Assim que ouvi aquelas palavras, senti Andy novamente segurando meus
braços. Dessa vez, seu medo era de que eu desmaiasse antes mesmo de
saber quais eram as notícias. Mas eu já sabia qual era a ruim. Só
torcia para a boa ser extremamente boa.
- A
ruim, por favor – pedi, fraco.
- A
notícia ruim é que sua medula, assim com a de seu amigo, não é
compatível com a srta. Samuels. A boa é que mais de dez pessoas
nesse hospital poderão usufruir de sua medula, em busca da cura de
suas doenças.
Por mais que não fosse Julie, a boa notícia era, de fato,
extremamente boa. Eu posso não ter ajudado quem eu mais queria, mas
ajudei outras pessoas. Agradeci o médico e disse para fazer o melhor
que pudesse antes de sair.
- Como
você tá? – perguntou Andy enquanto caminhávamos até o quarto
de Julie.
Assim que paramos em frente ao quarto dela, eu segurei a maçaneta
com firmeza e olhei-o nos olhos.
- A
pergunta seria “e agora?”. E eu vou responder o seguinte: agora
eu não vou sossegar enquanto não encontrar um doador de medula
compatível, porque não quero mais vê-la desse jeito, toda furada
e ligada por tubos – respondi, e então abri a porta e entramos.
Passamos o resto da tarde no quarto de Julie. Hoje era o dia em que o
pai de Julie geralmente vinha visitá-la e, como tal, ele veio. O
reencontro entre pai e filho fora tão emocionante quanto o de mãe e
filho. Encostado na parede, ao lado da porta, os olhando daquela
maneira, felizes e juntos, me senti novamente como um garoto de 12
anos. A diferença é que eu não tinha mais a garota.
Eu não queria ficar ali, olhando e relembrando o que eu já vivi –
e o que, talvez, eu não mais terei. Então sai, andando pelos
corredores. Resolvi ligar para Zayn, já que eu desligara na sua cara
uma vez e, na outra, não respondi sua mensagem.
Infelizmente, a ligação estava péssima.
- Onde
você tá? – perguntou ele.
- A
pergunta é: onde você tá? – retruquei e o ouvi rindo.
- Lembra
que eu disse que tínhamos surpresas?
- Sim.
Perrie, Nathalie e Eleanor estão ai – respondi. – É isso, não
é?
- Também
– respondeu ele.
- O
que, então?
- Espera.
Estamos entrando num hospital, tenho que desligar.
- Zayn
– disse, quase gritando.
E ele desligou. Hospital... Hospital... Meu Deus! Era horrível não
saber o que estava acontecendo. Quem estava no hospital? Alguém
passou mal? Porque eles estavam no hospital? E que surpresa maldita é
essa?
- Droga!
– resmunguei um tanto alto, assustando uma enfermeira que passava
ao meu lado. Depois de passar alguns corredores, sentei em um banco
afastado.
- É
difícil acompanhar seus passos, sabia? – reclamou uma voz
feminina, me fazendo olhar pra cima. Julie. Ela se sentou ao meu
lado, acomodando sua barra de soro atrás do banco. – O que te
preocupa tanto?
- É
difícil pra mim ficar assim, do seu lado, e fingir que nada
aconteceu entre nós – respondi, diminuindo o tom de voz a cada
palavra, até a frase terminar num sussurro.
- E
quem pediu pra você fingir que nada aconteceu? – perguntou ela.
Ainda assim, não consegui olhar para ela. Continuei fitando o chão.
– Aconteceu algo mágico e grandioso entre nós e eu nunca esqueci
disso. Você foi meu primeiro e único namorado, Liam. O primeiro e
único cara a quem me entreguei verdadeira e completamente. Você
foi meu primeiro amor e isso não deve ser ignorado. Você nunca me
fez sofrer. Pelo contrário, você só me fez bem. Eu suportei dois
anos dessa doença por você.
- É
bom saber que fui seu primeiro amor – respondi sinceramente. Eu
não tinha ideia de tudo aquilo. – Você é o meu famoso clichê
de grande amor – sussurrei, dando-lhe um beijo rápido e
inesperado na testa, como eu fazia quando éramos pequenos. Levantei
e sai.
Pouco mais de duas horas depois de eu sair do hospital, Zayn me
ligou. Eu estava entrando no saguão do hotel em que Andy e eu
estávamos hospedados depois de passar algum tempo apenas dirigindo
pelas ruas da cidade.
- Desembucha
– fui logo falando assim que atendi. – O que você estão
fazendo no hospital? O que aconteceu?
- Estamos
procurando você e, ah, pera – respondeu ele, desligando
novamente. Sinceramente eu não estava entendendo nada. Me
procurando? Eles se esqueceram que estou em Glasgow ou... Ah, merda.
- “Como
temos visto durante esses dois últimos dias, o integrante Liam
Payne, da banda One Direction, está em Glasgow e ainda não
tivemos nenhuma informação do porquê. Cerca de duas horas e meia
atrás, os outros integrantes, Zayn Malik, Louis Tomlinson, Harry
Styles e Niall Horan, apareceram no aeroporto da cidade, com suas
respectivas namoradas, Perrie Edwards e Eleanor Calder. Também foi
descoberto e revelado hoje que a outra loira com os rapazes,
Nathalie Cadence, é a namorada do caçula da banda, Harry Styles.
Mais informações a seguir. E agora...” – disse a mulher do
noticiário local.
Eles estavam aqui. Eles estavam AQUI. ELES ESTAVAM AQUI. Meu celular
tocou uma outra vez. Zayn.
- Poha,
Zayn – disse. – Vocês estão aqui, em Glasgow! A surpresa é
essa?
- É,
dude. É – respondeu ele. Mas não pelo celular. Ele estava ao meu
lado.
- Não
acredito! – quase berrei, abraçando-o. – Você tá aqui.
Caramba! Você tá mesmo aqui!
- Ei.
E eu? – perguntou Perrie, parando ao nosso lado. A abracei forte.
- O
que vieram fazer aqui? – perguntei, depois de dar um abraço em
cada um e notar o anel que Harry tinha realmente dado à Nathalie.
- Viemos
conhecer a famosa – respondeu Louis, rindo. – E então? Podemos
vê-la?
- É
melhor eu falar com ela primeiro, não acham? Descansem e, quem
sabe, amanhã iremos – respondi, sorrindo.
Depois de falar com a recepcionista do hotel e reservar quartos
próximos ao meu e de Andy, eles se acomodaram e ficaram por ali
mesmo. Niall ficou no quarto comigo e com Andy, já que estávamos
“solteiros” e os outros três em casal. Depois de mais uma hora,
Andy chegou ao quarto, apreensivo. Niall estava no banho.
- Julie
tá simplesmente puta com você – disse ele, de cara, sem perceber
a outra mala no quarto.
- Por
quê? – perguntei, sem entender.
- Ela
descobriu que você pagou a conta do hospital desse mês e a metade
atrasada do mês passado.
- Como?
– perguntei, um pouco alterado.
Depois da notícia de que minha medula não era compatível com a de
Julie e, antes de irmos para seu quarto, passamos na recepção. Eu
queria ajudar Julie de qualquer jeito. Perguntei sobre suas despesas
e, por Andy ser irmão de Julie e dizer à moça que estava tudo bem,
ela nos contou as contas pendentes. Eu paguei as contas e até um
pouco a mais, quase como uma gorjeta para os médicos e enfermeiros.
- Meu
pai foi pagar as contas hoje, e a mulher disse que estavam quitadas.
Ele não entendeu e ela disse que um rapaz junto ao irmão dela
tinha pago. Quando Julie voltou ao quarto, depois de você ter
saído, ele disse pra ela que foi você. Ela surtou completamente,
cara. Me chamou de “cúmplice traíra” e, se você estivesse lá,
voltaríamos ao tempo em que o desejo dela era te arrebentar.
- Eu
vou lá falar com ela – respondi, pegando as chaves e a carteira
sobre a cômoda ao lado da cama que eu estava dormindo.
- Liam,
é sério – interveio ele. – Ela tá uma fera.
- Eu
já acalmei essa fera uma vez, Andy. Não vai ser difícil acalmar
uma segunda vez.
- Não
esquece que essa fera não tem mais 13 anos, ouviu bem? Essa fera
tem 19. E em breve fará 20.
E foi isso. Eu saí. Corri até o carro e dirigi o mais rápido que
pude até o hospital. Quando entrei no quarto, Julie estava sentada
na cama, encostada no travesseiro, lendo um livro. Notei ser “A
Culpa é Das Estrelas”, do John Green. Seus pais não estavam.
- Atrapalho?
– perguntei, entrando devagar e fechando a porta em seguida.
- Você
já atrapalhou – respondeu ela, seca.
- Andy
me contou que você descobriu sobre a conta...
- Ele
também contou minha reação? – perguntou ela, ainda sem me
olhar.
- Bem...
Sim.
- Por
que fez isso? – perguntou ela, fechando o livro e, finalmente, me
olhando.
- Queria
te ajudar – respondi. No mesmo instante vi algo brilhante e
pequeno, que mais tarde descobri ser seu marcador de páginas, vindo
em minha direção Me esquivei. – Ei!
- Ei o
caramba! – gritou ela. – Você não tinha esse direito!
- Queria
que eu fizesse o quê? Era só uma conta!
- Era
a conta do meu tratamento, Payne. Meu tratamento. Você não tinha o
direito de dar um de bonzinho e pagar. Aliás, ninguém te pediu pra
fazer isso! Certo, não gosto do meu pai trabalhando dia e noite
para pagá-lo e, sim, ele economizou um bom dinheiro. Mas você,
ainda assim, não tinha o direito. Não sem me consultar ou avisar.
E agora vem com “era só uma conta”?
- Desculpa,
tá legal? Eu só quero te ajudar o máximo possível. A porcaria da
minha medula não é compatível com a sua, nem a do Andy. E eu só
queria te ajudar de alguma maneira. Assim como a droga do meu
dinheiro não vai fazer minha medula ser compatível com a sua, eu
queria ajudar como podia. Afinal, eu só tenho tudo isso por causa
de você.
- Por
causa de mim? – perguntou ela, e notei que abaixara o tom de voz.
Agora estava curiosa e confusa, e não mais brava. Desabei na
poltrona ao lado da sua cama enquanto ela me olhava atenta.
- Você
fez eu me inscrever no X Factor, em 2008. E eu quase não fiz a
audiência, porque, bem, eu achava que... – pausei, não querendo
concluir a frase. – Mas o Andy veio com aquela de que “a Julie
não ia gostar de ver você assim”, e eu continuei. Fui até a
Judge's House, mas parou por ai. Dois anos depois eu estava mais
determinado. E veja só no que deu – concluí, dando de ombros. –
Por causa de você eu continuei.
- Não
foi por mim, Liam. Foi por causa de você. Não eu.
Fiquei em silêncio por alguns minutos antes de olhá-la. Eu já
tinha notado antes que ela carregava um cordão no pescoço, mas em
nenhum momento consegui ver o pingente. Este ficava sempre escondido
dentro da camisola.
- Qual
é o pingente que deve ficar sempre escondido? – perguntei,
tentando descontrair o clima, mas sem realmente rir. Ela ficou
corada por um tempo e então mostrou. Era um pingente pequeno. Um
Donuts. Sorri. – Ei, acho que já vi esse Donuts – respondi,
fazendo-a rir. Me levantei, remexendo no bolso da calça e, de lá,
tirei um molho de chaves, me sentando novamente. Procurei mais um
pouco e achei, mostrando para Julie. – Eu também tenho o meu.
- Você
lembra? – perguntou ela, baixinho. Notei que seus olhos brilharam
por um instante.
- “Enquanto
tivermos esses brincos de Donuts, você vai ser o namorado e eu a
princesa.” – ela riu, também se lembrando. – “Por que eu
sou só o namorado e você a princesa?”. “Porque eu sou mais
importante que você” – terminei, também rindo. – Sabe, acho
que nunca concordei tanto com você como naquele dia.
- Sempre
o namorado. Sempre a princesa. Você esqueceu de algo... –
sussurrou ela, sorrindo. Me perguntei por uns instantes do que eu me
esquecera, mas, lentamente, ela colou nossos lábios num beijo calmo
e terno. Sabe aquela de fogos de artifício? É mentira. O mundo só
para de existir, de girar, e você para de se importar com ele
quando está com quem você ama. Ela me soltou e, enquanto eu a
olhava assustado, ela sorriu novamente. – É sempre a sua
princesa.
Aaaaaaaaaaaaaaaah, esse beijo! Eu tava tãaaaaaaaaaao ansiosa pra escrevê-lo (e mais ainda pra postar!)
E aí? O que acharam? O que acham/esperam que aconteça? Aaaaaaah, to ansiosa. Acho que vou ter que começar a escrever o próximo :33
Giiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiirls!
Eu perguntei se merecia 15 comentários ou mais e ganhei mais, aaaaaaaaaaaaah! Ameeeeeei! Obrigada de coaração mesmo. É por vocês que eu escrevo, e fico feliz em ter reconhecimento e incentivo!
E nesse? Mereço mais de 15 comentários de novo? Hahaha
Owwnt! Ameei nossa ta muito perfeito!
ResponderExcluirTenho acompanhado essa fic a um bom tempo e amoo
Adorei esse reenontro e a unica coisa q eu peço eh CONTINUAAAA PFV!!!!
Bjss da sua leitora leal
Luana Almeida
Divooooo demais esse capítulo! Fiquei romântica agora *-* tá perfeita sua fic bjss
ResponderExcluirIsa
perfeitoooooooo!!!!!! Essa Julie é marrenta msm hein?! haha quero ver a reação dela ao conhecer os meninos :) By: Eve :)*
ResponderExcluirOwwwwnt q perfeição.... Contiinuaaaaaaa logo porfavorr
ResponderExcluirCoooontinua PEREITO!
ResponderExcluirXX Letícia Silva
Mds! Q fofo!!!está perfeição pura!!! q lindo ele dois juntos é então emocionante... Parabéns mais uma vez!!! <333
ResponderExcluirEu to piraaando aqui muiê; Ta muito boa, continua logooo pooorfavoor :)))
ResponderExcluirLarissa :)
OH MY GOD!!!!!!!!! MEU CORASSAUM PAROU DE BATER! Poste logo! Continue logo! PLEASE!
ResponderExcluirhttp://qualquerinfinito.blogspot.com.br/
E meu sentimentos como fica? Ta perfeito continua
ResponderExcluirGabiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii eu quero te bater por me fazer chorar de novo hsuahsua ♥
ResponderExcluirO capitulo ta lindo, tudo lindo, quero o Payne pra mim pode? e ainda por cima tem gifs do supernatural SAM ♥ haha
Essa é a fanfic mais fofa da face da terra ♥
Tá brincando? Com beijos de Liam e Julie vc merece todos os comentários do mundo! Mas admito que fiquei com uma invejinha da Julie nessa hora. Que capítulo vida! Continua logo! Beijos!
ResponderExcluirQue fofo!!!!! Agr qero é ver qnd a Julie se encontrar com a Nathalie, vai ser interessante a reação delas, na verdade a de todos! Bjs!
ResponderExcluirVocê merece todos os comentários do mundo pq mulher tua história me emocina !! By Iza
ResponderExcluirAwwen q cap mais liamdo amooor :) ta pfta essa fic, como sempre ne haha vc é mt diva, merece muito mais q 15 comentários ;)
ResponderExcluirContinua com esses dois fofos, mds <3
Bjs da Leh xx
Continuaaaaaaaaaaaaaaa Perfeitooooooooooo!
ResponderExcluirJack xx
Merece muitooo mais, pq esse cap assim como a fic inteira, está perfeitamente maravilhoso
ResponderExcluirEsperando o próximo cap divo \o/ !!!!!!!!!!!!!!!
Continuaaaaaaaaaaaaa por favor sua fic é uma das minhas preferidas
ResponderExcluir