Coma? Como assim entrou em coma? Meu desespero só aumentava a cada
segundo e as lentas batidas do coração de Julie ressoando pelo
quarto através daquele aparelho só fazia eu me sentir ainda pior.
- Preciso
que você se retire – disse o médico, me tirando de minha súbita
dor. – Preciso que fique somente ela no quarto durante um tempo.
Caso contrário poderá ser perigoso para a saúde dela. Avisarei
quando ela puder receber visita novamente.
Cabisbaixo e ainda chorando, saí, relutante. Sabia que era melhor
para Julie e não queria fazer nada que pudesse prejudicá-la ainda
mais.
- Como
ela tá? – perguntou Andy, o rosto vermelho tomado pela dor e o
desespero de não ter notícias até o momento. – Como minha irmã
tá?
- Ela...
Ela tá em coma – respondi, sussurrando. – O organismo dela não
tá aceitando a medula da Nathalie.
- Mas
ela vai ficar bem, não vai? – insistiu ele. – Por favor, me diz
que vai!
- É o
que eu espero – respondi, abraçando meu amigo. Toda a dor que ele
também sentia me atingiu com força. Compartilhávamos a mesma dor
de um sentimento em comum pela mesma pessoa, mas representado de
formas diferentes: o amor de irmão e o amor simples e sem
definição.
Como não podíamos dormir no corredor e ninguém podia entrar no
quarto, voltamos para o hotel, todos tristes e chorando. Mas eu
sequer consegui dormir. Mal fechei o olho. Minha preocupação era
tanta que nem o sono me vencia. Já estava amanhecendo quando deixei
o sono me levar, e acabei dormindo até o meio dia do domingo, só
acordando ao ouvir meu celular tocando.
- Sr.
Payne? – chamou uma voz masculina vinda de um número desconhecido
assim que atendi. – É o dr. Paolo – médico da Julie,
acrescentei rápida e mentalmente. – Gostaria de saber se o senhor
ou algum parente da paciente podiam vir até o hospital o mais
rápido possível.
- Claro
– respondi rapidamente, já me levantando da cama. – Eu mesmo
vou. Chegarei em 15 minutos, talvez menos – acrescentei,
desligando em seguida.
Menos de 15 minutos depois eu estava passando afobado e atordoado
pela porta do quarto de Julie. Ela continuava na mesma posição que
eu vira na noite anterior, com a diferença que o médico estava
anotando algo em sua prancheta, e não mais mexendo em seu braço.
- Dr.
Paolo? – chamei, fazendo com que ele se virasse para mim.
- Boa
tarde, rapaz – disse ele, assentindo para mim. – Tenho ótimas
notícias. O organismo de Julie começou a aceitar bem a medula de
Nathalie, mas é um processo lento. Felizmente o coma, embora seja
algo ruim, veio em boa hora. A partir do momento em que ela entrou
em coma, seu organismo começou a aceitar, aos poucos, a medula
recebida. Creio que em algumas semanas ela vai estar novinha em
folha.
- Isso
é ótimo! – disse, quase gritando de felicidade. – Mas, e o
coma? Quanto tempo ela vai ficar assim?
- É
difícil dizer. Pode ser que ela acorde em poucos minutos, como ela
pode acordar daqui alguns anos. O coma nunca é previsível. Mas,
você quer um conselho, meu jovem? – perguntou ele, me fazendo
consentir. – Se você ama mesmo essa garota como eu já percebi
que ama, ore. Confie em Deus e espere. Só tenha fé – ele sorriu
pra mim, me dando um tapinha no ombro antes de sair do quarto.
“Só tenha fé”. Foi o que ela me disse essa semana. “Só tenha
fé, está bem? Por você, por mim e por nós”. Eu vou ter fé. Eu
tenho fé. É claro que ela vai sair dessa o quanto antes e, bem, eu
vou estar esperando.
Liguei para Andy, avisando-o que Julie estava melhor e que, agora,
estava aceitando bem a medula da prima. Em poucos minutos ele estava
no hospital.
- Cadê
os meninos? – perguntei assim que ele chegou.
- Eu
contei a notícia, mas achei melhor eles ficarem no hotel –
respondeu ele, dando de ombros. – Como ela tá?
- Tá
bem melhor – respondi. – Mas ainda em coma. Eu tenho uma puta
sorte, não tenho? – perguntei, rindo. – Sempre que eu consigo a
garota, acontece algo...
- Vou
começar a afastá-la de você, porque pelo amor de Deus – brincou
Andy, sentando ao meu lado no chão, perto da cama de Julie. –
Sinto que ela vai acordar logo – concluiu ele, sorrindo.
- Eu
espero por isso – desabafei, soltando um suspiro.
Já era tarde quando Andy foi embora. Eu resolvi ficar ali. Aliás,
eu fiquei por ali durante três dias, dormindo ao lado dela;
permanecendo ao seu lado, esperando que ela apenas desse um sinal de
que escutava quando eu falava com ela. Só saia de seu lado por menos
de 10 minutos, quando Andy me levava roupa para tomar um banho.
Eu não falava direito com os meninos, eu não via as meninas. O
único com quem eu conversava era o dr. Paolo, para saber como Julie
estava melhorando. O noticiário nos anunciava todos os dias, o dia
todo. Sorte que o hospital não permitia câmeras ali. Boatos de que
eu reencontrara Julie estavam se tornando frequentes – e todos
estavam certos. Mas eu não dava nenhum depoimento. Eu não falava
absolutamente nada.
Não sabia mais como os meninos estavam, ou se estavam bem. Eles
pararam, aos poucos, de ir no hospital. Apenas Andy ia, para ver a
irmã, mas ficava pouco. E eu sequer perguntava de meus amigos. Eu
nem sabia se eles ainda estavam em Glasgow. Provavelmente não. E por
que estariam? Eles vieram por mim e eu os troquei por Julie. Não me
arrependo de ficar ao lado dela. Me arrependo apenas de sequer
perguntar sobre eles.
Deus! Que tipo de amigo era eu? Eu nem perguntava como Andy estava se
sentindo! A sra. Samuels nem entrava no quarto. Olhava a filha apenas
pela porta. Ninguém conseguia ficar perto de mim. Ninguém queria se
aproximar de mim. Eu estava irreconhecível. Um pobre ser tolo e
ingrato. Tolo por não dar atenção a quem quer que viesse ver
Julie. E ingrato por não dar atenção a meus amigos, que vieram
para Glasgow por mim, e agora poderiam nem estar mais na cidade.
Quando dei por mim, estava chorando. Ao lado de Julie, sentado na
poltrona de visitas. Chorava feito um bebê. Estava agoniado e
atordoado por conta dos pensamentos, medos e preocupações que me
rondavam. Senti um toque em meu ombro e olhei esperançoso para
Julie, esperando que fosse ela. Mas não era. Era a sra. Samuels.
- O
que está acontecendo, querido? – perguntou ela docemente. –
Você não tem andado bem.
- Só
to preocupado – respondi, tentando secar as lágrimas
discretamente.
- Vá
descansar um pouco, está bem? Eu fico com ela até você voltar –
acabei hesitando por um minuto, mas percebi que ela tinha todo o
direito de ficar um momento a sós com Julie. Mais direito do que
eu. E então consenti, me levantando.
- Vou
para o hotel – avisei. – Se precisar de mim – concluí,
vendo-a sorrir serena para mim.
O carro que eu alugara quando cheguei na cidade estava estacionado no
fundo do hospital, exatamente como eu havia deixado cerca de uma
semana atrás. Entrei, ligando o rádio em seguida. A ironia é que
estava tocando Half a Heart. Era a minha música. A que descrevia
exata e perfeitamente como eu me sentia longe de Julie.
Dirigi com rapidez até o hotel e subi correndo para o quarto. Notei
que a mala de Andy não estava mais ali, mas a de Niall permanecia
intacta.
- Dizem
que quem é vivo sempre aparece – brincou Niall e eu notei que ele
estava deitado na cama. – Estão certos!
- Sim
– respondi, rindo. – Estão.
- O
que está procurando? – perguntou ele, notando que eu procurava a
mala de Andy por cada milímetro do quarto. – A mala de Andy? –
assenti. – Ele tá em outro quarto. Sua mala está com ele, também
– completou. Eu sequer tinha reparado que a minha própria mala
havia “sumido”.
- Qual
o motivo?
- Começa
com M... – disse ele, corando.
- Não
– disse, rindo.
- Sim
– respondeu ele, rindo comigo. – Ela chega hoje.
- O
que nossa morena misteriosa faz na cidade?
- Vale
dizer que estava de passagem? – deduziu ele, me fazendo rir ainda
mais. – Digamos que estamos bem.
- Bem?
– insisti, com um olhar malicioso.
- Bem
até demais – ele riu. – Nada oficial, mas, não sei. Já fazem
dois meses que estamos conversando.
- Tudo
isso? – perguntei, arregalando os olhos. Não parecia tanto tempo
assim. Mas, parando para fazer as contas, fazia quase um mês que eu
estava em Glasgow.
- Pois
é – ele sorriu, de cabeça baixa. – Nós ficamos antes de eu
deixar o Brasil, você sabe – assenti, uma vez que ele havia me
contado. – Eu só não pensei que sentiria tanto a falta dela –
ele concluiu, levantando a cabeça novamente. Percebi que o clichê
de “olhos brilhando” acontecia com Niall.
- Vai
fazer como o Harry? – perguntei, sorrindo como um bobo.
- Não
exatamente – ele riu mais uma vez. – Vou fazer melhor. A minha é
morena.
- Sua?
– provoquei. – Sua o quê?
- Namorada,
oras! – respondeu ele, e então começou a rir. De nervoso? De
vergonha? Talvez. Mas, talvez, de pura felicidade.
Niall me informou meu novo quarto e então saí. Passei no quarto dos
meninos antes, dando um abraço em cada um e combinando o “jantar”
mais tarde. Como eu sentia falta desses palhaços!
Andy estava sentado na cama, lendo, de modo que se assustou quando
ouviu a porta abrindo. Seu susto foi ainda maior por ver quem era.
- Mas
que milagre é esse? – perguntou ele, ainda incrédulo.
- Sua
mãe está com Julie. Resolvi dar um tempo para elas e, bem, para
mim – respondi, sem graça. Sentei na cama ao lado da de Andy e
encarei-o por alguns instantes. – Fui um babaca esses dias, não
fui?
- Em
relação a Julie ou o quê? – perguntou ele, com um leve sorriso
nos lábios.
- Em
relação a vocês.
- É –
respondeu ele. – Foi sim. Mas eu te perdoo. E os garotos também
já perdoaram.
- Como
sabe?
- Olhe
para trás – respondeu, rindo.
Nem precisei olhar para trás para saber que os meninos estavam todos
lá, com suas respectivas namoradas – e futuras, no caso de
Mariane, já que ela acabara de chegar. Todos correram para o quarto
gritando, me pegaram no colo e me arrastaram até a sala de jogos do
hotel. Como eu disse, senti falta desses palhaços!
E eu demorei mais uma vez, não foi? Ai, caramba!
Não vou ficar falando que tá difícil postar e tal, embora seja a verdade. Dessa vez, além de tudo isso, tive uns problemas pessoais e minha mãe não tá muito bem. Nada que alguns muitos remédios não curem, mas, enfim...
Como vocês sabem, a fic tá no fim, então vou tentar agilizar o máximo que eu puder para escrever. Até porque, tem muita fic divônica para começar. Não escolhemos nada ainda, mas, olha, li cada capítulo perfeito que mds! Estou tão ansiosa hahahahaha
Girls, não consegui os 20 comentários no último, então vou pedir 15 nesse, pode ser? :3
Awnnnnnnnnn gif do Jack e Finn *---* que perfeito, fofo e feliz esse capítulo! Tomara que a Julie fique bem :)) poxaa melhoras pra sua mãe! Bjss
ResponderExcluirIsa
tava c sdd. Daddy só tava sendo protetor, mas o legal é q ele percebeu o erro :) Ameiiiiiiiiiiiii <3 Melhoras p sua mãe tá? Evely :)*
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh Gabi vc merece ps 15 e muito mais.
ResponderExcluirTa perfeito, alias como sempre, pena que ta quase no final e que a Julie ainda não saio do como :(
A e que bom que o Lee resolveu sair um pouco do hospital né
Esperando o próximo cap
Aiii chore chorei e chorei. #emocionada
ResponderExcluireu também estava sentindo falta desses palhaços.
Está perfeito como sempre.
Continua <333
Ainn Gabi taaa mt perfeitaA a fic
ResponderExcluira fic tá perfeita gabi, mal posso esperar pelo próximo ♥
ResponderExcluirCara voce escreve super bem eu amo ler todas suas fic's !
ResponderExcluirEsperendo anciosa o procimo capituloo! Xoxo Jack <3
uhul mais um cap de Moments ja estava com saudades dessa fic eu ameiii esse cap pena que esta acabando :( continua logo tá e continua taken também beijos
ResponderExcluirXx Vicky
Como posso descrever meus sentimentos por essa fic? Só sei que vou chorar muito quando ela acabar :'( Capítulo perfeito! Continua Logo!
ResponderExcluirContinua logo. Quero muuuito saber o q vai acontecer com a julie. E tbm como vai ser o pedido do Niall. Bjs!
ResponderExcluirEssa fic me enche de feels. Pena que nada dura pra sempre,mas to ansiosa pra saber como essa fic acaba. Continua logo,beijos!
ResponderExcluirPfto
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluirAmei mas qyem ta on?
ResponderExcluirContinuaaa
ResponderExcluirCara que cap divooooo! Comecei a chorar aqui, to sentimental kkkkk na vdd é sua fic pfta q me deixa assim pfta
ResponderExcluirHey vc é cristã (evangélica)? Pq parece Rçrç
Continuaaaaa pfta
Bjs da Leh ❤❤
Ta simplesment divo lianda ...
ResponderExcluirCntinua.. please
ps. Liah
amorrrrrrrr que demora :( eu espero que esteja tudo bem!! estou muito ansiosa para o prox cap e amo essa fic <3333333
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