Gardênia - Cap - 35

O meio (do fim)

Anteriormente

          Ela começou a fechar os olhos e eu senti que minha respiração se fechava junto.

- (Seu Nome) amor, não dorme não. Conversa comigo! -o desespero já era percebido em minha voz-

- Mas eu estou com tanto sono Harry... 

- Mas não dorme agora amor, fica aqui comigo por favor, não me deixa falando sozinho.

- Desculpa...

            Falou e seus olhos se fecharam... Comecei a chorar e vi a ambulância apontar na esquina.

Agora

Harry P.O.Vs

            Eu fui com (Seu Nome) dentro da ambulância e liguei pra mãe dela no caminho. Jullianne ficou desesperada e pediu que eu contasse exatamente tudo o que aconteceu. Claro que eu não contei a parte que (Seu Nome) saiu andando sozinha por minha culpa, Jullianne arrancaria meu fígado e daria pros cachorros comerem. O caminho todo a única coisa que eu conseguia fazer era orar pra que tudo desse certo e (Seu Nome) saísse bem dessa, mas às vezes eu não acreditava que isso iria acontecer, eu nunca tinha visto ela tão pálida e muito menos desacordada, aquilo estava acabando comigo.

           Quando chegamos ao hospital, começaram a levar (Seu Nome) pelos corredores, estavam a levando para longe de mim. Uma enfermeira me barrou e falou:

- Você não pode passar daqui.
- Mas ela é minha namorada. -falei desesperado-
- Desculpa mas não será possível.
- Como assim não será possível? Eu exijo que...
- Harry. -Jullianne apareceu- Está tudo bem eu vou cuidar dela, fique aqui e eu te manterei informado, prometo. Ta bom?
- Ta bom. -sacudi a cabeça atordoado- Ta bom.

           Eu estava tão aéreo, tão fora de mim, que já não tinha certeza mais nem do que eu falava ou se minha voz estava saindo como o normal. Eu só queria que a minha princesa estivesse aqui comigo agora, não aqui, em um outro lugar qualquer sorrindo pra mim e beijando meus lábios, mas eu sabia que isso não era possível...

[...]

(Seu Nome) P.O.Vs

          Acordei mas não conseguia me mover, estava tudo escuro e nesse momento senti todos os meus medos virem à tona. Eu não mencionei isso com ninguém mas todas as noites eu costumava ter pesadelos de que eu voltava a ser cega e agora eu não consigo ver a luz, está tudo tão escuro. Eu quero chorar mas nem isso sei se sou capaz. E então como se algo me trouxesse de volta, eu ouvi uma voz me chamar docemente:

- (Seu Nome), acorda.

            Tossi algumas vezes e senti todo o meu corpo doer, de cima abaixo.

- Amor? Abre os olhos?

           Então eu não estava com os olhos abertos? Senti um enorme alívio tomar conta de mim. Forcei meus olhos para que se abrissem e uma pequena luz do sol entrava pelo vão de uma janela, eu não sabia onde estava e minha mente estava demorando para processar tudo. Foquei meus olhos no que estava à minha frente e vi Harry com os olhos cheios de lágrimas me encarando com um sorriso. 

- Harry?

             Minha voz saiu falha e minha boca estava seca. A sensação que eu estava sentindo era horrível.

- Oi. -sorriu- Como se sente?

- Péssima. -falei- O que... Aconteceu?

- Você não se lembra?

- Eu não sei... Está tudo tão confuso dentro da minha cabeça. Eu fui... Esfaqueada...?

- Foi. -assentiu- Mas agora está tudo bem não se preocupe, só... Descanse.

- Quem... Quem fez aquilo?

- A gente ainda não sabe, ele estava de touca e não deu pra ver o rosto. A menos que você tenha visto, vocês ficaram cara a cara, se lembra do rosto dele?

               Balancei a cabeça e por algum motivo eu comecei a chorar, o que não era nada bom porque a cada esforço eu sentia uma pontada na barriga.

- Está tudo bem amor. -Harry sentou na cama ao meu lado e começou acariciar meu cabelo- Pare de chorar, daqui um pouco sua mãe entra aí e vai pensar que eu te fiz algo.

- Eu pensei que fosse morrer Harry. -chorei- Minha mãe está aqui? -perguntei-

- Sim, ela sai de vez em quando pra ver outros pacientes mas volta aqui a cada dez minutos. Ela está muito preocupada.

- Não sei porque fizeram isso, eu nunca fiz mal algum pra ninguém.

- Eu sei meu amor, mas existem pessoas más no mundo que fazem esse tipo de coisa apenas por prazer.

            Deitei minha cabeça no ombro de Harry e comecei a pensar em tudo o que havia acontecido, tentando lembrar como era o rosto de quem me atingiu mas não vinha nada. Só me lembrei de uma coisa.

- Harry?

- Sim?

- O que tinha naquele papel que você leu?

- Que... Papel? 

- Eu sei que tinha um papel no chão, eu vi quando você pegou e leu. O que tinha nele?

- Ah, aquele papel. Não era nada demais, só um desses panfletos que as pessoas entregam no meio da rua.

- Ah sim. -assenti-

           A porta se abriu e Harry levantou rapidamente, minha mãe entrou com expressão preocupada e assim que viu que eu estava acordada sorriu deixando o ar sair pela boca. 

- Ah Graças a Deus! -falou- Eu estava tão preocupada filha!

- Oi mãe. -sorri- Desculpa te preocupar.

- Não foi culpa sua amor. Foi coisa do... destino...

- É eu acho que sim. Mas foi muito estranho mãe.

- Coisas estranhas acontecem o tempo todo, o importante é que agora você está bem, não é?

- Sim. -sorri-

- Harry se você quiser ir pra casa fica a vontade, você passou a noite inteira aqui.

- Eu estou bem. -Harry respondeu-

- Você passou a noite toda aqui? -perguntei e ele assentiu- Harry você precisa descansar!

- Não, você precisa descansar. -colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha-

- Harry... -comecei-

- Não vamos discutir, eu vou ficar aqui você querendo ou não.

- Mas saiba que posso ficar aqui por muito tempo. -falei-

- Na verdade amanhã de manhã você já volta pra casa. -minha mãe começou- Você perdeu muito sangue mas o corte não foi muito fundo.

            Harry sorriu pra mim vitorioso e eu revirei os olhos. 

- Eu tenho que ver um paciente no segundo andar mas daqui a pouco eu volto. -minha mãe falou-

- Ta bom mãe.

          Ela saiu do quarto e um minuto depois Jason entrou desesperado procurando meu olhar.

- (Seu Nome), eu vim assim que soube. -suspirou- Como você está?
- Como eu já disse, péssima. -falei- Ainda sinto minha barriga doer se eu faço esforço.
- Então não faça esforço. Pelo amor de Deus você me deu um baita susto!
- Desculpa. -sorri- Mas acredite eu também levei um baita susto! Não sei o que aconteceu, não sei porque alguém faria aquilo. -falei-
- De qualquer maneira vamos descobrir.
- Jason eu... Posso conversar com você um minuto lá fora? -Harry perguntou-
- Tem algo que eu não posso saber? -perguntei-
- Não. -Harry respondeu- É assunto de homem amor.
- Ah. -então eu nem quero saber- Tudo bem eu fico aqui. -dei de ombros-

Harry P.O.Vs

         Puxei Jason comigo pra fora do quarto e retirei o bilhete do bolso da calça e lhe mostrei. Ele leu e arregalou os olhos me fitando com olhar questionador.

- Onde encontrou isso? -perguntou-
- O cara que esfaqueou (Seu Nome) deixou isso no chão.
-  Meu Deus. -me devolveu o bilhete- Isso é sério, isso é muito muito sério!
- Eu sei que é, por isso te chamei pra conversar. O Marvin não ficou preso porque não tinham provas contra ele além do testemunho da Nana e isso não foi o suficiente pra deixá-lo preso. Eu preciso que você me diga se sabe onde ele está!
- O quê? Não é claro que eu não sei. Não sei se você percebeu mas eu não tenho muito contato com ele.
- É eu imaginei. -suspirei-
- O que a gente faz? -perguntou-
- Eu ainda não sei, mas não podemos em hipótese alguma deixar (Seu Nome) sozinha.
- É com certeza, o Marvin é capaz de tudo, não gosto nem de pensar no que pode acontecer.
- E eu muito menos. -passei a mão pelos cabelos atordoado- É melhor voltarmos pra dentro ou ela vai desconfiar.
- Espera, não conversou com ela sobre isso?
- É claro que não cara!
- Como assim é claro que não? Ela tem que saber.
- Ela tem que saber mas não agora, agora ela precisa descansar. Eu vou contar pra ela quando estiver melhor.
- É você tem razão.
- Desculpa, o que te disse? Disse que eu tenho razão? -debochei-

          Jason revirou os olhos abrindo a porta do quarto e entrando. (Seu Nome) mexia em um celular que eu não sei de onde surgiu.

- Onde conseguiu esse celular? -perguntei entrando-
- Ah, foi o Travis que me deu. -falou e vi um brilho novo em seus olhos, que porra é essa de Travis?-
- Quem é esse Travis?
- Ah é mesmo você ainda não sabe, Travis é o meu irmão.
- Você tem um irmão? -Jason se manifestou-
- Loucura né? -ela falou- Eu só descobri isso ontem porque meus pais não tinham me contado, pelo que eu soube ele é um filho bastardo.
- Uau, sua vida é cheia de surpresas. -Jason falou-
- Que bom que eu não sou a única que pensa assim...

[...]

No outro dia...

(Seu Nome) P.O.Vs

           Cheguei em casa no outro dia com Harry e minha mãe ao meu encalço. Harry colocou as compras em cima do sofá, e com compras quero dizer aquele tipo de comida que se dá pra bebês, minha mãe disse que não poderia comer nada pesado pelas próximas duas semanas, e eu não sei porque já que não perfurou nenhuma parte do meu estômago nem nada, parece que o corte realmente não foi fundo. Minha mãe colocou a bolsa em cima da mesa e falou:

- Seu corpo está pronto, você pode levá-la Harry?
- Claro. -respondeu-

           "Levá-la". Sim, eu estava praticamente sendo carregada pelo Harry, meu Deus, eu não estou com problemas nas pernas, mas ele estava sendo tão gentil que eu não quis ser chata, além do mais eu amava estar tão perto dele, principalmente seu braço em minha cintura. Minha mãe abriu a porta do meu quarto e eu tive uma grande surpresa, ele estava todo decorado! E estava lindo!

- O que achou? -minha mãe perguntou-
- Está... Lindo! -falei encantada- Ficou melhor do que eu imaginei.
- Realmente, se eu fosse menina também ia amar esse quarto. -Harry falou e minha mãe riu-
- Vou deixar vocês por um instante. Vou preparar uma canja para o almoço.

             Harry fez uma careta quando minha mãe já estava de costas e eu ri. Assim que ela saiu me atrevi a perguntar:

- Que foi? Tem alguma coisa contra canja?
- Não, mas aquilo lá não me sustenta não.
- Tá brincando? Aquilo é super forte.
- Eu não acho, sempre que eu como me dá aquela moleza e vontade de dormir.
- Isso porque você é que está fraco demais pra canja. -ri-
- Como é? -perguntou confuso-
- Sempre que estamos fracos e comemos algo forte, normalmente sentimos fraqueza, o que nos faz querer dormir.
- Uau, onde descobriu isso?
- Todo mundo sabe disso. -dei de ombros-
- Eu não sabia.
- Isso porque você é desinformado.
- Hey! Não zombe de mim. -riu-
- Ora me desculpe. -ri- Prometo não lhe desacatar mais.
- Eu ficarei eternamente grato.

              Conversamos o tempo inteiro até minha mãe dizer que estava pronto o almoço. Então Harry ficou para comer com a gente. Era estranho, aliás, ele estava agindo de modo estranho. Ele olhava para os lados toda hora, parecia que alguém iria nos atacar a qualquer momento. Aquilo estava ficando estranho e incomodativo. Sem contar que ele não me deixava sozinha um segundo sequer, o que estava acontecendo afinal?

Comentem gardeners, quero saber o que estão achando. Esse capítulo foi meio parado mas o próximo vai esquentar. Um FELIZ NATAL pra vocês que Deus abençoe muito cada uma. Nosso Boo está completando mais um aninho neh? :´-( OMG Mds, parece que foi então que era só um menino, ai só de lembrar os velhos tempo às vezes eu choro, principalmente naqueles momentos solitários que eu fico ouvindo Torn aaaaaah, chorei de novo. Se eu pudesse pausar o tempo e ficar pra sempre quando tudo começou eu pausaria. Mas fazer o que neh? Amo vocês -Deh♥