Locked Out Heaven ♦ 1

Seu Nome Thompson  P.O.V.

Agora eu já tenho meus dezoito anos, porém já faz mais de três anos que procuro quem é minha verdadeira família.
Não que minha família não seja boa, na realidade é ótima, minha mãe é uma mulher adorável, e meu pai um ótimo cozinheiro, mas sempre tive a dúvida de onde eu vim.
É estranho pra uma criança não parecer com os pais, enquanto minha mãe é loira com olhos azuis e meu pai com cabelos castanhos e olhos cinzas, meu cabelo é preto e meus olhos verdes. Minha procura de verdade sempre foi saber de onde eu vim.
Então finalmente descobri, acabei o colégio, e finalmente recebi notícias, de Verona, Itália. Descobri duas irmãs, Andressa e Michele, ficamos conversando por um longo tempo, por mais de personalidades diferentes, elas são adoráveis comigo. Mas por outro lado, descobri que na realidade minha mãe simplesmente me deu, ela não iria conseguir me criar porque ela já tinha a Michele, então me entregou pra minha mãe, Jenna e meu pai, Michael. Só depois de conseguir um novo emprego ela conseguiu ter outra filha, Andressa, mas meu pai morreu, e agora ela está doente.
Na imensa curiosidade que tenho, estava pensado em uma viajem, meus pais apoiaram, mas obviamente, também preciso da opinião de outras pessoas, especificamente duas, Abby e Lola, minhas melhores amigas.
Elas já estavam sabendo da história toda, mas as chamei em casa, e contei da minha ideia da viajem.

- então... o que acham? - perguntei ansiosa - eu devo ir ou não?

Abby estava sentada na cadeira me encarando pensativa, enquanto Lola estava jogada na cama.

- claro que você vai! - Lola logo se sentou - estou cansada de te ver procurando pela sua família
- é, (seu apelido) - Abby disse - se elas são mesmo legais como você vem dizendo, tem que ir
- eu fico um pouco confusa... sem muita certeza sabe? - eu suspirei alto
- qual é? - Abby se sentou do meu lado - sem certeza do que? Achou sua família, agora vai encontrar
- e se minha mãe biológica não gostar de mim? me achar uma inglesa chata?
- você não é uma inglesa chata - Lola veio na minha frente - se está com tanto medo, vamos com você! - disse animada
- vamos? - Abby perguntou
- sim! - Lola afirmou - não estávamos procurando uma viajem pra fazermos juntas? essas irmãs dela vão apresentar a linda Verona pra gente, nos divertimos muito e só felicidade - riu
- sério gente? - sorri

- é claro - Abby disse - somos amigas desde que nascemos, você aguenta todos os meus ataques mesmo correndo risco de apanhar, e ainda fala "tá tudo bem", vamos fazer isso por você - riu
- é isso aí - Lola sorriu
- ah amo vocês

As abracei fazendo cair na cama, e acabaram rindo.

- ai me solta antes que você me mate - Abby reclamou
- não estraga o momento fofo, chata - brinquei
- sabemos que somos as melhores amigas do mundo, okay? - Lola se gabou

Voltamos a nos sentar e planejar.
Ouvi um toque de mensagem do meu celular, peguei do meu bolso e olhei.

- mensagem do Liam - eu disse - está me chamando pra ir na sorveteria com ele e os garotos, vamos?
- aqueles amigos deles? pensava que não veria aquelas coisas tão cedo - Abby disse
- ah, vamos lá, ele disse pra vocês irem também
- por mim, tudo bem - Lola deu de ombros
- okay, então - Abby cedeu

Abby Morgan P.O.Vs

         Eu realmente não estava nem um pouco a fim de ir à sorveteria na companhia daqueles meninos. Não que eu tivesse algo contra eles mas... Eu tinha. Especificamente, Niall. Quer dizer, acho que vocês não entenderiam os meus motivos pra não gostar dele, sou uma pessoa complicada eu sei disso. Mas sempre que me acusam de ter um temperamento tempestuoso, eu nego com todas as minhas forças. Mas não era esse o motivo principal de eu não estar a fim de ir sair, na verdade eu estava mesmo preocupada em como eu poderia viajar com as meninas e deixar minha mãe em casa sozinha. Somos só nós duas desde... sempre! Quando passamos por momentos de dificuldades sempre uma ficou do lado da outra e depois que nos estabilizamos, continuamos assim. Até pra viajar sempre vamos juntas. Já estávamos na metade do caminho quando (Seu Nome) se manifestou:     

- Você está pensativa. -falou- Isso é sobre a viagem? 

        Como ela poderia me conhecer tão bem assim? Talvez pelo fato de ser amigas de infância e sempre contarmos segredos uma à outra, ou por ela saber exatamente a história da minha vida e por tudo que já fui obrigada a enfrentar ao lado de minha mãe.

- Ham... -comecei mas me impediu-

- Não precisa se preocupar, eu vou entender se não quiser ir. Não vou ficar chateada amiga.

- É a gente te entende Abby. -Lola acrescentou-

- Não é isso. -falei- Eu quero muito ir com vocês. -admiti- Mas fico receosa com relação à minha mãe. Mas não se preocupem, vou conversar com ela quando chegar em casa e veremos o que fazer. -falei-

           Eu já podia avistar a sorveteria ao longe e cinco garotos dando risada de alguma coisa, eu os conheceria de qualquer lugar que estivesse, ninguém ri tanto quanto eles. Quanto mais nos aproximávamos, mais meu coração parecia acelerar. Porque raios isso sempre acontecia? Eu não tinha um tipo de tique por se aproximar de garotos, tinha? Isso é ridículo! Aliás, garotos são ridículos, é por esse e por outros motivos que tento me manter longe deles. Assim que finalmente chegamos, vi Niall voltar seus grandes e brilhantes olhos azuis em minha direção e desviei de seu olhar. Porque coquinhos esse idiota está olhando pra mim? Eu lhe perguntaria, mas não tive a chance já que Lola toda extrovertida começou a tagarelar:

- Vocês não vão acreditar na novidade que temos pra vocês! -ela disse animada-

             Não pude deixar de notar o olhar de Zayn sobre ela. Não o culpo, afinal ela era linda. Mas o culpo por deixá-la escapar. Eles namoraram um ano atrás, eram um casal perfeito superficialmente, mas tinham personalidades muito diferentes. Zayn é meio fechado e sempre fica na dele, enquanto Lola é toda animação e intrometimento. Mas eu sei que no fundo eles se gostavam de verdade. E só terminaram por ter em comum se importar demais com o que as pessoas pensam, já que todos na escola diziam que eles não formavam um bom casal. Isso é ridículo ao quadrado. Se algum dia eu encontrasse o amor da minha vida, não me preocuparia com o que as pessoas achariam dele, eu iria até o fim do mundo pela pessoa que eu amasse. Mas eu sei que isso jamais acontecerá comigo. Sou o tipo de garota que nunca nenhum garoto seria capaz de amar. Mas isso não me machuca, eu não acredito que possa existir amor de verdade, meu pai abandonou minha mãe e quem me garante que todos os homens não teriam a mesma coragem?

- Qual a novidade? -Louis perguntou, como sempre o mais curioso-

Lola Parker P.O.V.

Estava muito animada, primeiro porque adoro boas notícias e segundo, ainda mais quando é com minha amiga.
Obviamente cheguei animada, e o primeiro a perguntar o que havia acontecido, foi Louis, me sentei do seu lado e comecei a falar.

- Vocês já estão sacando que a (Seu Nome) finalmente conseguiu achar a família dela, não é?
- sim - responderam
- então, nós vamos viajar pra Verona pra encontrar as irmãs dela - eu sorri

Então começaram a parabenizar a (Seu Nome), que estava sentada entre Liam e a Abby.

- fico feliz por você - Liam a abraçou de lado e ela sorriu

Olhei pra Abby com um sorriso malicioso, e ela começou a rir.

- o que foi? - (Seu Nome) perguntou a encarando
- adivinha, Lola e suas caras - riu
- tinha que ser - Liam comentou
- por um acaso, eu e os garotos estávamos falando de viajem agora - Niall voltou ao assunto da viajem
- sim - Harry completou - as aulas acabaram, e queremos viajar pra algum lugar diferente
- estávamos falando em alguma coisa sei lá, tipo Paris, França - Liam falou
- ou Nova York, EUA - Louis disse
- ou Verona, Itália - Eu disse
- por que Verona? - Louis perguntou
- vamos pra Verona, é onde as irmãs da (Seu Nome) moram... nunca viajamos todos juntos, por que não? - sorri - vocês se arrumam em um hotel, e a gente na casa das... qual nome delas? - perguntei
- Andressa e Michele
- é - assenti - seria uma boa
- podemos pensar - Harry comentou - parece uma boa ideia
- tá quieto, Zayn - joguei um guardanapo nele
- ah... é que só não tenho nada pra falar - sorriu de canto
- o que acha da viajem? - perguntei
- uma boa, Verona tem várias coisas interessantes, talvez tenha garotas bonitas lá também

E o mundo dele gira em torno de garotas bonitas - pensei. Mas claro que não demonstrei, apenas mantive um sorriso.

- é também, viu, todos nós podemos nos divertir por lá

Olhei para Abby que não parecia nada confortável ao lado do Niall, que ao contrário dela, parecia super confortável em estar ali com ela, pois sempre seus olhos azuis olhavam de forma "discreta" pra ela. Mas como sempre, ela nunca liga pra isso, na realidade quer manter distância.
Enquanto Liam conversava com (Seu Nome), que estava tão animada com tudo, e eu ficava apenas mais feliz por ela estar tão animada com a viajem. Conheço ela à muito tempo, sempre fiquei olhando ela montando teses sobre como deve ser seus pais, e agora que ela os achou, espero que não se arrependa.
Como estávamos em uma sorveteria, me levantei, e fui ver alguns sorvetes, porque estava fazendo um pouco de calor, e precisava de algo pra refrescar.
Enquanto eu escolhia um picolé, pude sentir alguém bem do meu lado, olhei, e era Zayn... ou melhor, ex-namorado.
É estranho como nos damos um tanto quanto bem, mesmo tendo acabado tudo, deve ser porque não éramos o casal certo mesmo. Mas ao mesmo tempo, sinto falta de passar meu tempo com ele, mas alguém feito Zayn, já deve ter me esquecido à um bom tempo, e eu não sou obrigada a ficar lembrando, por isso estou ficando com meu vizinho, que parece mais comigo.

- por que está demorando pra escolher se flocos é seu preferido - sorriu
- ah - peguei o picolé - só estava tentando ver se não havia outro que eu gostasse também - dei de ombros - e você? não precisa demorar sendo que você nem gosta de picolé, prefere sorvete normal, porque sempre derruba o picolé - ri

- uau, você ainda sabe disso - riu
- não esqueço do que meus amigos gostam fácil assim
- eu sei - disse pegando um sorvete

Voltamos pra mesa, me sentei no lugar onde estava, e Louis me encarou com um sorrisinho. Eu e Louis, somos praticamente irmãos, primeiro porque nos conhecemos a muito tempo, segundo, somos extremamente parecidos, ele é minha versão masculina. Porém lhe dei um tapa no braço, para que ele parasse.
Recebi uma mensagem no celular da minha tia, pedindo para que eu voltasse pra casa.
Eu moro com minha tia, porque meus pais tem muitos filhos, então me deixaram com minha tia para tentar que eu tivesse algum futuro. Originalmente, sou dos Estados Unidos, Nova York, mas me mudei com um ano para a Inglaterra, Londres. Pra minha sorte, porque se não talvez eu estivesse igual minha irmã mais velha, grávida, ou meus outros dois irmãos, desempregados, com mulheres grávidas. Então podemos dizer que eu tive sorte.
Porém, o que minha tia deve estar querendo?

- minha tia me mandou uma mensagem, vou pra casa - me levantei
- já estou indo, vou junto - Louis se levantou
- okay, tchau gente... tchau Ali - beijei seu rosto - não esquece de me ligar
- tudo bem - sorriu
- sem beijinho pro meu lado - Abby reclamou

Segurei seu rosto e lhe dei um beijo na bochecha a força, fazendo com que ela me xingasse, mas apenas ri, e segui o caminho com Louis.

- por que sua tia pediu pra voltar pra casa? - Louis perguntou
- não sei - dei de ombros - deve ser esses problemas loucos que ela inventa do nada - ri
- e o Malik?
- o que tem?
- notei aquela troca de olhares
- sabia que você fica muito gay falando assim? - brinquei
- não muda de assunto
- não tem nada, eu já estou em outra assim como ele deve estar - pisquei
- okay, não está mais aqui quem falou - ergueu os braços
- e você e a Natalie?
- aquela garota é louca, terminei com ela
- mas já? não durou nem uma semana
- eu não aguentaria aquela garota por uma semana inteira - riu
- eu te avisei
- você, o Niall, o Liam, o Harry, minha mãe, Deus, todos avisaram, mas eu gosto de testar
- notei, vou indo - eu disse notando que já estava perto de casa - tchau, Lou
- tchau, se cuida
- você também - caminhei até a porta

Abri a porta, e minha tia estava mudando tudo de lugar, e parecia que havia passado um furacão pela sala.

- o que é isso? - ri
- comprei uma escultura enorme, e quero que fique na sala, me ajuda a mudar esse sofá de lugar
- só você mesmo tia
- eu sei - riu - agora, mãos à obra - piscou
- tudo bem - suspirei - vamos lá

Verona 18:00 hrs...

Andressa P.O.Vs

           Isso não é bom, isso não é nada bom! Onde eu estava com a cabeça quando concordei com a ideia idiota de Michele de deixar que nossa irmã até pouco tempo desconhecida viesse passar as férias aqui? E ainda por cima sem contar pra mamãe? Onde foi que eu deixei meus miolos? Bati insistentemente na porta de seu quarto pela terceira vez e finalmente ela resolveu abrir. O som alto que ela ouvia tomou conta do corredor e quase estourou meus tímpanos, ta, não é pra tanto mas foi quase. Cruzei os braços indignada e entrei no quarto mesmo sem pedir. Desliguei a música e ela me olhou com expressão de "qual é agora?".

- A gente precisa conversar! -suspirei me deixando cair na cama-
- Então fala.
- Foi uma péssima ideia termos dado consentimento pra que (Seu Nome) viesse pra cá, sem comunicar a mãe. Precisamos tomar uma providência!
- Ai Meu Deus! Você fala como se tivesse trinta anos.
- E você age como se tivesse doze. -já que ela queria jogar na cara neh?-
- Irmã querida. -ela começou naquele tom de voz que eu odiava- Ela é nossa irmã. -falou o que eu já sabia- O nosso sangue corre nas veias dela, não podemos simplesmente dizer pra não vir.
- Eu sei. -suspirei derrotada- Só estou dizendo que é errado esconder isso da mãe. Vamos contar pra ela.
- Ah não vamos não! -disse pegando o controle pra ligar o som-
- Ah sim, vamos sim! -falei correndo e tirando o controle das mãos dela que protestou-
- Mana, eu acho que você não está pensando direito. -ela falou- Vai ser muito mais fácil contar pra mamãe sobre a (Seu Nome), se a (Seu Nome) já estiver aqui, assim ela não vai poder dizer nada. Ela pode nem acreditar na gente se contarmos agora. Se liga.

           Eu podia muito bem ser a mais responsável e sensata de nós duas, mas com certeza Michele era mais esperta e sabia muito bem como me convencer de algo que às vezes era bem sem noção, tipo agora. Eu sabia que mesmo que essa discussão durasse a noite inteira, ela ainda ganharia de mim.

- E vai me dizer que você não quer muito conhecer nossa irmã? Saber de perto se ela tem mesmo os seus olhos verdes? -perguntou-
- Ta bom, ta bom. Você venceu, fim. -falei derrotada- Mas se alguém sair magoado nessa história, saiba que a culpa será toda sua.

- Tudo bem. -ergueu as mãos em sinal de rendimento- Eu assumo toda a culpa. E sabe porquê? Porque eu sei que não há como alguém sair magoado nessa história, tenho certeza assim como um mais um são dois. -sorriu vitoriosa-

         Saí do quarto bufando, não por ter perdido a batalha, mas sim por ter perdido outra batalha! Essa menina é impossível! Mas, é minha irmã e a amo mais que tudo, mesmo sendo mais velha e bem diferente de mim. Fui atrás de mamãe e a encontrei no mesmo lugar de sempre, o lugar que ela mais amava naquela casa, ou melhor, fora daquela casa, mas ainda assim pertencia a propriedade. Todos os dias ela pegava sua cadeira que da pra deitar (não sei o nome dessa cadeira mas é tipo aquelas de madeira que deita sabe?) e colocava na areia de frente à uma espécie de praia que tinha em frente, não era uma praia de verdade, estava mais pra um rio de água clara, mas a vista do pôr do sol era incrível no fim da tarde, e ela simplesmente amava fazer isso todos os dias. Sentei-me no chão ao seu lado e peguei em sua mão ficando em silêncio.

        Papai havia comprado essa casa fora da Cidade antes de morrer, quando mamãe ficou doente decidimos nos mudar pra cá, por questão de segurança, tranquilidade e paz. Desde então não temos mais muito contato com a civilização já que a vizinhança daqui é bem pouca e não há muitos estabelecimentos, eu digo que aqui é como Forks (crepúsculo), só que em Verona. A cidade mais próxima também não é grande e é onde eu e Michele estudamos. Temos amigos legais, bom, Michele tem melhor dizendo. Já mencionei que não muito de me socializar? Pois bem, tomem notas. Me dedico o máximo aos meus estudos e a escrever coisas aleatórias, uma história, uma música... Tanto faz, eu sempre escrevo o que vem à cabeça.

          Minha mãe aperta minha mão e eu saio de meu devaneio, olho para ela e sorrio, ela me retribui e fico feliz por ela estar finalmente se recuperando, os exames tem nos dado um bom resultado. Acho que todo o estresse da Cidade, é o que a fez se adoentar de tal maneira. Senti alguém se aproximar e Michele se sentou no chão do outro da cadeira, segurando a mão de mamãe também. É em momentos como esse que me vejo acreditar que um dia voltaremos a ter dias tão felizes quanto tínhamos quando papai era vivo. É bom ter essa esperança dentro do peito, ela me consola quando penso que não há mais saída para as dores da vida. Mas eu sei que pra tudo existe uma saída.


Michele P.O.V.

No momento estávamos as três, sentadas em silêncio. Tenho que admitir que não gosto de momentos monótomos da família, que são vários, mas... as vezes é bom ficar com as duas,
Depois de um tempo, soltei a mão da minha mãe, fazendo com que a mesma me encarasse.

- está um pouco melhor? - perguntei
- estou sim - deu um pequeno sorriso
- vou entrar - beijei sua testa - conversem um pouco, porque silêncio é chato - brinquei

Ouvi o riso bem baixo da minha mãe, o que me alegrou um pouco e entrei em casa.
Estava animada com a chegada dessa irmã que nos descobriu, acho que talvez isso também possa alegrar minha mãe, ela nunca falou nada dessa filha, e por (Seu Nome) ser apenas um ano mais nova que eu, não lembro absolutamente nada dela.
Porém conversamos algumas vezes por skype, e ela parece muito animada, não queria assustá-la muito sobre a nossa mãe, então apenas disse que estava um tanto doente.
Morar em uma cidade afastada da maior parte da civilização nunca foi algo que eu gostei, adoro a badalação da cidade grande, por isso saio muito, mas ultimamente pela minha mãe, tenho ficado em casa. E pela Andressa, que não gosta muito de se socializar, mas eu tento sempre enturmar ela, afinal, ela é uma garota de 17 anos, que merece se divertir.
Eu já tenho 19, estou na faculdade de publicidade, meu jeito de convencer sempre as pessoas ajuda bastante. Minha faculdade é a única coisa que eu levo à sério, o resto não, por isso tenho dificuldades em namoros e de conversar com minha irmã. Enquanto ela está preocupada como futuro, eu estou pensando em qualquer coisa idiota como o que tem para o jantar, ou alguma festa.
Eu trabalho em casa mesmo, faço design para sites, e ajudo na pequena floricultura da minha mãe, que faz grande sucesso.
Estava prestes a ligar o som, porém Andressa apareceu e se deitou na cama ao meu lado.

- o que foi? - perguntei
- mamãe me faz pensar no papai
- sorri de canto - sente falta dele né?
- muita

Minha irmã era a garota do papai, ele sempre brincava com ela, e a fazia sorrir com tudo, tento ocupar o lugar dela fazendo-a sorrir, mas ninguém vai superá-lo.

- não fica desanimada assim, lembra da nossa irmã, lembra que vamos nos animar nessas férias
- acha mesmo que isso vai ser uma boa? - se sentou e me olhou
- claro que vai - sorri - gente nova por aqui é sempre ótimo, e ela disse que vai trazer algumas amigas, e alguns amigos talvez iriam passar as férias por perto
- ela simplesmente disse isso?
- na realidade, ela pediu permissão, mas eu deixei, então é isso

- sabia que é perigoso trazer desconhecidos pra nossa casa? temos uma mãe doente pra cuidar - disse brava

Ela sempre tem que arrumar algum problema em tudo. Revirei os olhos e voltei a encará-la.

- sabia que é ótimo trazer um pouco de vida pra esse lugar tão calmo
- eu gosto - cruzou os braços
- eu não... e vai que no meio daqueles meninos você não acha um bonit...
- não começa, Michele, não começa
- ah, Deh... eles devem ser uns ingleses bonitinhos
- e daí?
- ah meu senhor, se diverte menina
- eu me divirto do jeito que eu sou
- ri - mas você não tem jeito em! - abracei
- riu e correspondeu ao abraço - como se você tivesse jeito

Nos amamos sim, por mais da diferença, e o papel trocado, afinal, eu sou a mais velha, e ela a mais nova, porém, quem disse que parece?

- Vou arrumar o quarto de hóspedes - se levantou
- tudo bem - sorri

Ela saiu do meu quarto, e eu fui até meu celular, onde tinha várias mensagens.

- FESTA SEMANA QUE VEM! Vamos? - Nick

Fazia algum tempo que eu não ia em uma festa... tudo bem, que minha irmã provavelmente viria aqui também na semana que vem, mas... quem liga?

- fechado! - Mi xx

Guardei meu celular, liguei o som, e voltei a me deitar na cama.

continua...

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OOOOOI!
Mi aqui! escrevemos o capítulo espero que tenham gostado, não esqueçam de falar o que acharam, e tentar adivinhar quem escreveu cada P.O.V. quem mais acertar no final da long ganha uma fic escrita por nós com seu lindo nome.
Espero que tenham curtido!! beijão