Moments - 41º Capítulo: Isles Scilly

 Saímos cedo na manhã seguinte. Não havia muito movimento no aeroporto, de modo que entramos rapidamente no avião. Com toda a certeza, seriam dois meses maravilhosos.

Acabei dormindo a viagem inteira, que durou cerca de duas horas e meia. Acredito que Julie também tenha dormido, mas, bem, não sei ao certo. Quando chegamos, aluguei um carro e segui o mapa em mãos até a casa em que ficaríamos. Com toda certeza, era perfeita! Senti isso quando os olhos de Julie se arregalaram e ela ficou boquiaberta.

Peguei nossas malas, com Julie pegando as mochilas e bagagens menores e mais leves, e então entramos. Se fora era perfeito, dentro não podia ser menos que espetacular. A sala era grande, com vários sofás e poltronas, fazendo divisa com a cozinha e a sala de jantar. Andamos, apreciando cada pedaço da casa, até nosso quarto, outro cômodo tremendamente fantástico. Pequeno, se comparado ao tamanho da casa, mas ainda de tirar o fôlego – no bom sentido, claro, e sem malícias.

Resolvemos, então, olhar os fundos. Era ainda mais lindo. Era por ali que seguiríamos para o mar. Havia duas cadeiras posicionadas de frente à uma cerca de madeira, próximas à uma mesa redonda com assentos igualmente redondos e acolchoados. A alguns metros das cadeiras – uns três, para ser mais exato –, estava uma escadaria firme de madeira que levava até a areia e, então, ao mar.

- Gostou? – perguntei à Julie, vendo-a admirar o local, captando cada pedacinho e guardando-o em um lugar profundo na memória.

- É tudo tão perfeito! – disse ela, baixinho. E então, se virou para mim. – Como achou esse local? Já tinha vindo aqui antes?

- Sinceramente, não – respondi, sustentando seu olhar por alguns segundos antes de voltar a admirar o mar. – Queria um lugar para ficarmos juntos, um lugar bacana e diferente. Só nosso. Comecei a procurar com os meninos e achei esse – completei.

- Bem – começou ela, me fazendo olhá-la, mas sem que ela olhasse de volta. Ao invés disso, ela cruzou os braços no peito e sorriu. – Você acertou, Payne.

Desfizemos nossas malas, guardando cada peça de roupa ou par de sapato no enorme closet que fazia conjunto com nosso quarto, já que ficaríamos dois meses por aqui. Demorou um tempo, mas, após terminarmos, coloquei uma bermuda e uma regata, enquanto Julie colocava um vestido mais curto, e então fomos até a varanda, aproveitar a vista.

Julie correu para o cercado, boquiaberta com a magnífica visão do mar. Sentei-me na escada que levava até a praia, sendo atropelado por ela instantes depois, que corria loucamente. Caminhei, tentando seguí-la, mas ela continuava a correr, parando apenas quando começou a rodopiar no lugar de braços abertos. Cheguei perto dela, pegando sua mão e fazendo-a dar um último rodopio.

Havia um deck próximo a casa, onde nos sentamos. Nossos pés balançavam sobre a água e, quando parávamos de mexê-los, eles simplesmente afundavam no mar. Ficamos em silêncio alguns minutos, até que Julie resolveu quebrar a monotonia.

- Andy nunca procurou meus pais? – perguntou ela, baixinho.

- Ele procurou. Uma vez, mas procurou – respondi. – Mas o número não existia mais. Ele ficou arrasado. Não tentou de novo porque não sabia como fazer isso. Se sentiu abandonado, como se seus pais só estivessem esperando para ficarem os dois novamente para desaparecer – soltei um longo suspiro. – Tentei ir atrás deles algumas vezes, sem que o Andy soubesse. Mas também fui infeliz na minha procura – conclui, ainda olhando para o mar. – E seus pais? Nunca foram atrás do Andy?

- Várias e várias vezes – respondeu ela, parecendo lembrar. – Mas era difícil. Eles procuraram por todos os “Payne” de Birmingham, mas não havia nenhum na lista. Muito menos um “Samuels”. Mas quando você começou a aparecer na tv, tudo ficou mais fácil. Quando Andy começou a aparecer com você é que foi o melhor. Descobri seu twitter e criei um para tentar falar com você. Mandei milhões de mensagens, tanto para você quanto para o Andy. E para qualquer um dos meninos.

- E como os meninos te ajudariam? – perguntei, começando a rir.

- Seria intrigante me perguntarem o que é que eu tive com Liam Payne, não é? Ficariam curiosos e certamente eu chegaria até você – concluiu ela, esboçando um sorriso que logo desapareceu. – Nunca imaginei que te veria de novo, sabia?

- Você podia me ver todos os dias na internet – respondi, ouvindo-a rir.

- E quem disse que eu pesquisava por você, Payne – perguntou ela, incrédula.

- Acabou de se entregar. Eu disse que podia me ver, não que via – retruquei, lhe dando uma piscadela.

- Você é inacreditável! – respondeu ela, rindo.

- E você me ama.

Mas não haviam mais palavras. Ela se aproximou lentamente de mim, sorrindo, e então me empurrou para o mar. Agora, sim, ela ria horrores.

- Minha bermuda é branca, sabia? – gritei, tentando controlar o riso. – Vai ficar tudo transparente!

- E o que isso tem a ver? – perguntou ela, fazendo cara de inocente. – Eu já vi sua bunda que, olha que engraçado, também é branca – retrucou ela, levantando e piscando para mim antes de correr de volta para a casa.

Depois de dois dias nas Ilhas Scilly, resolvemos falar com os meninos. Liguei para Zayn, pedindo para entrar no skype. Assim que Julie se sentou ao meu lado no meio da areia, conectei o notebook, vendo os meninos do outro lado.

- Hey – gritou Julie ao meu lado, sorrindo e acenando para todos.

- Como estão? – perguntou Perrie, sorrindo para a webcam.

- Aqui é simplesmente perfeito! – respondeu Julie, em um tom de animação extrema.

- E por aí? – acrescentei, vendo Niall quieto ao fundo.

- Tudo ótimo, também – respondeu Zayn. – Na verdade, Niall foi flagrado aos beijos com Mariane e agora está todo tímido – zombou ele, enquanto eu via Niall ao fundo, sorrindo e dando seu tique de jogar a cabeça para os lados quando está envergonhado.

- Já conheceram toda a ilha? – perguntou Eleanor, sorrindo.

- É – continuou Perrie. – Ouvi falar que tem um avião que sobrevoa toda a ilha. Deve ser magnífico!

- Acho que sim – concordou Julie. – Parece que vamos voar com ele amanhã – confessou ela, batendo palmas freneticamente como uma criança feliz.

- Cadê a Mari? – perguntei, e então todos ficaram em silêncio, se olhando.

- O pai dela sofreu um acidente – respondeu Louis, baixinho. – Parece que foi atropelado, ou algo assim – continuou. – Ela acabou de pegar o último voo para o Brasil.

- Meu Deus! – murmurou Julie. – Ela deve estar arrasada. Mas ela vai ligar quando chegar, não é? Quando ver o pai? E vai ligar quando estiver tudo be, não é?

- Na verdade – cochichou Zayn, olhando para trás e voltando a olhar para a webcam. – Acho que ela acabou de ligar – ele se virou novamente para trás. – E aí, dude? – gritou para Niall.

- Ele está internado – disse Niall, depois de alguns segundos, desligando o celular. – Parece que foi um pouco grave – concluiu, mordendo os lábios.

- Vai dar tudo certo – disse Julie, sorrindo.

- Tenho certeza – respondeu ele, retribuindo o sorriso.

Como prometido, na tarde seguinte levei Julie para sobrevoar a ilha. Sua reação foi exatamente a esperada: a de surpresa. A ilha era incrível e nem eu pude resistir à maravilhosa e fantástica ilha Scilly. Era, como descreveu Julie, perfeita! Passaria fácil o resto de minha vida aqui.

Dois meses passam rápido quando estamos com quem amamos, e o fim desses dois meses me acertou como uma bala de canhão. Não queria que terminassem, mas as férias não duram para sempre, então Julie e eu voltamos para Glasgow. Seus pais já haviam arrumado a casa e seu quarto. Aliás, o dela e de Andy. Quanto a mim? Precisaria voltar para meus shows e minhas fãs.

- Nos vemos em breve – disse, dando-lhe um selinho demorado. – Eu prometo.

- Vai me ligar? – perguntou ela, rindo.

- Todos os dias – respondi. – Também é uma promessa.

- Vejo você algum dia desses, Payne – gritou ela enquanto eu entrava no táxi.

- Quando você menos esperar, Samuels – gritei de volta, lhe dando uma piscadela antes de fechar a porta do carro. Em menos de três horas, estaria de volta a Londres.

Hey girls!

Sei que demorei, mas é que eu estava esperando vocês comentarem mais no último cap. Como fiquei só com sete comentários, resolvi postar mesmo assim. Espero que gostem desse.

Estou meio sem ideias, ainda mais porque a fic tá no fim, então me perdoem. Se quiserem dar alguma opinião ou sugestão, será muito bem vinda nessa reta final :3

Beeijos, minhas lindas!

Ziam forever ♥