12 de dezembro de 2014

Gardênia - Cap - 31

Todas as cartas na mesa


(Seu Nome) P.O.Vs

           Harry e eu estávamos sentados no degralzinho da varanda de casa com os dedos entrelaçados. Já era por volta das 03:00 da manhã quando um carro finalmente apontou na esquina e Nana desceu dele. Quando me viu, seus olhos se arregalaram e o carro que já dava partida parou abruptamente, não sei quem estava dentro porque os vidros eram escuros demais. Nana começou a caminhar rapidamente em nossa direção, sua expressão era de dar medo, ela parecia mais brava do que nunca. Harry e eu nos levantamos do degrau rapidamente e Nana apontou o dedo na cara de Harry.

- O que você está fazendo aqui com (Seu Nome)? E ainda de madrugada? Veio encher a cabeça dela com mais mentiras? -gritou furiosa-
- O Harry nunca encheu minha cabeça com mentiras! -falei sentindo um só na garganta- Foi você! 

           Então Marvin apareceu na sua cadeira de rodas, era ele dentro do carro.

- O que... O que foi que você disse? -Nana perguntou incrédula-
- Você mentiu pra mim! O tempo todo! -acusei sentindo meus olhos arderem-


- (Seu Nome). -ela falou calma- Você não vai acreditar no que esse moleque fala sobre mim, vai? Eu sou sua mãe. -falou sorrindo-
- Não. -gritei- Você não é a minha mãe!
- Viu o que você fez? -ela perguntou furiosa se dirigindo à Harry- Encheu a cabeça da minha pobre menina de mentiras!

          Harry ia dizer algo mas eu não lhe dei tempo.

- Não foi ele, ele não me disse nada. Eu mesma vi você entrando naquele galpão essa noite e ouvi toda a sua conversa com Marvin! -despejei as palavras junto com minhas lágrimas desesperadas- Me fizeram viver uma mentira a vida inteira!

          Olhei para Marvin e seus olhos também estavam arregalados.

- Você viu? -ele perguntou desconfiado- Como pode ter visto se é cega?
- E-Eu... Eu... -comecei a ficar nervosa-
- Isso é verdade. Como pode ter visto se é cega (seu Nome)? -foi a vez de Nana perguntar-
- Acontece que... -comecei- Eu deixei de ser cega há alguns dias... Mas isso não importa! O que importa é que eu quero saber a verdade agora.
- Não tem nada a ser dito. -Nana falou olhando desesperada para Marvin-

          Ele por outro lado, entrelaçou os dedos sobre a perna e deu um suspiro irritado.

- É isso o que acontece quando se deixa uma imprestável fazer o serviço de gente decente! -falou se referindo à Nana que quase tremia de medo-
- Eu não dei pistas Marvin, prometo. -ela parecia desesperada e eu quase senti dó, quase- Esquece isso (seu Nome), por favor! -ela me implorou-


- Eu... -comecei-
- Não! -Marvin me interrompeu- Se ela quer a verdade, então terá a verdade. -falou bruscamente- Acho melhor se sentar.
- Eu estou bem assim. -segurei a mão de Harry que a apertou e Marvin começou a contar.
- Era começo dos anos 90...

Flashback On

Marvin P.O.Vs

12 de janeiro de 1990

           A festa estava bombando, era meu último dia de faculdade assim como o de meus colegas de classe. E como toda formação, não pode faltar a festa não é mesmo? Dessa vez foi na casa de Bruce, já era de se esperar isso do mais popular e rico da turma, mas ele era um cara legal, sou meio suspeito a falar pelo simples fato de ser seu melhor amigo. A noite estava perfeita, acho que não poderia melhorar. Fui acompanhado de minha namorada, eu a amava tanto que quase não cabia dentro do peito. Mas quando saí do banheiro, não conseguia mais encontrá-la em lugar algum na casa. Tentei também encontrar Bruce pra dizer que iria embora procurar por ela, mas também não o encontrava.

- Hey Brandon? Viu o Bruce ou a minha namorada por aí?
- Vi eles dois juntos subindo agora à pouco pro quarto.

           Eles dois juntos, para o quarto. Aquelas palavras fizeram minha garganta fechar na mesma hora e senti que meus olhos pegariam fogo. Subi as escadas e comecei a abrir a porta dos quartos. Quando cheguei na que era de Bruce me detive por um momento e ouvi gemidos abafados. Girei a maçaneta e tive a pior visão que poderia ter na vida! Eles estavam lá, os dois juntos quase chegando ao céu. Quando me viram, Bruce me olhou com os olhos arregalados e levantou da cama abruptamente com um travesseiro tampando sua parte íntima. Comecei a chorar sem perceber, aquilo não podia estar acontecendo. Meu melhor amigo com a minha namorada! Ele sabia o quanto eu a amava e preferiu me trair!

- Não é o que você está pensando! -ele falou-
- Então o que é? -perguntei chorando- Me diz o que é por favor porque eu também não acreditar no que estou vendo.
- Nós somos jovens, é uma festa com muita bebida alcoólica, essas coisas... Acontecem. -tentou se explicar-
- Essas coisas acontecem? -perguntei incrédulo- Você é o meu melhor amigo porra! Essas coisas não acontecem! E você? -olhei para ela- Eu amo você, não acredito que me traiu!
- Te trai? -ela perguntou segurando o lençol pra cobrir seu corpo- A gente só estava ficando há algumas semanas Marvin, não namorávamos nem nada pra você dizer tão abertamente que me ama. -ela parecia triste por mim agora. - Ah Marvin! -lamentou- Precisa parar de sentir as coisas assim tão intensamente, a gente não sai assim amando as pessoas de repente.
- Porque estão fazendo isso comigo? -perguntei soluçando- 
- Marvin...

         Bruce tentou se aproximar mas meu corpo foi tomado por um sentimento muito maior do que dor, era raiva, talvez até ódio. Corri fechando a porta do quarto e pulei pra fora daquela casa, uma putinha líder de torcida começou a passar a mão em mim e perguntar se eu estava sozinho. Eu estava com raiva e precisava esfriar a cabeça. Então eu a levei para os fundos da casa e a fodi ali mesmo com as pernas entrelaçadas na minha cintura. Subi na minha moto e dirigi loucamente sem rumo pelas ruas de Londres. Eu estava disposto a esquecer tudo aquilo que aconteceu naquela noite, não queria ouvir falar no nome de qualquer um dos dois e muito menos olhar pra eles novamente, eu daria a volta por cima e seria feliz. Mas então, uma luz branca me cegou fazendo com que eu perdesse o controle da moto. Caí dando várias voltas no asfalto e senti uma forte dor quando minha coluna bateu em uma grande e pontuda pedra, eu pude sentir quando o osso quebrou e nesse momento eu apaguei totalmente.

29 de setembro de 1990

           Faziam oito meses desde o ocorrido e eu ainda podia sentir a raiva me corroer como se tivesse sido ontem, o ódio havia crescido de uma maneira tão grande no meu coração que acho que posso ter me tornado a pessoa mais fria do mundo. Perdi a mulher que eu amava, e perdi o direito de andar, tudo por culpa de uma pessoa só. Mas as coisas não iam ficar assim, um dia depois do acidente eu acordei e não sentia minhas pernas, eu estava paraplégico, e não era só isso que doía. Mas naquele dia eu prometi à mim mesmo que me vingaria. Então aqui estou eu, oito meses depois, acabei de subornar uma enfermeira chamada Fernanda. Ela iria fazer tudo o que eu queria. Investiguei a vida de Bruce depois desse tempo tentando encontrar alguma forma de fazê-lo sofrer tanto quanto ele me fez, e eu encontrei. Ele a engravidou naquela noite, engravidou Jullianne. Pensei que ele fosse abandoná-la e pensei seriamente em assumir a criança se ela me quisesse, mas ele não o fez. Pelo contrário, se casou com ela e estava feliz pelo filho que teriam. Eu por outro lado me tornei mais frio e obscuro, e foi aí que encontrei uma brecha para a minha tão esperada vingança. Eu iria tirar dele, aquilo que ele mais ama.

           E assim o fiz, a enfermeira Fernanda (Nana) com sede de dinheiro fez tudo o que eu mandei, me trouxe a criança e conseguiu mexer os pauzinhos lá dentro fazendo com que ela se desse por morta. Era o que eu pretendia fazer com ela, matá-la. Mas quando olhei em seus brilhantes olhos verdes e cabelos ruivos iguais aos da mãe, foi como se um novo amor nascesse dentro de mim. Eu não perderia aquela pequenina Jullianne por nada nem por ninguém, ela seria minha pra sempre! Fernanda me procurou mais tarde no mesmo dia e foi aí que toda a história começou, eu não tinha condições de cuidar de uma criança naquele estado e não podia deixá-la com qualquer um. Então eu fiz o que me veio à mente, induzi Fernanda a ficar com (Seu Nome).

- O quê? -ela perguntou incrédula- Eu não vou cuidar dela pra você!
- Acontece que você não tem escolha! -falei calmo-
- Ah não? E se eu te entregar pra polícia? O que acha que vai acontecer?
- Comigo? -perguntei- Nada! Eu tenho dinheiro pra subornar quantos polícias forem preciso, já você... Acho que não, aliás, vão querer saber quem foi que me trouxe a menina... Serei obrigado a dizer a verdade... -sorri vitorioso-
- Você não ousaria...
- Sim, eu faria. Você não faz ideia do que eu sou capaz! 
- O que você está fazendo é errado!
- E você não é ninguém pra me falar o que é errado ou não, você não tem moral pra isso. Então, como é que vai ser?

Flashback OFF

- E foi assim que tudo aconteceu! -Marvin terminou sua história como se não doesse mais- Seu pai foi culpado por tudo o que aconteceu de ruim na minha vida. E eu me vinguei assim como jurei que faria.
- Mas então... -comecei- Nana não mentiu pra mim por mal?
- Claro que não. -ela chorou- Me apeguei tanto a você durante todos esses anos. Você foi a única pessoa que me amou de verdade, e eu também te amei o tempo todo. Realmente te considerei minha filha. Não consigo suportar a ideia de te ver com raiva de mim.
- Ah Nana. -chorei correndo pra abraçá-la- Nem que eu quisesse sentiria raiva de você. Só queria que tivesse me contado a verdade, tudo o que eu vivi foi uma mentira até agora.
- Eu sei, me desculpa de verdade. -Nana pediu- E me desculpa por ter sido grossa algumas vezes, acontece que conviver com toda essa mentira também me transformou numa pessoa fria. Tive tantos sonhos frustados...
- Eu entendo Nana, a culpa não é sua. -falei tentando fazê-la parar de chorar-
- Muito bem crianças, a hora do recreio acabou. Temos que enfrentar a realidade agora. E a realidade é que as coisas vão continuar do mesmo jeito que estão. -Marvin falou-
- Você! -apontei o dedo pra ele- A culpa disso é toda sua.
- Minha? -perguntou incrédula- A culpa disso é dos seus pais!
- Meus pais... Onde eles estão? -perguntei- Você sabe onde eles estão! Marvin por favor, fala pra mim onde estão meus pais... Minha mãe. -implorei-

           Quando Marvin ia abrir a boca pra falar algo, a Dra. Jullianne apareceu junto de Jason. Como eu não percebi o carro deles chegar?

- Eu estou aqui. -ela falou- Eu sou a sua mãe.
- Jullianne? -Marvin perguntou a olhando fascinado- É você mesma...

           Senti o mundo à minha volta girar e pensei que fosse desmaiar, me apoiei em Harry mas sem me soltar de Nana, eu estava tão confusa, e a sensação de que aquilo era apenas um sonho não me deixava. Era como se eu fosse acordar a qualquer momento, me levantar e sentir o cheiro do café de Nana sendo preparado. Mas eu sabia que aquilo não iria acontecer.

- Marvin. -ela falou com a voz cheia de rancor- Em toda a minha vida, nunca pensei que você pudesse ser tão baixo a esse ponto. Tirar a minha filha de mim? -seus olhos marejaram- Tem noção do quanto me fez sofrer com esse vazio no peito?
- Nunca foi a minha intenção te fazer sofrer, era Bruce quem eu queria afetar.
- E não se deu conta de que isso me afetaria também? Não sabe o quanto eu o amaldiçoo por isso. -falou com a voz carregada de mágoa e outros sentimentos que não pude decifrar-

             Eu estava calada, acho que não conseguia falar nada e Harry ao meu lado também não soltava uma palavra sequer. E foi aí que as coisas começaram a piorar, carros de polícia começaram a chegar de todas as direções e eu tampei os ouvidos enfiando a cabeça no peito de Harry para abafar o barulho das sirenes. Nana me cutucou e eu a olhei.

- Você... Chamou a polícia? -seus olhos marejados-
- Não Nana, eu não faria isso! -falei desesperada-
- Jullianne! -um homem alto, careca e branco gritou correndo em nossa direção- Vim o mais rápido que pude com os policiais, o que está acontecendo? Porque disse que era urgente? E quem são todas essas pessoas?

              Então seu olhar se voltou para Marvin e seus olhos estavam arregalados assim como os do homem careca. Os dois pareciam surpresos demais para falar qualquer coisa.

- Não deixa eles me levarem (Seu Nome)?! -Nana chorou olhando pra mim-
- Eu não vou deixar Nana, não vão te levar daqui. -chorei-
- Jullianne o que está acontecendo? -o careca perguntou-
- Está acontecendo, -ela começou- que eu encontrei a nossa filha, o Marvin a roubou da gente no hospital e fez parecer que ela estava morta mas ela não estava! E está aqui agora! -apontou pra mim chorando- A nossa filhinha! 

             Alguns policiais começaram a arrastar Marvin para o camburão e ele começou a gritar indignado.

- Não podem me levar! Estão cometendo um grave erro!

            E outros vieram em direção à Nana, ela me segurou pelo vestido e começou a chorar, chorei junto e me virei para Dra. Jullianne.

- Dra. Jullianne não deixem levar ela por favor. -implorei- Por favor.
- Não podemos impedir mais. -Jullianne olhou pra mim sinceramente- Seria em vão meu amor.
- Mas não podem levá-la!

          Começaram a levar Nana pelo braço e ela gritou pra mim.

- Eu te amo (seu Nome), espero que algum dia possa me perdoar pelo o que eu fiz.
- Nana! -corri atrás dela- Eu já te perdoei por tudo. -falei seguindo-a- Não me deixa.
- Eu não vou te deixar jamais. Mas eu tenho que pagar pelo o que eu fiz. Promete me visitar todas as semanas?
- Sim eu prometo. -falei- Vou te visitar sempre Nana.
- Eu te amo minha pequena.
- Também te amo. -chorei-

         E assim, de repente, ela estava dentro do camburão sendo levada junto de Marvin. Vi alguns policiais conversando com meus... Pais?! E eu me ajoelhei na grama chorando sem saber o que fazer. Senti duas mãos fortes me erguendo pela cintura. Era Harry. Eu o abracei enterrando minha cabeça em seu peito e chorando.

- Está tudo bem meu amor. -ele falou acariciando minhas costas- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você.
- Não me deixa também Harry. -pedi-
- Eu jamais sequer pensaria nisso. -falou beijando a minha testa-

Harry P.O.Vs

           Depois de tudo o que aconteceu nessa madrugada, ali estava (Seu Nome) em meus braços, tão pequena e indefesa, eu não a deixaria por nada, nem hoje nem nunca mais. Ela era tão minha agora, mais do que já foi em qualquer momento desse tempo juntos. A abracei como se minha vida dependesse disso quando na verdade era ela que estava frágil ali. Sua pequena cabecinha deve estar tão confusa, não consigo nem imaginar o turbilhão de pensamentos que a invadem agora. A dra. Jullianne, o cara que imagino ser o pai de (seu Nome) e Jason nos olhavam sem falar nada. Jullianne estava abraçada à Bruce chorando que parecia querer pedir desculpas com aquele abraço. (Seu Nome) ergueu seus olhos verdes e agora vermelhos de choro pra mim e falou:

- Me leva pra sua casa? Não quero ficar sozinha. -pediu-
- Acho que nunca mais ficará sozinha. -falei sorrindo tentando aliviar o clima- Eles te amam muito. -apontei com a cabeça para o lado de Jullianne e do outro homem-
- É eu acho que sim. -(Seu Nome) sorriu pela primeira vez- E eu sei que já os amo também. -falou limpando as lágrimas- Mas ainda prefiro ir pra sua casa.
- E eu vou te levar com toda a certeza. Não pensou que eu fosse me separar de você, pensou?
- Nem por um segundo. -sorriu- Acho que... Acho que vou falar com eles.
- Eu te espero aqui. -falei sorrindo-
- Ta bom.

            Jason trocou algumas palavras com (Seu Nome) e veio em minha direção se posicionando ao meu lado.

- Como na verdade você está aqui? -perguntei-
- Acho que essa não é hora pras nossas brigas. -falou-
-revirei os olhos- Eu só perguntei porque está aqui. Quem interpretou mal foi você.
- Eu vim porque fui chamado. -falou-
- Está dizendo que eu não fui chamado? 
- Não! -bufou- Dessa vez foi você que interpretou mal.
- Tá, então fala logo.
- A Dra. Jullianne me ligou por volta das onze da noite dizendo que estava no hospital e que precisava de mim. Achei estranho e fui ao seu encontro, então ela me mostrou o teste de DNA que havia feito com um fio de cabelo de (Seu Nome) está tarde, com os avanços tecnológicos já se pode saber algo assim em um dia, ainda mais quando se é médico. Ela conseguiu informações de dezessete anos atrás, como o número do quarto que ficou quando teve (Seu Nome) e a enfermeira que ficou encarregada de tudo. Foi aí que descobriu sobre Nana. Ela me pediu ajuda pra vir até a casa de (Seu Nome) porque não sabia onde era e disse que ligaria para Bruce e pediria que chamasse a polícia. A intenção era prender apenas Nana, não sabíamos que meu pai estava envolvido nisso, mas ouvimos toda a conversa dele assim que chegamos.
- Não sei se sou apenas eu mas... Não acha tudo isso loucura?
- Loucura? Acho que essa palavra não é suficiente para descrever esse momento. O que vai acontecer agora? -perguntou-
- Como assim? -perguntei de volta-
- Digo, com (Seu Nome), a Nana e o Marvin. O que vai acontecer com todos agora?
- Eu não sei Jason. -falei suspirando- Sinceramente, eu não sei.

(Seu Nome) P.O.Vs

         Caminhei com as pernas bambas até meus... Pais, eu sentia como se pudesse cair e me esbofetar no chão a qualquer momento mas isso não me fez parar. Eles estavam juntos e a dra. Jull... Minha mãe... Chorava muito. Eu cheguei perto deles e ela se soltou do meu pai olhando fundo em meus olhos, mas ela não parava de chorar. Só então percebi o quanto éramos parecidas. Como eu poderia imaginar que a Dra. Jullianne era minha mãe?! Acariciei seu rosto com uma mãe e falei:

- Não chora não mãe. -eu mal podia acreditar que agora poderia chamar alguém de mãe-
- Ah minha filha! -ela me abraçou forte chorando e foi o melhor abraçado da minha vida, o abraço da minha mãezinha!- Eu desejei tanto ter você comigo, quando te vi pela primeira vez eu soube que você era especial, mas eu precisava ter certeza absoluta pra não me magoar mais uma vez.
- Está tudo bem mãe. -falei e nos afastamos do abraço- O importante é que estamos juntas agora.
- E eu sinto tanto por não ter dado ouvidos à sua mãe quando dizia que você estava viva! Eu devia ter acreditado nela! -falou o homem alto e careca, meu pai-
- Ah pai! -o abracei também- A gente nunca sabe no que acreditar quando está confuso. Não acredito que tenho pais! -falei com olhos ardendo de novo-
- Oh minha filhinha, a culpa é toda minha, se eu não tivesse sido tão estúpido nada disso estaria acontecendo agora...
- Exatamente! -falei olhando para os dois- Nada disso estaria acontecendo, o momento mais maravilhoso da minha vida não existiria. Tudo bem que teve alguns momentos tristes, mas a emoção de ter finalmente encontrado meus pais depois de pensar que eles estavam mortos a minha vida inteira... Não tem preço que pague pai!
- Meu coração se regozija de alegria toda vez que ouço a palavra pai sair de seus lábios.
- Senti o mesmo quando me chamou de mãe. -Jullianne falou-
- É melhor se acostumarem então. -falei sorrindo- Porque vão me ouvir falar muito!
- E eu mal posso esperar! -minha mãe falou-

           Apesar de toda a tristeza que eu estava sentindo por ter perdido Nana para uma cadeia, eu não podia estar mais feliz por ter encontrado minha verdadeira família, meus pais!

- Você vem pra casa comigo, não vem? -minha mãe perguntou-
- Como assim? Ela vai comigo hoje. -meu pai falou-
- Na verdade... -comecei- Eu vou ficar com Harry hoje.
- Na casa de um menino? -meu pai perguntou incrédulo-
- Ele é meu namorado pai.
- Não sabia que você já namorava. -ele pareceu decepcionado e achei a melhor coisa do mundo- 
- Não acredito que tenho um pai pra sentir ciúmes de mim com o meu namorado! Isso é o máximo!

           Meu pai sorriu confuso com a minha animação.

- Mas eu pensei que estivesse feliz com a gente, pensei que você pudesse ir morar comigo agora? -minha mãe falou-
- E eu estou! -falei- Só Deus sabe o quanto estou feliz, mas... Eu tenho muito o que pensar, essa noite foi a mais confusa da minha vida e tenho que tentar colocar na minha cabeça que as coisas não serão mais como eram antes. Eu preciso dessa noite pra isso, por favor tentem entender. Eu prometo que amanhã ficarei na sua casa. -pedi-
- Na nossa casa. -minha mãe falou- A gente entende filha. -falou segurando na minha mão- Essas coisas levam tempo, eu mesma ainda estou tentando acreditar que isso não é um sonho.
- Eu não sei não. -meu pai falou- Preciso ter uma conversa com esse Harry.
- Bruce pelo amor de Deus. -minha mãe falou- Não vai dar uma de pai ciumento à essa altura, não é?
- Ta ta. Vocês venceram! 

           Eu sorri e abracei os dois mais uma vez me despedindo. Então caminhamos os três em direção à Harry e Jason, todos com um grande sorriso no rosto. Meu pai se aproximou de Harry e falou:

- Cuida bem dela essa noite. -e lançou um olhar severo- E mantenha seu precioso dentro das calças. Ou pode ficar sem ele.

           Arregalei os olhos assim como Harry. Não acredito que meu pai falou isso na maior cara dura! Meu Deus, por favor, abre o asfalto e deixa ele me engolir agora mesmo. Senti minhas bochechas queimarem de tanta vergonha e vi que minha mãe ria divertidamente. Qual era a graça nisso afinal? 

- Sim senhor. -Harry falou engolindo em seco-
- Ótimo. -respondeu meu pai-

           Harry e eu entramos em seu carro, ambos um pouco -ou talvez muito- atordoados com toda aquela situação. Harry deu partida no carro e coloquei o rosto entre as mãos morrendo de vergonha.

- Harry desculpa por isso. Eu não acredito que ele te falou aquilo, estou tão envergonhada...
- Está tudo bem. -Harry riu- Pais geralmente são assim. -fez uma careta engraçada que me fez rir-
- Não estou muito acostumada a lidar com pais.
- Nem eu. -sorriu- E o seu parece ser bem ciumento. Vou ter trabalho de agora em diante.
- Parece que sim. -sorri- Mas estou achando isso tudo muito surreal.
- Acho que todos estão, mas com o tempo vai melhorar.
- Não estou dizendo que está ruim, tudo isso é perfeito! Claro que estou imensamente triste por Nana, e vou sentir muita falta dela todos os dias comigo. -abaixei a cabeça tentando não chorar- Mas agora eu tenho meus pais, meu sangue! A alegria que sinto com certeza se sobressai.
- Eu fico tremendamente feliz por isso. -falou-

           O caminho até a casa de Harry foi cheio de conversas, na verdade até o seu apartamento e dos outros meninos. Harry abriu a porta e estava tudo escuro, senti um certo desespero por ver a escuridão de novo, mas logo ele acendeu a luz. Me puxou pela mão subindo as escadas e abriu a porta de seu quarto. Estava quase amanhecendo então provavelmente todos estavam dormindo. Harry fechou a porta e começou a afastar os edredons para os pés da cama. Seu quarto era bem claro e simples, não tinha muita frescura. Me aproximei da janela e vi uma espécie de luz branca piscar bem rápido, esperei alguns segundos e aconteceu de novo.

- Harry?
- Sim? -respondeu pegando outras cobertas no guarda roupas-
- O que são essas... Luzes que piscam de vez em quando tão rápido?

          Harry caminhou até mim e olhou pela janela então sorriu.

- Se chamam relâmpagos. Eles aparecem sempre que vai chover, e hoje parece que teremos uma tempestade. Estranho, o tempo estava tão bom...
- É normal mudar assim de repente?
- É sim. -sorriu- Quando a gente pensa que vai sair aquele sol... Começa a chover. É muito normal.
- Que bom. -sorri também-

Harry P.O.Vs

          Depois de arrumar minha cama pra (Seu Nome), separei algumas cobertas pra mim.

- Você pode ficar à vontade aqui no meu quarto. -falei- Qualquer coisa é só me chamar.
- Aonde você vai? -perguntou-
- Vou dormir no sofá. -respondi- Seu pai deixou bem claro o risco que meu precioso corre.

         Sorri e (Seu Nome) abaixou a cabeça com as bochechas coradas, isso foi muito fofo! Credo, não acredito que usei a palavra "fofo", isso é tão gay da minha parte que mal posso acreditar que pensei isso.

- Tudo bem. -respondeu-

        Comecei a abrir a porta do quarto e na mesma hora um trovão irrompeu no céu, mal percebi e (seu Nome) estava atrás de mim abraçando minha cintura tremendo de medo.

- Não, não vai não! -implorou-
- Você tem medo de temporais? -perguntei-

         Ela balançou a cabeça ainda me abraçando e eu não pude deixar de rir, o que a deixou irritada.

- Para de rir Harry! Não é engraçado!
- Desculpa eu... -não aguentei e ri mais ainda da cara que ela estava fazendo e ela me deu um soco no braço-
- Ai para, eu não to rindo, eu não to rindo. -mas eu estava rindo sim, e muito-

        Ela sentou na cama e cruzou os braços fazendo biquinho. Não me aguentei e tive que beijá-la. 

- Ta bom emburradinha, eu faço um sacrifício e durmo aqui com você.
- Sacrifício? -perguntou ofendida-
- É só um modo de falar. Agora deita vai.

          Ela se enrolou tanto no meio das cobertas que parece que ia para o pólo norte. Sorri uma ultima vez e apaguei a luz me deitando ao seu lado. Consegui me enfiar em baixo das cobertas também e abracei sua cintura sentindo o calor de seu corpo. E foi assim pelo resto da noite, nunca pensei que dormir de conchinha seria tão bom. Na verdade nunca pensei em levar uma garota para o meu quarto, muito menos para apenas dormir com ela. Mas com (Seu Nome) é diferente, tudo com ela é diferente e mais bonito. Como se chama isso mesmo? O nome daquilo que tudo o que a pessoa faz e fala é lindo pra você mesmo que não seja para os outros e cada gesto seu é mais valioso do que a sua própria existência? Oh é mesmo! Amor.

Ta aí um bem grandão igual eu prometi, espero que estejam gostando dessa reta final. Comentem. Amo vocês -Deh ♥

13 comentários:

  1. Oh mds!!! Adorei Deh 😍 achei tao fofo o final :33 e ri quando o Bruce falou do precioso do Harry ;) kkkkkkk enfim, continua logo hein! To adorando isso!! 😄

    Beijos - Xo

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  2. Caraaaa que perfeito, eu ate chorei :')
    Eu nem acredito que está acabando!! :/

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  3. Ahhh Mdss, o que foi isso Marida? Eu não acredito que você pode ferir meu feels, aff , eu te odeio por isso, mentira, te amo muitíssimo!!! Ah Sabe estava lendo com uma prima minha, e ela não sabia que esse tipo de histórias não existem ai eu fiquei falando Gardência para lá, Gardência para cá e ai começamos a ler!!! Ela disse que você tem que continuar o mais rápido possível!!! Ah eu também acho isso, na verdade todas as Gardeners acham isso, não é meninas???? Enfim, ficou perfeito mesmo, sabe, a parte que eu mais chorei, na verdade morri, foi quando Nana foi presa e pediu para que ficasse e a Laura ( essa minha prima ) achou isso também!!!! Ahh não tenho palavras para expressar o que eu estou sentindo agora e teremos mais uma leitora, a Lauraaa, ela disse que isso é viciante e pode já virar um livro, e olha que ela nem é Directioner! Bom, vou deixar sua cabeça pensar um pouco com os outros comentários!! Amei mesmo e espero o próximo cap com muito maior amor kkkkk!!!
    Xx Jull, amo muitíssimo você!!! Muito mesmo!!! ❤❤❤ ah eu te aammo!!!
    P.s.: adorei, A-D-O-R-E-I a parte em que o meu pai fala sobre o precioso do Harry, apesar dele estar certo em relação a isso, pois o Harry tem que guardar só para mim kkkkkkkk u.u!!!
    Amo você

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  4. Ahhh Mdss, o que foi isso Marida? Eu não acredito que você pode ferir meu feels, aff , eu te odeio por isso, mentira, te amo muitíssimo!!! Ah Sabe estava lendo com uma prima minha, e ela não sabia que esse tipo de histórias não existem ai eu fiquei falando Gardência para lá, Gardência para cá e ai começamos a ler!!! Ela disse que você tem que continuar o mais rápido possível!!! Ah eu também acho isso, na verdade todas as Gardeners acham isso, não é meninas???? Enfim, ficou perfeito mesmo, sabe, a parte que eu mais chorei, na verdade morri, foi quando Nana foi presa e pediu para que ficasse e a Laura ( essa minha prima ) achou isso também!!!! Ahh não tenho palavras para expressar o que eu estou sentindo agora e teremos mais uma leitora, a Lauraaa, ela disse que isso é viciante e pode já virar um livro, e olha que ela nem é Directioner! Bom, vou deixar sua cabeça pensar um pouco com os outros comentários!! Amei mesmo e espero o próximo cap com muito maior amor kkkkk!!!
    Xx Jull, amo muitíssimo você!!! Muito mesmo!!! ❤❤❤ ah eu te aammo!!!
    P.s.: adorei, A-D-O-R-E-I a parte em que o meu pai fala sobre o precioso do Harry, apesar dele estar certo em relação a isso, pois o Harry tem que guardar só para mim kkkkkkkk u.u!!!
    Amo você

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  5. Owwn que perfeitooo Deh, e não acredito que já está acabando :(( vou sentir muita saudade desse fic. Bjss! Continuaa! <3

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  6. Eu não acredito que o marvin era assim fera. Eu estou chocada. Essa capítulo está perfeito. Deh VC tem facebook? eu tenho muitas perguntas para VC. Adorei o capítulo. Continua sua DIVA <3

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  7. Vc escreve perfeitamente bem
    Estou adorando,não vejo a hora do próximo capítulo.

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  8. Mdss essa fic é liinda ♥ comecei a ler hj e eu estou apaixonada!

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  9. AMEIIIIIIIII DEH SUA DIWOSA!! GENTE QUANTA CONFIÇÂO EM UM CAPITULO SÓ!! O nome de verdade da Nana é Fernanda '0' Marvin é um sem coração, a Dra. Jull é minha mãe liamda, Bruce é meu pai ciumento, Harry meu namorado, Jason meu melhor amigo, trm como essa fic ficar melhor? Mas é claro, o Marvin foi preso, uhuuul, mais deu dó da Nana coitada, mais eu adorei esse capítulo, na minha opinião, esse foi um dos melhores, prna que tá acabando! Você podia fazer segunda temporada! E não vejo a hora de eu 'ver' o resto dos meninos!
    Continua logo Deh.
    XxMin

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  10. MDS Ameeeeeeiiiiiiii esse capitulo assim como os outrooss...
    CONTINUA LOOOOOOOOOGO PFV PFV PFV..

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  11. Cadê o próximo cap ??? Amei <3 muito bem escrito !❤ Linda a historia !
    Bj Laura . Prima da Julia ! ��

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  12. ai foi lindo esse capítulo! nossa, mto mesmo, que bom q td se resolveu, agora tenho família, namorado perfeito u.u

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