eu amo. A garota que mudou minha vida, que me fez ser
quem sou hoje.
Já faziam duas semanas que Julie estava internada naquele hospital
em Wolverhampton. Eu ia vê-la todas as tardes, pois estudava de
manhã. Mas esse dia era especial. Eu ficaria alguns dias sem vê-la,
já que estávamos indo morar em Birmingham justamente no final desta
tarde.
Como de costume, cheguei sorrindo e trazendo umas flores que comprei
de uma floricultura ali perto. Ela estava sentada na cama e eu me
sentei ao seu lado, vendo-a abrir um sorriso fraco para mim. A
quimioterapia a consumia, seus cabelos estavam querendo começar a
cair, mas, para mim, ela só ficava ainda mais linda a cada dia,
apenas por ter força para lutar contra sua doença.
- Luto
por você, Li – admitiu ela, certo dia. – Luto para ficarmos
juntos – guardei essas palavras em minha mente durante anos, me
torturando com essas frases simples, mas de tamanha importância. –
Porque eu te amo, Li.
Sempre que eu via seu sorriso se abrir, eu lembrava daquelas
palavras.
Me deitei ao seu lado e a abracei. Queria apertá-la com todas as
minhas forças e nunca deixá-la escapar de mim, mas não podia. Não
podia apertá-la nem um pouquinho. Mas tudo bem, contanto que eu a
abraçasse e sentisse seu doce perfume natural.
- Li
– chamou ela, com a voz fraca. Olhei atentamente em seus olhos. –
Faltam poucos dias para sua audição, não é? – perguntou ela,
e eu assenti. Faltava menos de um mês para o X Factor. – Me
diz... Você vai seguir seu sonho mesmo sem mim? – aquilo me doeu
o peito. Como ela dizia aquilo para mim?
- Vou
seguir meu sonho, sim. Mas com você, Ju – disse, sorrindo. Mas
ela estava séria.
- Não,
Li – ela tentou balançar a cabeça, mas não tinha forças para
isso. – E se eu não conseguir sair daqui? E se... E se essa
doença ganhar? Você vai seguir com sua vida, amando uma garota e
a fazendo feliz, como você fez por mim?
- Isso
não vai acontecer – retruquei, indignado com o rumo de sua
conversa. Julie não ia morrer. Não podia. Eu precisava dela. Ela
não podia e não iria me abandonar assim.
- Por
favor, Liam – pediu ela, e seus dedos fizeram um esforço extra
para apertar levemente meu pescoço. – Me prometa que, se algo
acontecer comigo, você vai seguir sua vida – estava pronto para
retrucar e dizer que não, que isso não iria acontecer. E então
seus olhos se encheram d'água, que viraram lágrimas escorrendo
por suas bochechas. – Me promete, Liam. Promete que vai ser feliz
e deixar alguém te amar como eu amo. Por favor, Liam. Me promete –
pediu ela uma última vez, já chorando.
- Ok,
meu amor. Eu prometo – respondi, sinceramente, mas desejando que
não precisasse. Seu leve aperto em meu pescoço se afrouxou e ela
olhou diretamente em meus olhos, deixando com que eu lhe roubasse
um beijo.
Ficamos ali, abraçados, por algum tempo. Julie apoiava sua cabeça
em meu peito, de modo que eu pudesse ouvir sua respiração
dificultada. Meus braços rodeavam sua cintura, já fina pela anemia.
Seus cabelos também afinaram, e ela parecia ainda mais frágil do
que todas as vezes em que a vi chorar.
Foi então que seus braços se afrouxaram e se soltaram de mim.
Pensei que ela estivesse dormindo, mas não. Um barulho ensurdecedor
de “piiiiii” ressoou pela sala e eu abri os olhos com receio.
Olhei para a pequena garota em meus braços, a chamando, mas ela não
respondia. Estava mole, estava fraca, estava perdendo a cor.
Sem acreditar no que vira, saí correndo dali, correndo o mais rápido
que podia. E chorava. Chorava mais que um bebê recém-nascido com
cólica. Chorava com o coração partido. Chorava como nunca chorei
em toda a minha vida.
O carro de meus pais já me esperava na frente do hospital, e Andy
estava lá com eles e minhas irmãs. Entrei no carro desesperado,
gritando para meu pai andar logo, para sair dali o mais rápido
possível. Andy me abraçou e eu me deixei ser consolado por meu
melhor amigo.
- O
que aconteceu? – perguntou minha mãe. Mas eu não conseguia
responder. Era doloroso demais. Olhei fundo nos olhos de Andy e
então ele soube.
- Julie...
– começou ele, me apertando ainda mais em seu abraço terno. –
Julie morreu – sussurrou ele. Ouvir aquelas palavras foi como uma
facada em meu peito, e então tudo ficou preto. Acabei desmaiando.
FEEEEEEEEEEEEELIIIIIIIIIIZ NATAAAAAAAAAAAAAAL :3
(Atrasado, mas ok!)
Eu não vou tentar nem me explicar por esse capítulo. A única coisa que peço é que confiem em mim que tudo vai dar certo, ok?
Eu escrevi essa parte faz um bom tempo, antes de começar a postar aqui no blog. É uma parte bem triste, eu sei, mas necessária =/
Quero deixar uma fotinho aqui, pelo aniversário do Boo :3
Mesmo que você não nos conheça, nós te amamos, e não é pouco. Nos importamos com seu sorriso, e você sempre será nosso bebê (mesmo com 22 anos) ♥
Girls, não vou conseguir postar antes do dia 31 (aliás, acho que só volto comecinho de Janeiro), então desejo um FELIZ ANO NOVO, recheado de surpresas maravilhosas pra vocês.
Gabiiiiiiiiii que capitulo perfeito, ah to quase chorando, JULIE NÃO PODE MORRER SEM OR!!! Ta lindo, tudo lindo, to rezando pra Julie estar bem em algum lugar do mundo haha
ResponderExcluirBjos Manuuu
Oh my God vc quer me matar? Não vou aguentar até janeirooo!!!!!!
ResponderExcluirAmei, meu deus do céu que perfeição você precisa continuar logo. Amo os capítulos em que aparece o Liam e a Julie juntos
ResponderExcluirAhhhhhhhh ELA NÃO PODE MORRER PELO AMOR DE DEUS!!!! <3 Feliz ano novo pra vc tbm bbk <3 Te Amo msm não te conhecendo.. :3
ResponderExcluirXxAnna
Perfeito!!!! Feliz natal, e um ótimo ano-novo com muita criatividade para fics!! Haha
ResponderExcluirOq jule n morreu entendi direito?
ResponderExcluirContonua amei ;) x
GABI, MINHA XARÁ, EU TE ORDENO A MUDAR ISSO AGORA! A JULIE NÃO PODE MORRER! ISSO NÃO PODE ACONTECER, É IMPOSSÍVEL CERTO? NÃO TEM FIC SEM JULLIE! NÃO TEM VIDA SEM JULIE! NÃO TEM NADA SEM JULLIE! ENTENDIDO? ENTÃO EXCLUA ESSE CAPÍTULO E O REFAÇA! ok, agora falando sério! tá diva! mas eu to muito puta pela jullie morrer, e ainda nos braços do meu Li? Como pode? Nem sou directioner, nem nada, mas essas fics ~especialmente a sua~ me envolvem de uma maneira, que não tem como não me emocionar, mas por favor, posta logo! To ansiosa! Bjs e até 2014!
ResponderExcluirMdsss o que eu chorei com esse cap dava pra fzr outro oceano. Ficou perfeitamente triste, maravilhosamente belo e incrivelmente tocante. Eu amei, vc é uma escritora incrivel, Parabéns. Continua logo por favor.
ResponderExcluirCara Gabi, e o meu coração, como fica? Quer me matar de vez é?
ResponderExcluirNem preciso dizer né? Pq esse cap ta muito perfeito
Nossa esse cap afetou meu emocional :'((( continua sua fic é ótima!
ResponderExcluirIsaxx
Nossa triste!!! Como ela tecnicamente morreu nos braços dele??? Inacreditavel!!! Posta o proximo!!!
ResponderExcluiramei *-8 se a Julie morreu nos braços do lee, como a Dani '' descobriu'' q ela tá viva? tadinho do Lee :( doois baques de uma vez. Eve :)
ResponderExcluirCaraa, meus feels, como vc faz isso cmg????? To chorando aki 😢 para de ser diva molier u.u para não, para não kkkkkkk continua pelo amor de Deus senão eu vou ter um heart attack
ResponderExcluirBjs da Leh xx