20 de junho de 2014

Moments - 39º Capítulo: The two of us


 Senti um arrepio percorrer meu corpo com o vento que entrava pela brecha da janela. Pensei em levantar-me e fechá-la, mas a preguiça me venceu, de modo que permaneci apenas deitado na cama. O vento aumentou com o barulho da janela se abrindo, mas tudo o que fiz foi puxar o cobertor para mim, cobrindo a cabeça. Mas então o cobertor foi puxado com rapidez, fazendo com que eu me encolhesse na cama, tentando cobrir o corpo com meu travesseiro, que, segundos depois, também foi arrancado.

- Niall, chega de palhaçada – resmunguei, inconscientemente, cobrindo o rosto com as mãos.
- Não é o Niall – retrucou uma voz feminina, com uma gargalhada contagiante. Me sentei na cama, assustado, vendo Julie rindo.
- Ah, é você – brinquei, debochando dela. Me deitei novamente, virando de costas, a fim de dormir mais uma pouco. Mas logo senti um peso ao meu lado no colchão e, em segundos, esse “peso” estava sobre mim.
- A-COR-DA! – resmungou ela, pausadamente.
- Me virei para olhá-la, ficando de barriga pra cima. Segurei em sua cintura, puxando-a para mim. Mas então ela se desvencilhou, pulando para fora da cama. Levantei-me em seguida.
- Já pro banho – mandou ela, jogando uma toalha em mim e apontando para a porta do banheiro.
- Sim, mamãe – disse, roubando-lhe um selinho.
- Não pode beijar sua mãe na boca, rapaz – retrucou ela, rindo. Eu já estava na porta do banheiro, mas virei-me para ela, vendo-a parada no meio do quarto, ainda rindo de sua piada. Corri até ela, antes que ela pudesse tentar escapar, e puxei-a para um beijo mais demorado.


- Essa “mãe” eu beijo onde e quando eu quiser – disse, lançando-lhe uma piscadela antes de entrar no banheiro.


Em menos de duas horas de voo estávamos em Birmingham. Ainda não havia visto meus pais depois da turnê e, como Julie também queria vê-los depois de tantos anos, achamos melhor visitar minha família antes da viagem. Passaríamos dois dias de descanso na cidade.
Ao chegarmos em frente à casa de meus pais, vi Julie parada, observando todo o local. Ela olhou o jardim com as flores bem conservadas de minha mãe. Olhou a fachada com adornos e na cor de tijolos recém-colocados. A pequena varanda com um banco que minha mãe insistiu em colocar. As portas que parecem janelas, uma de cada lado da porta principal, sendo que uma dá para a pequena varanda enquanto as outras dão, uma para o gramado bem cortado e alinhado e a outra para a trilha que segue até a calçada, onde nos encontrávamos. As janelas imponentes com apenas uma fresta por onde entrar o vento fraco e fresco da cidade, algumas cobertas por cortinas, impedindo a visão de dentro.


- Tudo bem? – perguntei, me aproximando lentamente e segurando em sua cintura. Ela despertou de seu transe, passando as mãos nos braços, como se estivesse com frio. Abriu um sorriso afetado no rosto, olhando para mim.
- Lembrei de quando eramos crianças. Quando vivíamos na casa um do outro.
- Crianças? – brinquei. – Eramos adolescentes.
- Pré adolescentes – corrigiu-me ela, voltando a olhar a casa, mas, dessa vez, sem sorrir.
- Certo. Vamos entrar.


Minha mãe já nos esperava na sala, juntamente com Ruth e Nicola. Meu pai só não estava junto porque estava no trabalho – ele é gerente de um banco da cidade. Durante a estadia em Glasgow, eu ligara para minha mãe várias vezes, de modo que ela já sabia que viríamos, que horas chegaríamos e também de Julie e de todo o ocorrido.

- Ju! – gritou minha mãe assim que entramos, abraçando Julie primeiro. – Senti tanto a sua falta, querida. Como você está? Liam chorou tanto sem você – devido ao meu pigarro forte, ela parou, soltando Julie. – É muito bom vê-la novamente. Seja bem-vinda ao nosso novo lar.


Notei que minha mãe falava com Julie não como alguém que passara seis anos internado, consumido por uma doença quase terminal e sem esperança de cura, mas sim como algum parente ou amigo distante que não se viam há anos e que, agora, visitava sua casa nova.

- Obrigada, sra. Payne – respondeu Julie. Por mais que soubéssemos bem até demais o nome dos pais um do outro e, apesar de eles insistirem para não os chamarem de senhores e senhoras, era um costume nosso. – Estou feliz de vê-la também. É muito bom estar aqui.

Depois de ambas sorrirem, minha mãe me abraçou, enquanto Nicola e Ruth, que já haviam me cumprimentado, arrastavam Julie para mostrar a casa. Elas sempre gostaram muito uma da outra, e me fazia sorrir vê-las juntas novamente.


- É bom ver o brilho nos seus olhos novamente – disse minha mãe, beijando minha testa. – Eu sabia que você ia reencontrar sua felicidade.

Isso é verdade. De alguma forma, minha mãe sempre soube. Ela não sabia como, nem quando e muito menos com quem. E eu soube quando Danielle e eu brigamos uma vez. Eu estava em Birmingham e brigamos por celular. Lembro-me que eu estava muito mal, e então ela entrou em meu quarto, me abraçou e disse que tudo ficaria bem. Mas, antes de sair, ela disse isso. Disse que poderia parecer estranho no momento, mas que um dia eu reencontraria minha felicidade.

- Agora faz sentido pra mim – admiti, sorrindo para ela enquanto lembrava de suas palavras naquela ocasião.


Enquanto Julie ajudava minha mãe a preparar o almoço, parecia que eu havia voltado no tempo, pois, quando éramos “pequenos”, ela ajudava minha mãe toda vez que vinha em casa. Elas passavam horas na cozinha, sempre preparando um prato delicioso. Eu amava a relação que elas tinham, e amo, pois é como se nada tivesse mudado. Para ser sincero, parecia apenas que tínhamos passado um longo tempo longe de casa e, agora, estivéssemos matando saudades – o que não era tudo mentira, já que estivemos realmente fora por um longo período.
Depois do almoço, Nicola e Ruth voltaram para seus trabalhos, já que só tinham a manhã livre. Ruth é como uma organizadora de festas – é a cara dela, sinceramente – e Nicola seguiu a carreira de meu pai – banqueira. Minha mãe, como não trabalha, foi ao mercado comprar ingredientes para fazer a torta preferida de sua nora – torta de frango. E ainda dizem que as sogras são ruins! Vai entender...
Com a ida de minha mãe ao mercado, sobrou para eu limpar a cozinha e Julie resolveu me ajudar. Enquanto Julie lavava a louça, chacoalhei a toalha de mesa e a coloquei de molho – eu sei muito bem como cuidar de uma casa. Em seguida, resolvi varrer a cozinha, batendo a vassoura no pé de Julie.

- Desculpa, foi sem querer – disse, apressado. Mas o olhar que ela me lançou não foi nada sem querer, acreditem. – É sério! – insisti, vendo-a sorrir docemente. Tão docemente que seus olhos chegaram a fechar com o ato.
- Tudo bem – respondeu-me.

Já havia terminado de varrer e acabara de pegar um balde para passar pano no chão. Estava arrumando o pano no rodo quando senti um líquido gelado em meu braço. Vire-me no mesmo instante, vendo Julie rir loucamente, percebendo que ela passara a bucha em meu braço. Aproveitei que não tinha nenhum produto de limpeza no balde – somente a água pura – e o virei com vontade nela.


- Payne – berrou ela, ensopada dos cabelos aos pés. Comecei a correr, mas, devido ao detergente que eu jogara no chão para limpá-lo, acabei escorregando e caindo de costas. Nesse instante, Julie enchera o balde com água e o lançou em mim, escorregando logo em seguida.


Puxei-a para perto, enchendo seu cabelo de detergente por esfregá-lo no chão. Comecei a empurrá-la e a puxá-la de volta, fazendo-a rolar e se esfregar por inteira, deixando-a cheia de espuma.

- Para – berrou ela novamente, rindo. – Chega, chega! – repetiu, tentando se levantar. Mas só tentando, porque caiu novamente em seguida. – Certo... – Julie desistiu, me olhando por um breve momento em que pude contemplá-la e admirá-la. Como ela é linda! – Vamos terminar de arrumar essa bagunça antes que sua mãe chegue.
- Medo da sogra? – brinquei, ajudando-a a levantar e me levantando em seguida.
- Não. Medo de você ficar de castigo – retrucou ela, mandando-me um beijo.


Quando enfim terminamos de limpar a cozinha – dessa vez sem mais brincadeiras –, deitei-me no chão com os braços abertos enquanto Julie terminava de limpar o fogão. Fechei os olhos e então senti Julie aninhando-se em meu peito e jogando uma perna sobre a minha. Abracei-a e peguei no sono.



Ouvi um barulho como o de uma porta de abrindo e, em seguida, risadinhas. Ouvi, também, sussurros, mas não sei de onde vinham. Cheguei a conclusão de que estava sonhando.

- Liam – ouvi uma voz doce e conhecida sussurrar meu nome, mas não a reconheci de imediato, só lembro-me de ter sorriso e escutado outra risadinha. – Liam – outro sussurro e, desta vez, reconheci a voz como sendo de Julie. Abri levemente os olhos, vendo-a ajoelhada ao meu lado, mas com a cabeça curvada sobre mim. Ela estava com outras roupas e supus que ela havia tomado banho. – Acorda e vai tomar um banho, está bem? – pediu ela, me fazendo consentir. Levantei-me e fui justamente tomar banho. Quer dizer, me barbeei antes, claro, o que fez com que eu demorasse.


Quando finalmente saí, um cheiro me atingiu em cheio. Cheiro de frango! Não notei que estava com fome até sentir esse cheiro e meu estômago roncar. Desci lentamente as escadas, vendo meu pai parado na porta. Ele havia acabado de chegar.

- Que bom te ver – disse, abraçando-o com força.


- Agora sei porquê sua mãe está fazendo essa torta maravilhosa – disse ele, me soltando.
- Já viu quem eu trouxe? – perguntei, olhando Julie sorrir enquanto secava as mãos em um pano de prato. Ela caminhava até a porta da cozinha que dava para o saguão.
- Ainda não – respondeu ele. – Cadê ela? A nossa famosa!
- Aqui! – respondeu ela, rindo e abraçando-o. – Quanto tempo!
- Pois é, menina sumida – retrucou ele, soltando-a. – Agora só falta o casamento.
- Menos pai – respondi, vendo Julie ficar vermelha. – Menos.


Ficamos conversando na sala enquanto esperávamos Nicola e Ruth chegarem, até que elas, enfim, resolveram aparecer – cerca de meia hora depois de meu pai. Fomos para a cozinha e continuamos conversando enquanto devoramos as duas tortas que minha mãe e Julie prepararam – não sobrou nem um pedacinho para contar história.
Depois de comermos a torta, Nicola e Ruth foram deitar e minha mãe arrumou meu quarto para Julie dormir. Eu dormiria na sala. Assim que meus pais se deitaram, fui até meu quarto e bati na porta, escutando um “entra” antes de finalmente entrar. Caminhei até a cama, onde Julie estava sentada, e me sentei ao seu lado.

- Tudo bem? – perguntei, vendo-a consentir lentamente. – Está gostando de ficar aqui?
- Bastante – respondeu ela, sorrindo. – Me bateu uma saudade de antigamente, sabe? Só que sem dor – concluiu, abaixando a cabeça.
- Prefiro o hoje, sabia? – perguntei, levantando seu rosto, fazendo-a olhar para mim. Ela tinha uma expressão confusa, com uma tristeza no olhar. Ela encostou a cabeça em meu peito enquanto eu a abraçava.
- Dorme comigo? – pediu ela, mordendo os lábios.
- Só espere eu buscar minhas coisas na sala – respondi, beijando-lhe o topo da cabeça antes de ir até a sala.


Quando voltei, com o travesseiro e a coberta em mãos, Julie estava deitada e parecia dormir. Arrumei meu travesseiro ao seu lado, tirei a camiseta – ficando apenas de calça de moletom para dormir –, apaguei a luz e deitei também. Estava pegando no sono quando senti dedos passeando por meu peito e então um beijo em meu pescoço, que foi descendo por todo o meu peito. Sorri. Eu já sabia quem era e o que ela queria.







Girls mais lindas! Me perdoem por essa demora de quase dois meses. Só Deus sabe o quanto foi difícil escrever esse capítulo! Minhas semanas estavam assim: sete trabalhos, três seminários e cinco provas por semana. Ai Deus, quase joguei tudo pro alto! Quase entrei em depressão :F (mentira, exagerei bonito agora). Enfim, foi difícil, mas tá aqui. Estou entrando de férias da escola (eeh) e, mais alguns dias depois, férias do estágio. Então acho que vou poder escrever e escrever e escrever pra postar rápido pra vocês, o que acham?
P.S.: O capítulo 40 já está pronto e tem um hot longuinho. Não sou boa com hots, então me perdoem se não estiver bom. Posto ele com 15 comentários nesse, pode ser?
Então é isso. Espero que até daqui a pouco *ooooooo*

(Só pra descontrair...)

16 comentários:

  1. AHHHH MDS
    QTA PERFEIÇÃO *0*
    Parou na melhor parte !! Kkkkkk
    Essa fic me toca de um jeito *-*

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  2. AI MEU DEUS AI MEU DEUS AI MEU DEUS AI MEU DEUS *--------*
    continua poor favor

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  3. @_@ to esperando a ...

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  4. Pelo amor de Deus vc nao sabe o quanto esperei por isso Jiam é tão vida...

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  5. Ahhhh que falta que me faz essa fic!! Amo demais! Aham não é bom hot fala serio me arrepiei só com esse finalzinho1 awnnn posta logo! Bjsss
    Isa xx

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  6. Caraambaa, cade o povo comentando, teen q continuar pq eh mta perfeição

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  7. Ahhh que bom q vc voltou, tava com sdds. posta o proximo rpidoo

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  8. Esse risinho safado do Ian no gif kkkk kkkkkkkkkkk tao fofos elea dois na coznha *-* Continua

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  9. Q fic mais perfeita :3
    Continua flor

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  10. Parou na melhor parte -.-
    Kkkkkk

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  11. Essa fic é per-fect kkkk
    Continuua

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  12. Own Jiam ée tao cute :3

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  13. Tava com saudades!!!
    Awnn esse casa é tão vida!!!!

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