Nosso vôo para Londres pareceu demorar uma
eternidade. Estávamos saindo da Itália, por onde passamos depois da França e
seu escândalo sobre Diana. Os rumores haviam cessado, mas os meninos e eu ainda
nos divertíamos com isso.
Depois de longas horas voando, chegamos a Londres.
Paramos primeiro para comer algo, pois estávamos faminto devido à demora.
Depois de “abastecidos”, cada um ligou para sua namorada. Arrisquei ligar para
a minha também, mas sem sucesso. Fiquei esperando os meninos desligarem para me
despedir. Precisava descansar um pouco e planejar o que faria para falar com
Julie.
- Se
cuida, dude – disse Louis, sorrindo enquanto dava tapinhas em minhas costas.
- E
vê se não some – brincou Harry.
- Claro
– respondi, sorrindo de volta. – Logo marcamos de nos ver de novo – completei,
sorrindo mais uma vez pra eles antes de entrar no táxi que já estava com minhas
malas.
Quando o táxi parou em frente ao meu prédio, esperei
por um momento. Tinha esperança de que Julie estivesse ali dentro, me
esperando. Eu ansiava por isso. Enquanto o elevador subia devagar, meu peito
palpitava, a boca estava seca, minhas mãos suavam como nunca. O elevador parou
num solavanco, era hora de andar, mas eu não sentia minhas pernas. A
expectativa de ela estar atrás daquela porta me consumia.
Andei lentamente até o apartamento, ainda tremendo
por inteiro. Busquei a chave em meus bolsos, demorando a encontrá-la. Coloquei
a chave certa na fechadura e a girei. A sala estava vazia, sem sinais de que
alguém saíra apenas para dar uma volta. Procurei por ela em todos os cômodos,
vasculhando qualquer resquício de sua presença. Nada. Suas roupas sequer
estavam no guarda-roupa.
Onde ela poderia estar? Fiquei me questionando. Ela
não conhece nada em Londres. Aonde teria ido? Num estalo, me dei conta. Ela
voltou para a casa de seus pais. Mas eu não tinha o telefone de lá! Como eu
falaria com ela, pelo menos para ter certeza de que estava lá, de que estava
bem? Só uma pessoa poderia me responder isso. Andy.
Procurei meu celular na mochila, discando rapidamente
o número de Andy.
- Até
que enfim! – berrou ele assim que atendeu. – Viaja e esquece o resto dos
amigos, é?
- Estava
esperando eu te ligar? – perguntei, confuso. – Por quê?
- Não
é óbvio? – ele riu. – Minha irmã! Sei que ela não tá te atendendo.
- Sabe
o porquê?
- Sei.
E eu acredito em você, não naquelas revistas idiotas. Ela também não acredita,
mas está confusa. Precisa de um tempo.
- Mas
eu não consigo mais ficar sem falar com ela, dude – respondi, angustiado – Já faz
quase um mês! Eu preciso falar com ela. Por favor, não me pede para não tentar.
- Eu
disse que ela precisa de um tempo, mas não que necessariamente precisa ser
longe de você. O que está fazendo em Londres ainda? Te busco no aeroporto, aqui
em Glasgow – e com isso, ele desligou. Essa é a maior vantagem de ter seu
melhor amigo como cunhado.
Chamei outro táxi, carregando as malas que eu
acabara de levar para o apartamento de volta ao carro. A mochila nas costas e,
dessa vez, um sorriso no rosto. A esperança no coração. Assim que chegamos ao
aeroporto, comprei a passagem para o próximo vôo até Glasgow, que sairia em
menos de 10 minutos. Corri para despachar as malas, correndo ainda mais para
chegar a tempo no avião.
A viagem foi tranquila, mas pareceu demorar mais do
que de costume. Posso culpar a ansiedade por isso. Eu apenas olhava a janela,
imaginando como seria quando a visse novamente. Passem, horas, passem...
Andy estava esperando por mim no aeroporto, como
prometido. Durante o vôo, mandei uma mensagem lhe dizendo que horas chegaria, e
ali estava ele. Me abraçou e me ajudou com as malas. Daisi estava com ele.
- Como
ela tá? – perguntei, esperançoso.
- Ela
não sabe que você está aqui, então será uma surpresa.
- Acho
que é melhor assim. Espero que ela acredite em mim.
- Ela
acredita – disse Daisi, que até então estava calada – Ela só tem medo. Não sabe
como agir. Mas eu conversei com ela pouco antes de virmos. Ela sente muito a
sua falta.
- Não
tanto quanto eu sinto falta dela...
Quando paramos em frente à casa dos Samuels, tive
novamente aquele momento de ansiedade. Minhas pernas voltaram a bambear, minhas
mãos a suar, meu coração a palpitar e a boca voltou a ficar seca.
Daisi foi na frente, abrindo a porta para nós, uma
vez que Andy me ajudava com as malas. A casa era pequena, mas muito deliciosa.
Entramos com cuidado, subindo as escadas e colocando as malas no quarto que
deduzi ser de Andy. O andar de cima tinha três quartos e um banheiro. Fiquei
admirando a casa, era aconchegante. Lembrava muito a casa que eles tinham em Wolverhampton...
- O
que você faz aqui? – questionou uma vez que não demorei muito para perceber ser
de Julie. Me virei para o lado, vendo-a saindo de um quarto em frente ao de
Andy.
- Você
não atende minhas ligações, não responde minhas mensagens... Vim atrás de você.
- Talvez
eu não tenha feito nada disso porque não quero falar com você. E se eu não
quero falar com você, por que eu gostaria de ver? – respondeu ela, a voz fria.
Meu coração parecia se quebrar em mil pedaços.
- Você
não pode estar falando sério – disse, quase gaguejando.
- O
que te faz pensar que não?
- Ju...
Estávamos tão bem – comecei, chegando perto dela, que não se mexeu. – O que
aconteceu? O que mudou?
- E-eu
não sei – admitiu ela, abaixando a cabeça. Cheguei ainda mais perto e a
abracei. Senti seus braços rodearem minha cintura enquanto ela afundava sua
cabeça em meu peito. – Eu não consigo ficar brava com você.
- Mas
não tem por que ficar, pequena – disse, acariciando seus cabelos. – Confia em mim,
ok? Eu te falei que coisas desse tipo surgiriam.
- Eu
sei – respondeu ela. – Mas só a ideia de te imaginar com outra pessoa que não
fosse eu...
- Ei
– disse, afastando seu rosto e forçando-a a olhar pra mim. – Eu esperei por
você todo esse tempo, mesmo sem saber. Sei que você também me esperou. Por que
trocaríamos um ao outro depois de tudo?
- Senti
sua falta – resmungou ela, afundando novamente a cabeça em meu peito.
- Também
senti, pequena. Mais do que você imagina.
Não pensei que seria assim. Não pensei que seria
fácil fazer com que ela acreditasse e confiasse em mim novamente. Mas foi.
Passamos a tarde conversando e rindo, como antes, mas dessa vez com Andy e
Daisi. Contei a ela exatamente o que aconteceu com Diana e me deliciei com as
gargalhadas que ela dava. Quando a noite enfim baixou, os Srs. Samuels chegaram,
me abraçando e sorrindo.
Resolvemos sair para jantar fora – ok, eu os
convidei para isso. Foi uma noite mágica, maravilhosa! Me senti em casa, de um
jeito que eu só me sentia com minha própria família, com os meninos e com
Julie.
- Vou
provar que você é a única na minha vida – sussurrei nos ouvidos de Julie, que
estava deitada em meu colo no sofá depois que chegamos do restaurante. – Você não
vai se arrepender por me escolher como o único na sua.
Após lhe dar um selinho, a peguei no colo e levei
devagarinho pela escada, deitando-a em sua cama. A cobri, dando um beijo no
topo de sua cabeça, desejando-lhe boa noite, e segui para o quarto que eu iria
dividir com Andy por alguns dias.
- Tudo
vai bem quando termina bem – disse ele, sorrindo. – Estou feliz que tudo tenha
passado.
- Eu
também – ri. – Quero fazer uma surpresa pra ela amanhã.
- O
que você tem em mente?
- Você
confia em mim? – perguntei, fazendo-o rir e consentir. – Então amanhã eu te
conto.
Saí cedo na manhã seguinte, passando o dia todo
fora. Primeiro passei numa joalheria, pegando um caixa que eu havia encomendado
em Londres, antes de viajar para a turnê. Sorte que tinham uma filial em
Glasgow! Era o presente de aniversário de Julie, que seria em um mês, mas
resolvi adiantar.
Organizei uma mesa reservada no terraço de um dos
melhores restaurantes da cidade, e pedi para o decorarem adequadamente com
velas e tudo o que Julie tinha direito. Durante a tarde, continuei a fazer
preparativos. Estava escolhendo um buquê de rosas coloridas quando meu celular
tocou. Já sabia que era Julie.
- Pode
me dizer por que raios Daisi me apareceu em casa com uma caixa com um vestido
dentro dizendo que é pra eu usar hoje à noite? – disse ela, assim que atendi.
- O
quê? Ela não levou os sapatos? – perguntei, tentando não rir. Eu pedira a ajuda
de Daisi para comprar um vestido e um par de sapatos para o jantar com Julie e
ao Andy para me dar algumas dicas. Embora ele tenha me dado dicas de tudo o que
eu já sabia, agradeci mesmo assim, e contei o que eu pretendia.
- Payne!
– berrou ela do outro lado. – O que você está aprontando? O que tem hoje à
noite?
- Eu
disse que ia te provar que você é a única em minha vida – disse, sério. – Te levar
pra jantar hoje à noite é o começo. Passo te buscar às 20h.
- Não!
– gritou ela de volta, mas eu a interrompi.
- Até
lá – respondi. – Eu te amo, pequena – completei, desligando em seguida.
Andy levou uma calça jeans, uma camisa social e
sapatênis até o hotel aonde eu iria me arrumar. Era a melhor ajuda que ele me
dera. Ficou comigo até eu estar pronto, pois eu estava um tanto nervoso.
- Vai
dar tudo certo – disse ele, sorrindo. Não sabia quem estava mais nervoso, se
era eu ou ele.
- Vai
sim – respondi, tentando acalmar a mim mesmo. – Vamos?
Eu havia alugado um carro, de modo que levei Andy
até sua casa e buzinei para Julie. Demorou alguns minutos até ela aparecer na
porta, com o vestido deslumbrante que Daisi havia escolhido especialmente para
ela.
- Você
está incrivelmente linda! – disse, depois de lhe dar um selinho.
- Obrigada
– respondeu ela, sorrindo timidamente. – Daisi tem bom gosto, não é?
- Eu
tenho mais. Prefiro quem está no vestido, independente de como ele é –
respondi, fazendo-a rir. – Vamos jantar.
O restaurante não era tão longe da casa de Julie,
então chegamos em poucos minutos. Desci primeiro, rodeando o carro para abrir a
porta para ela. Entramos rapidamente e um garçom nos acompanhou até o terraço.
Pedi uma garrafa de champagne e ele logo nos trouxe. Escolhemos o jantar e
aproveitamos a noite.
- Tenho
algo pra você – disse, sorrindo. Fui até ela, levantando-a da cadeira e me
ajoelhando à sua frente. – Quer ser pra sempre minha?
Just us... |
“Quando duas pessoas estão destinadas a ficarem
juntas, eventualmente elas encontrarão seu caminho no final.”
É nisso que passei a acreditar ao ver o sorriso de
Julie se abrindo enquanto eu me ajoelhava à sua frente, abrindo uma caixinha
vermelha de veludo, revelando um delicado, mas bonito, anel de noivado. E fiz
aquele pedido que toda garota sonha em ouvir – e até alguns garotos sonham em
fazer, como no meu caso.
O mundo girou quando ela gritou sim, me levantando e
pulando em meus braços em seguida. Senti minha camisa ficar molhada, devido às
lágrimas que escorriam de seus olhos, e notei que tudo valeu à pena.
Seis, quase sete anos. Todo esse tempo sem estar ao
seu lado só me fez perceber o quanto eu sonhei com esse momento. Até
encontrá-la naquela cama de hospital em Glasgow, eu só pensava que aquilo era
um sonho impossível. Mas a vida é uma bela caixinha de surpresas e, como tal,
me mostrou que nem tudo o que pensamos é impossível.
Passei todos esses anos pensando que eu poderia ter
feito mais por ela, por minha baixinha. Desejando poder ser feliz com outra
pessoa e acreditando nisso por cerca de cinco anos. Mas aquela chama nunca se
apagou. Aquele amor juvenil nunca me abandonou. E, mais do que nunca, hoje eu
agradeço por isso.
Passamos o mês seguinte planejando o casamento. Eu
queria casar logo, e Julie não sabia ao certo quando. Acabamos optando por ser
o dia de seu aniversário. Mandamos fazer e entregar todos os convites.
Organizamos todos os detalhes, tais como salão, buffet, foto e filmagem, DJ e
todas essas coisas que eu sequer sabiam que davam tanto trabalho. Sorte a minha
ter Julie para ajudar.
A imprensa logo ficou sabendo e não demorou a
aparecer comentários, especulações e boatos sobre nosso casamento. Alguns
arriscaram falar que Julie estava grávida e então eu entrei em cena, postando
em meu twitter que a decisão do casamento rápido foi minha, devido ao tempo que
ficamos longe, e que nada tinha a ver com um filho – embora, é claro, que eu
adoraria ter um. Mas não agora. Tranquilizei minhas fãs e isso era tudo o que
eu precisava e me importava.
Os meninos também me apoiaram muito na decisão e
organização. Eles vieram para Glasgow, trazendo suas namoradas e noivas com
eles. Hospedaram-se em um hotel próximo a casa dos Samuels e passavam o dia
inteiro conosco. Seriam nossos padrinhos e madrinhas.
O dia do casamento logo chegou. Eu estava nervoso.
Julie passou o dia em um SPA e eu em outro, nos arrumando e acalmando para o
grande fim de tarde em que diríamos “sim” perante todos. Sinceramente, não
consegui me acalmar.
A tarde passou lenta, me deixando ainda mais
ansioso. Comecei a me arrumar. Coloquei o terno escolhido, me arrumaram o
cabelo. Passaram até um pouco de maquiagem, para “disfarçar as imperfeições”
segundo eles. Chegou a hora...
Enquanto eu a esperava no altar, meu peito acelerou.
Queria mais do que tudo tê-la em meus braços e fazê-la minha de uma vez por
todas. Meu maior desejo, naquele momento, era fazê-la a mulher mais feliz do
mundo, pois ela me tornou o homem mais feliz que existe. A marcha nupcial
começou. Minhas mãos suavam. Ela enfim entrou. Estava deslumbrante! Achei até
que iria desmaiar...
Quando a tomei nos braços depois da troca de
alianças e a beijei, tive a certeza de que ela era tudo de que precisava, tudo
aquilo que sempre sonhei pra mim. Ela era o meu anjo, enviado do céu para me
proteger e cuidar de mim. Anjo esse que meu coração escolheu amar. No momento
em que a beijei, eu tive a certeza de que não queria estar em outro lugar no
mundo senão ao seu lado. Aliás, ela se tornara meu mundo. E agora, mais que
nunca, éramos um só. Um só corpo, um só pensamento, um só coração. Um só
sentimento.
- Eu
te amo – sussurrei, antes de voltar a lhe dar outro beijo. Sim, eu a amo. E
esse é o melhor sentimento que existe no mundo.
O mundo pode nos dar as costas. As pessoas podem
fechar as portas na nossa cara. Mas se temos amor, temos alguém ao lado. Vemos
uma janela se abrir. O amor é o sentimento mais puro que existe. Agora eu sei
disso. Agora eu sinto isso. Porque eu amo. Eu sei o que é amar. Eu tenho alguém
para amar. Mas também tenho alguém que me ame. Alguém que me faz sentir amado.
Enfim Moments teve seu grande final! Gostei tanto de passar a semana inteira escrevendo ele. Queria dividi-lo em duas partes, mas achei melhor só dividir com a foto mesmo... Espero que tenham gostado tanto quanto eu de Jiam. E obrigada por todo o amor, apoio e carinho de vocês. Com toda a certeza, o Sonhos com One Direction tem as melhores leitoras do mundo! Amo vocês <3
Dúvidas, elogios, reclamações ou só bater papo, meu twitter: @IrresistibleWis
Obrigada mais uma vez, minhas perfeitas :3
Gabiii my diva queennn arrasou awnn que final digno de moments :') não vou esquecer essa fic ♡♡♡ bjss amoree
ResponderExcluirIsa xx
Mas ja como assim a fic mais fofa q du ja li acabo cara ee serio essa fic e mt perfeitaaa. Sentirei mts saudades. Ameiii Onwwt
ResponderExcluirDivonica, são exatamente 22h57 e eu estou chorando! Moments é lindo, essa vida é tão perfeita e Jiam mostra isso claramente. Me lembro quando comecei a ler essa fic e me apaixonei incondicionalmente por ela, eu me apaixonei pela Ju e por tudo que ela é, mesmo não existindo.
ResponderExcluirObrigada por tudo, porque você me fez descobrir o que é um amor puro e verdadeiro. Eu desejo para todas nós um final feliz como esse!
Malikisses, Anne
Desejo o mesmo, flor. Obrigada ♡
ExcluirPireii!
ResponderExcluirNem acredito que acabou...Foi tão perfeito!
Obrigada por escrever essa fic maravilhosa! <3 <3
Pft Amei o final <3 <3 <3 <3 <3. :-)
ResponderExcluirNão tenho nem palavras para dizer deste incrível final.... Além de perfeito o que mais posso dizer??
ResponderExcluirmalikisses
Danielle e Victorio
Aiinn :') Gaby sua diva,eu simplesmente ameii a fic,A-M-E-I ficou PERFEITA, continue assim <3
ResponderExcluirMDS essa e a fic mais perfeita que li com o Lee ❤❤❤ amei MUITOOO msm, eu te amo queen Gabs, quero mais fics suas aq ❤❤❤❤
ResponderExcluirXoxo Lii Fangel ❤❤❤
Muito obrigada, amore! Faz tempo que não escrevo :/
ExcluirBeeeijos, lindinha ♡♡♡