DNA - Capítulo 13 - Sorry

No último capítulo...

Minutos depois, antes do horário já digo, eu chego no lugar onde supostamente Zayn deveria estar. Só que não havia ninguém. Eu acho estranho, então me sento no chão o aguardando. Fico pensando no sonho, no campo, no apelido de Harry, em minha família. Penso tantas coisas que olho para o relógio e percebo que quem está atrasado é Zayn, já eram 10h15. Será que tinha acontecido algo? Quando eu já estava me levantando a porta abre relevando um Zayn zangado.

Meu corpo se arrepia. Algo me dizia que essa aula iria me dar mas dor de cabeça que eu costumo ter.

- Vamos... – Fez um movimento para eu me levantar e andar até ele. Eu apenas assinto. – Você sabe alguma coisa sobre escudo?

- Você sabe que não. – Digo tímida, com meus ombros caídos e também receosa. – Eu descobri fazem poucos dias, você sabe... Você estava lá.

- Laurence. – Falou seco. – Você quer aprender isso?

- Claro... – Minha voz sai medrosa.

- Você quer aprender isso?

- Sim. – Digo com a voz mais rígida.

- Eu não acredito...

- Por que?

- Se quisesse já teria ido pesquisar algo.

- Eu não tive tempo...

- Teve.

- Não.

- Ontem quando você estava na cachoeira com o Styles. – Sua feição tornou-se levemente abatida.

- Você estava me perseguindo Zayn? – Perguntei com um sorriso.

- Claro que não! – Disse irritado. – Eu sou se professor não seu amigo, para você tanto aqui como lá fora é Malik.

- Tio Malik? – Brinquei.

- Menina você não tem noção do perigo?

“... mas sabe se tem algo que eu gosto, é o perigo. Sentir o sangue ferver, senti adrenalina. O medo é algo bom, baixinha.” As palavras de Harry invadem minha mente. Se o perigo for Zayn, ou melhor tio Malik, eu estou gostando.

- O que você vai fazer comigo tio Malik? – Segurei o riso.

- Você pensa que é quem? – Falou muito irritado.

- SeuNome Laurence. – Falo indiferente.

- Para mim você é apenas uma menina fraca que está morrendo de medo desse mundo que do jeito inconsequente que você é vai acabar por se ferrar. Aqui não é jardim de infância. Aqui não é um acampamento de verão pelo qual você conhecerá um menino, se apaixonara e casará. Aqui é um lugar para você crescer e amadurecer. Eu nem sei o que você faz aqui, está na cara que não vai melhor o escudo e nem dominar algum elemento, você é fraca demais. Você é patética.

Na vida você recebe vários puxões de orelha, escuta coisas que te deixam mal e diversas outras coisas. Você acaba aprendendo que todas as coisas ruins que você pode escutar ficam piores se vem de alguém importante ou alguém que você gosta muito. Eu não poderia encaixar Zayn em nenhuma dessas coisas, mas o que eu senti... eu nunca senti nada assim.

Sempre fui uma menina forte e eu nunca fui fraca. Sempre fui muito dedicada, se eu quisesse estudar eu teria e me sairia muito bem. Eu apenas não tive tempo. Só que Zayn estava certo. Eu tive, preferi ficar com Harry.

Os olhos escuros de Zayn me encaravam. Eu não conseguia pronunciar uma palavra. Nos olhos dele eu via meu reflexo. Cabelos caídos, rosto pálido, olhos ocos, expressão vazia e meu sorriso apagado. Essa não era eu.

A menina responsável, a garota que raramente sente qualquer tipo de emoção, só sorri ao lado do melhor amigo e da melhor amiga, a menina que cuida das irmãs e do pai e principalmente a menina que não se recua por nada. Só que lá estava eu, ombros caídos e com um escudo invisível apenas tentando não deixa-lo cair por culpa de Zayn.

Como eu poderia ter mudado tanto? Como minha vida tinha mudado tanto? Só fazia dois dias. Como pode ter mudado tão rápido. Respiro fundo e encaro o Zayn. Nesse momento eu agradeci por ser um escudo, por mais que soubesse que ele não podia ler minha mente. Agradeci por ser escudo, porque prova que eu sou forte. Que ninguém pode me atingir. Era isso que eu tinha que provar para Zayn. Ele era ninguém.

- Desculpa Malik. – Forcei um sorriso. – Fui muito petulante. Deveria ter me dedicado mais eu sei. Podemos começar desde o inicio?

Sua orbita preta juntou com a minha. Era olho com olho. Um laço invisível nós unia. A tensão do ar estava densa. Não mexíamos um músculo sequer. Eu aguardava algum passo dele, me dizendo que estava tudo bem. Talvez um pedido de desculpa, qualquer coisa, entretanto tudo que eu recebo era um silêncio agonizante.

- Você não vai falar nada? – Reclamei. – Tudo bem. – Dei de ombro e fingi indiferença. – Vou encontrar Harry, me avise quando você crescer. – Falei brava, andei rapidamente até a porta.

- Amanha no mesmo horário, podemos recomeçar. – Falou.

Eu não olho para trás, pois um pequeno sorriso apareceu em meu rosto. Apenas respondo um “tá”.

Almoço sozinha, porque aparentemente todos sumiram ou estão em aula. Pego meu celular, eu nem sabia se pegaria sinal ou qualquer coisa. O sinal é incrivelmente bom, contudo, para minha decepção ninguém havia me ligado ou mandado uma mensagem. Nem minha irmã. Olho para mim mesma sentada em uma mesa sozinha. Sempre fui sozinha, mas nunca literalmente.

Volto para meu quarto e me deito na cama. Peguei um dos livros que tinha trazido comigo. Nada me agradava, não focava em nada. Olhei para porta com a vontade que Ellie aparecesse e me animasse. Só que eu realmente estava sozinha.

Eu não fazia nada há horas. Olhei impaciente para o relógio. Quatro horas em ponto. Andei até a pequena janela. Fazia um belo dia de sol. Sem pensar duas vezes coloquei o biquíni por de baixo de minha roupa e me pus a caminho da cachoeira.

O silêncio e o som da água levam toda minha angustia para qualquer outro lugar. Estava boiando na parte calma da cacheira. Meus olhos estavam fechados e a água tocando em meu rosto. Estava no meu ponto de paz, na minha tranquilidade.

- Eu sabia que iria te achar aqui. – Sua voz rouca me roubou um sorriso de olhos fechados. – Você sumiu.

- Você que sumiu. – Falei mantendo os olhos fechados.

- Estou aqui te olhando há minutos.

- Serio? – Perguntei finalmente abrindo os olhos.

Harry estava sentando na margem do lago, mantendo uma distancia confortável da água. Segurei o riso. Aproximei-me dele, em quanto seus olhos não desgrudavam dos meus.

- Sim.

- Por que fazias isso? – Perguntei saindo da água e me sentando ao seu lado.

- Eu já te falei, gosto de te olhar.

- Tudo bem, vamos trocar de assunto? – Perguntei rindo.

- Vamos falar do seu fracasso na aula com o Malik? – Segurou o riso.

- Fracasso?

- Camille nós contou que você não consegue fazer nada, que chegou a chorar e Zayn teve que cuidar de você.

- Que? – Falei indignada. – Eu nem chorei!

- Não? – Perguntou normal. – Bem, na verdade eu não acreditei quando ela me contou.

- Não foi nada assim! – Minha voz era de raiva.

- Me conte o que aconteceu baixinha. – A voz tranquila de Harry me fez ceder um sorriso. Contei o que aconteceu, sem poupar os detalhes. – Nossa... Ele te tratou mal...

- Conte-me uma novidade. – Dei de ombros.

- Sabe baixinha. – Falou me olhando. – Acho que ele gosta de você.

- Ele namora a Camille.

- Namoros acabam.

- Mas eu não quero nada... E ele não gosta.

- Você merece coisa melhor.

- Quem? Você? – Ri.

- Vai dizer que você não me pegaria? – Riu.

- Não.

- Pelo amor baixinha, eu arraso.

- Não comigo. – Falei rindo dele e ele fingiu estar magoado. – Para Haz. – Deito em seu colo. – Eu ficaria com você, se tudo não fosse complicado.

- O que tem de complicado? – Perguntou acariciando meus cabelos.

- Você sabe...

- Eu sei. – Sorriu de lado.

- Fora que eu te conheço ainda tão pouco...

- Harry Styles, prazer. Tenho 19 anos. Domino fogo e terra. Tenho a habilidade de força. Tenho uma irmã com quem eu não tenho contato. Tenho dois gatos de estimação, não era um aluno muito inteligente e sou um cantor razoável. Se pudesse ter uma vida normal eu ia querer participar de um programa de talentos e poder ser um cantor. Quando tinha 12 anos quase botei fogo no meu colégio e uma vez incendiei meu quarto. Os bombeiros nunca descobriram o causador do fogo. Comecei a aprender a dominar sozinho. Descobri que quando eu ficava com raiva conseguia colocar fogo nas coisas. Eu tenho medo de água porque ela é a única coisa que ameaça meu “poder” e tenho medo de você...

- De mim?

- Você é a única menina que não me quer e a única menina com que eu acho que vale a pena ter uma amizade, nem que isso signifique ser só amigo. Isso me assusta, eu não tenho conhecimento desse tipo de sentimento.

- Acho que você está chapado Styles. – Ri, contudo ele não riu. – Ei, Harry, não espere muito de mim. Não sou tudo isso que você acha que eu sou. Eu posso te decepcionar.

- Jamais me decepcionaria.

- Como você tem certeza?

- Por que eu acho que você é muito mais do que você acha que é.

A noite começou a dar sinal que chegaria por volta das seis horas. Mais ou menos na hora que eu e Harry resolvemos jantar. Para minha alegria encontrei Ells com Niall e Liam no refeitório, jantamos todos juntos. Na outra mesa eu troquei olhares desconfiados com Zayn, que sentava com a namorada e outras meninas. Pude jurar que em uma das trocas de olhares ele me cedeu um sorriso. Eu posso dizer que é real, mas meu cérebro me diz que eu estou me enganando em achar isso.

Ellie me convidou para ir até a floresta hoje, já que ela, Niall e Liam fariam uma fogueira. Perguntei quem além deles iam. Com um sorriso tímido, ela me contou que viriam todos inclusive Camille. Já sabia minha resposta, mas mesmo assim esperava que eu falasse sim. Eu a neguei. Harry também insistiu que eu viesse, mas falei que não estava bem, como um bom amigo ele apenas concordou.

Não era nem tanto pela Camille e sim por causa do fogo. Desde o meu sonho a palavra fogo me arrepia. Nunca gostei de fogo, nunca. Imaginar que o fogo pode machucar alguém me faz gostar menos ainda. Imaginar que o fogo matou Zayn em meu sonho me faz entrar em colapso mental.

Olhava para o teto tentando afastar a imagem de Zayn com Camille na fogueira, a imagem do fogo, a imagem de meus amigos se divertindo sem mim, de minha família se divertindo sem mim e até de Louis beijando Tami de minha cabeça. Só que todas as tentativas saem falhas e frustradas. Tudo que eu queria era minha vida normal.

A campainha toca e varias batidas na porta são escutadas. Perdi a conta de quantas vezes tocou. Não queria atender. Só que a pessoa atrás da porta era insistente. Minha cabeça já não aguentava todos aqueles pensamentos acompanhados com o barulho da porta. Em um movimento rápido eu abro a porta e me deparo com nada. Apenas com uma rosa branca com um bilhete branco com escritas à mão:

Desculpa.

Olá, passando aqui para postar o primeiro do dia. Daqui a pouco já posto o outro ai respondo comentários e falo com vocês, pode ser? <3

Cya Babys, very soon

-  Aninha