Senti um arrepio percorrer meu corpo com o vento que entrava pela
brecha da janela. Pensei em levantar-me e fechá-la, mas a preguiça
me venceu, de modo que permaneci apenas deitado na cama. O vento
aumentou com o barulho da janela se abrindo, mas tudo o que fiz foi
puxar o cobertor para mim, cobrindo a cabeça. Mas então o cobertor
foi puxado com rapidez, fazendo com que eu me encolhesse na cama,
tentando cobrir o corpo com meu travesseiro, que, segundos depois,
também foi arrancado.
- Niall,
chega de palhaçada – resmunguei, inconscientemente, cobrindo o
rosto com as mãos.
- Não
é o Niall – retrucou uma voz feminina, com uma gargalhada
contagiante. Me sentei na cama, assustado, vendo Julie rindo.
- Ah,
é você – brinquei, debochando dela. Me deitei novamente, virando
de costas, a fim de dormir mais uma pouco. Mas logo senti um peso ao
meu lado no colchão e, em segundos, esse “peso” estava sobre
mim.
- A-COR-DA!
– resmungou ela, pausadamente.
- Me virei para olhá-la, ficando de barriga pra cima. Segurei em sua
cintura, puxando-a para mim. Mas então ela se desvencilhou, pulando
para fora da cama. Levantei-me em seguida.
- Já
pro banho – mandou ela, jogando uma toalha em mim e apontando para
a porta do banheiro.
- Sim,
mamãe – disse, roubando-lhe um selinho.
- Não
pode beijar sua mãe na boca, rapaz – retrucou ela, rindo. Eu já
estava na porta do banheiro, mas virei-me para ela, vendo-a parada
no meio do quarto, ainda rindo de sua piada. Corri até ela, antes
que ela pudesse tentar escapar, e puxei-a para um beijo mais
demorado.
- Essa
“mãe” eu beijo onde e quando eu quiser – disse, lançando-lhe
uma piscadela antes de entrar no banheiro.
Em menos de duas horas de voo estávamos em Birmingham. Ainda não
havia visto meus pais depois da turnê e, como Julie também queria
vê-los depois de tantos anos, achamos melhor visitar minha família
antes da viagem. Passaríamos dois dias de descanso na cidade.
Ao chegarmos em frente à casa de meus pais, vi Julie parada,
observando todo o local. Ela olhou o jardim com as flores bem
conservadas de minha mãe. Olhou a fachada com adornos e na cor de
tijolos recém-colocados. A pequena varanda com um banco que minha
mãe insistiu em colocar. As portas que parecem janelas, uma de cada
lado da porta principal, sendo que uma dá para a pequena varanda
enquanto as outras dão, uma para o gramado bem cortado e alinhado e
a outra para a trilha que segue até a calçada, onde nos
encontrávamos. As janelas imponentes com apenas uma fresta por onde
entrar o vento fraco e fresco da cidade, algumas cobertas por
cortinas, impedindo a visão de dentro.
- Tudo
bem? – perguntei, me aproximando lentamente e segurando em sua
cintura. Ela despertou de seu transe, passando as mãos nos braços,
como se estivesse com frio. Abriu um sorriso afetado no rosto,
olhando para mim.
- Lembrei
de quando eramos crianças. Quando vivíamos na casa um do outro.
- Crianças?
– brinquei. – Eramos adolescentes.
- Pré
adolescentes – corrigiu-me ela, voltando a olhar a casa, mas,
dessa vez, sem sorrir.
- Certo.
Vamos entrar.
Minha mãe já nos esperava na sala, juntamente com Ruth e Nicola.
Meu pai só não estava junto porque estava no trabalho – ele é
gerente de um banco da cidade. Durante a estadia em Glasgow, eu
ligara para minha mãe várias vezes, de modo que ela já sabia que
viríamos, que horas chegaríamos e também de Julie e de todo o
ocorrido.
- Ju!
– gritou minha mãe assim que entramos, abraçando Julie primeiro.
– Senti tanto a sua falta, querida. Como você está? Liam chorou
tanto sem você – devido ao meu pigarro forte, ela parou, soltando
Julie. – É muito bom vê-la novamente. Seja bem-vinda ao nosso
novo lar.
Notei que minha mãe falava com Julie não como alguém que passara
seis anos internado, consumido por uma doença quase terminal e sem
esperança de cura, mas sim como algum parente ou amigo distante que
não se viam há anos e que, agora, visitava sua casa nova.
- Obrigada,
sra. Payne – respondeu Julie. Por mais que soubéssemos bem até
demais o nome dos pais um do outro e, apesar de eles insistirem para
não os chamarem de senhores e senhoras, era um costume nosso. –
Estou feliz de vê-la também. É muito bom estar aqui.
Depois de ambas sorrirem, minha mãe me abraçou, enquanto Nicola e
Ruth, que já haviam me cumprimentado, arrastavam Julie para mostrar
a casa. Elas sempre gostaram muito uma da outra, e me fazia sorrir
vê-las juntas novamente.
- É
bom ver o brilho nos seus olhos novamente – disse minha mãe,
beijando minha testa. – Eu sabia que você ia reencontrar sua
felicidade.
Isso é verdade. De alguma forma, minha mãe sempre soube. Ela não
sabia como, nem quando e muito menos com quem. E eu soube quando
Danielle e eu brigamos uma vez. Eu estava em Birmingham e brigamos
por celular. Lembro-me que eu estava muito mal, e então ela entrou
em meu quarto, me abraçou e disse que tudo ficaria bem. Mas, antes
de sair, ela disse isso. Disse que poderia parecer estranho no
momento, mas que um dia eu reencontraria minha felicidade.
- Agora
faz sentido pra mim – admiti, sorrindo para ela enquanto lembrava
de suas palavras naquela ocasião.
Enquanto Julie ajudava minha mãe a preparar o almoço, parecia que
eu havia voltado no tempo, pois, quando éramos “pequenos”, ela
ajudava minha mãe toda vez que vinha em casa. Elas passavam horas na
cozinha, sempre preparando um prato delicioso. Eu amava a relação
que elas tinham, e amo, pois é como se nada tivesse mudado. Para ser
sincero, parecia apenas que tínhamos passado um longo tempo longe de
casa e, agora, estivéssemos matando saudades – o que não era tudo
mentira, já que estivemos realmente fora por um longo período.
Depois do almoço, Nicola e Ruth voltaram para seus trabalhos, já
que só tinham a manhã livre. Ruth é como uma organizadora de
festas – é a cara dela, sinceramente – e Nicola seguiu a
carreira de meu pai – banqueira. Minha mãe, como não trabalha,
foi ao mercado comprar ingredientes para fazer a torta preferida de
sua nora – torta de frango. E ainda dizem que as sogras são ruins!
Vai entender...
Com a ida de minha mãe ao mercado, sobrou para eu limpar a cozinha e
Julie resolveu me ajudar. Enquanto Julie lavava a louça, chacoalhei
a toalha de mesa e a coloquei de molho – eu sei muito bem como
cuidar de uma casa. Em seguida, resolvi varrer a cozinha, batendo a
vassoura no pé de Julie.
- Desculpa,
foi sem querer – disse, apressado. Mas o olhar que ela me lançou
não foi nada sem querer, acreditem. – É sério! – insisti,
vendo-a sorrir docemente. Tão docemente que seus olhos chegaram a
fechar com o ato.
- Tudo
bem – respondeu-me.
Já havia terminado de varrer e acabara de pegar um balde para passar
pano no chão. Estava arrumando o pano no rodo quando senti um
líquido gelado em meu braço. Vire-me no mesmo instante, vendo Julie
rir loucamente, percebendo que ela passara a bucha em meu braço.
Aproveitei que não tinha nenhum produto de limpeza no balde –
somente a água pura – e o virei com vontade nela.
- Payne
– berrou ela, ensopada dos cabelos aos pés. Comecei a correr,
mas, devido ao detergente que eu jogara no chão para limpá-lo,
acabei escorregando e caindo de costas. Nesse instante, Julie
enchera o balde com água e o lançou em mim, escorregando logo em
seguida.
Puxei-a para perto, enchendo seu cabelo de detergente por esfregá-lo
no chão. Comecei a empurrá-la e a puxá-la de volta, fazendo-a
rolar e se esfregar por inteira, deixando-a cheia de espuma.
- Para
– berrou ela novamente, rindo. – Chega, chega! – repetiu,
tentando se levantar. Mas só tentando, porque caiu novamente em
seguida. – Certo... – Julie desistiu, me olhando por um breve
momento em que pude contemplá-la e admirá-la. Como ela é linda! –
Vamos terminar de arrumar essa bagunça antes que sua mãe chegue.
- Medo
da sogra? – brinquei, ajudando-a a levantar e me levantando em
seguida.
- Não.
Medo de você ficar de castigo – retrucou ela, mandando-me um
beijo.
Quando enfim terminamos de limpar a cozinha – dessa vez sem mais
brincadeiras –, deitei-me no chão com os braços abertos enquanto
Julie terminava de limpar o fogão. Fechei os olhos e então senti
Julie aninhando-se em meu peito e jogando uma perna sobre a minha.
Abracei-a e peguei no sono.
Ouvi um barulho como o de uma porta de abrindo e, em seguida,
risadinhas. Ouvi, também, sussurros, mas não sei de onde vinham.
Cheguei a conclusão de que estava sonhando.
- Liam
– ouvi uma voz doce e conhecida sussurrar meu nome, mas não a
reconheci de imediato, só lembro-me de ter sorriso e escutado outra
risadinha. – Liam – outro sussurro e, desta vez, reconheci a voz
como sendo de Julie. Abri levemente os olhos, vendo-a ajoelhada ao
meu lado, mas com a cabeça curvada sobre mim. Ela estava com outras
roupas e supus que ela havia tomado banho. – Acorda e vai tomar um
banho, está bem? – pediu ela, me fazendo consentir. Levantei-me e
fui justamente tomar banho. Quer dizer, me barbeei antes, claro, o
que fez com que eu demorasse.
Quando finalmente saí, um cheiro me atingiu em cheio. Cheiro de
frango! Não notei que estava com fome até sentir esse cheiro e meu
estômago roncar. Desci lentamente as escadas, vendo meu pai parado
na porta. Ele havia acabado de chegar.
- Que
bom te ver – disse, abraçando-o com força.
- Agora
sei porquê sua mãe está fazendo essa torta maravilhosa – disse
ele, me soltando.
- Já
viu quem eu trouxe? – perguntei, olhando Julie sorrir enquanto
secava as mãos em um pano de prato. Ela caminhava até a porta da
cozinha que dava para o saguão.
- Ainda
não – respondeu ele. – Cadê ela? A nossa famosa!
- Aqui!
– respondeu ela, rindo e abraçando-o. – Quanto tempo!
- Pois
é, menina sumida – retrucou ele, soltando-a. – Agora só falta
o casamento.
- Menos
pai – respondi, vendo Julie ficar vermelha. – Menos.
Ficamos conversando na sala enquanto esperávamos Nicola e Ruth
chegarem, até que elas, enfim, resolveram aparecer – cerca de meia
hora depois de meu pai. Fomos para a cozinha e continuamos
conversando enquanto devoramos as duas tortas que minha mãe e Julie
prepararam – não sobrou nem um pedacinho para contar história.
Depois de comermos a torta, Nicola e Ruth foram deitar e minha mãe
arrumou meu quarto para Julie dormir. Eu dormiria na sala. Assim que
meus pais se deitaram, fui até meu quarto e bati na porta, escutando
um “entra” antes de finalmente entrar. Caminhei até a cama, onde
Julie estava sentada, e me sentei ao seu lado.
- Tudo
bem? – perguntei, vendo-a consentir lentamente. – Está gostando
de ficar aqui?
- Bastante
– respondeu ela, sorrindo. – Me bateu uma saudade de
antigamente, sabe? Só que sem dor – concluiu, abaixando a cabeça.
- Prefiro
o hoje, sabia? – perguntei, levantando seu rosto, fazendo-a olhar
para mim. Ela tinha uma expressão confusa, com uma tristeza no
olhar. Ela encostou a cabeça em meu peito enquanto eu a abraçava.
- Dorme
comigo? – pediu ela, mordendo os lábios.
- Só
espere eu buscar minhas coisas na sala – respondi, beijando-lhe o
topo da cabeça antes de ir até a sala.
Quando voltei, com o travesseiro e a coberta em mãos, Julie estava
deitada e parecia dormir. Arrumei meu travesseiro ao seu lado, tirei
a camiseta – ficando apenas de calça de moletom para dormir –,
apaguei a luz e deitei também. Estava pegando no sono quando senti
dedos passeando por meu peito e então um beijo em meu pescoço, que
foi descendo por todo o meu peito. Sorri. Eu já sabia quem era e o
que ela queria.
Girls mais lindas! Me perdoem por essa demora de quase dois meses. Só Deus sabe o quanto foi difícil escrever esse capítulo! Minhas semanas estavam assim: sete trabalhos, três seminários e cinco provas por semana. Ai Deus, quase joguei tudo pro alto! Quase entrei em depressão :F (mentira, exagerei bonito agora). Enfim, foi difícil, mas tá aqui. Estou entrando de férias da escola (eeh) e, mais alguns dias depois, férias do estágio. Então acho que vou poder escrever e escrever e escrever pra postar rápido pra vocês, o que acham?
P.S.: O capítulo 40 já está pronto e tem um hot longuinho. Não sou boa com hots, então me perdoem se não estiver bom. Posto ele com 15 comentários nesse, pode ser?
Então é isso. Espero que até daqui a pouco *ooooooo*
(Só pra descontrair...)
AHHHH MDS
ResponderExcluirQTA PERFEIÇÃO *0*
Parou na melhor parte !! Kkkkkk
Essa fic me toca de um jeito *-*
AI MEU DEUS AI MEU DEUS AI MEU DEUS AI MEU DEUS *--------*
ResponderExcluircontinua poor favor
@_@ to esperando a ...
ResponderExcluirPelo amor de Deus vc nao sabe o quanto esperei por isso Jiam é tão vida...
ResponderExcluirAhhhh que falta que me faz essa fic!! Amo demais! Aham não é bom hot fala serio me arrepiei só com esse finalzinho1 awnnn posta logo! Bjsss
ResponderExcluirIsa xx
Coooontiiinuuuaaaa
ResponderExcluirCaraambaa, cade o povo comentando, teen q continuar pq eh mta perfeição
ResponderExcluirTem*
ExcluirAhhh que bom q vc voltou, tava com sdds. posta o proximo rpidoo
ResponderExcluirEsse risinho safado do Ian no gif kkkk kkkkkkkkkkk tao fofos elea dois na coznha *-* Continua
ResponderExcluirQ fic mais perfeita :3
ResponderExcluirContinua flor
Parou na melhor parte -.-
ResponderExcluirKkkkkk
Essa fic é per-fect kkkk
ResponderExcluirContinuua
COONTINUA PLIIIS
ResponderExcluirOwn Jiam ée tao cute :3
ResponderExcluirTava com saudades!!!
ResponderExcluirAwnn esse casa é tão vida!!!!