LONGFIC - LOUIS TOMLINSON
I
Louis estava decidido queria vingança, já havia passado quase um ano e finalmente poderia dar inicio ao seu plano. Nunca fora extremamente vingativo ou obcecado por tal coisa, mas quando isso envolveu a perda da sua mãe, não teve outro sentimento além do desejo de poder fazer que a pessoa que ele responsabiliza pagar.
Essa pessoa tem nome, Marlon Lachowski, dono de uma das maiores construtoras do Reino Unido, também responsável por tirar moradia de muitas pessoas, inclusive de Louis e sua mãe, ambos moravam juntos em Doncaster, Johannah, sua mãe estava com cancêr no pulmão, quando foi expulsa de onde morava por aluguel piorou realmente, sem auxílio algum, Louis teve que cuidar de si mesmo e da sua mãe aos vinte e dois anos, mas isso teve um fim quando ela não conseguiu suportar a doença e faleceu.
Agora Louis estava na casa desse homem trabalhando como seu motorista em horário integral, como não tinha mais familiares por Oxford, onde ele morava, não teve problema nenhum em deixar tudo para morar na residência dos Lachowski, ele queria estudar seu inimigo, uma forma de fazê-lo sofrer assim como ele sofreu e ainda sofre, mas esqueceu das coisas boas da vida, alguém feito ele que já foi tão cheio de alegria e de um sorriso tão doce, agora estava tomado pela raiva da perda da pessoa mais especial que tinha em sua vida.
Entrou na mansão já vestido no seu terno e passando as mãos pelos cabelos que formavam um topete bem arrumado, dando a aparência de que ele era alguém responsável, logo escutou a voz de Marlon, virou-se imediatamente e o encarou, por dentro disse todos os xingamentos possíveis, por fora apenas sorriu e se aproximou.
- Novo motorista, certo?
- Sim, senhor
- Sou Marlon Lachowski, prazer em conhecê-lo - Estendeu a mão
- O mesmo, senhor Lachowski - Apertou sua mão
- Bem você pode ter a casa da piscina pra você...
- Louis... Louis Tomlinson
- Louis, certo, pode ficar com aquela casa, não tenho nenhum outro funcionário fixo além de você
- Tudo bem - Assentiu
- Mas vai ficar bem mais responsável pela minha filha, eu não gosto tanto assim de motoristas, só uso quando necessito... só que gosto da minha filha esteja em boas mãos e eu recebi boas recomendações do seu último patrão, espero não me decepcionar
- Pode ter certeza que não vai
- Nome dela é Maryann, minha filha caçula, as outras já saíram de casa, tem dezoito anos e trabalha com dança, tem algumas amizades erradas, quero que à leve pra onde quiser e me passe qualquer informação que eu precisar, combinado?
- Sem problemas, Senhor
- Traga o que quiser pra casa da piscina, preciso trabalhar, vou chamá-la pr... - Foi interrompido
- Não precisa chamar, já estou aqui... contratou um vigia pra mim?
A garota descia as escadas com um sorriso cínico formado nos lábios, tinha um rosto angelical, pode-se até ousar dizer perfeito, jogou os cabelos para o lado e olhou diretamente nos olhos de Louis que a olhava fixamente, já tinha em mente seu primeiro alvo naquela casa para atingir Marlon e seria sua filha querida.
- Não, filha, só alguém pra ficar de olho em você, sabe que a cidade hoje em dia está cada vez mais perigosa
- E você sabe que eu não tenho mais quinze anos - Beijou seu rosto - Sou Maryann - Ela estendeu a mão para Louis
- Louis Tomlinson - Apertou sua mão e sorriu de canto
- Me chame só de Mary...
- Estão apresentados - Marlon cortou a conversa - estou atrasado pro trabalho, Louis estou confiando em você, fique de olho nela
- Sim, senhor - Assentiu
- Já vou filha, se cuide - Disse saindo
Marlon saiu pela porta antes mesmo que ela pudesse dizer algo, então a garota desviou seu olhar até Louis que arrumava a própria gravata.
- Senhorita deseja alguma coisa? - Louis perguntou
- Sabe cozinhar? Estou morrendo de fome
- Infelizmente sou apenas seu motorista e apenas posso lhe ajudar com algo que envolva o carro
- Era brincadeira - Ela riu - Quer alguma coisa? - Apontou para a mesa farta
- Não, obrigado
- Meu Deus, você parece muito novo pra ser formal assim - Ela disse enquanto se sentava
- É o meu trabalho - Deu de ombros
- Seu trabalho é ser motorista não um robô
Louis tinha que admitir a si mesmo que a garota tinha um sorriso completamente inocente que quase o fazia acreditar que estava errado sobre ela, mas só se lembrar de tudo que o trouxe aqui, sentiu raiva novamente, mas precisava fazer seu papel, se aproximar da garota e conseguir informações.
- É o meu primeiro dia, não quero causar más impressões - Sorriu
- Falar normalmente não vai causar má impressão, a não ser que você seja chato
- Eu não posso perder o emprego por besteira, preciso dele
- Deve achar que sou uma mimada - Riu baixo - nunca te demitiria atoa, Louis, pode ficar calmo
- Não te acho uma mimada, só acho que teve mais oportunidades que eu
- Prometo tentar me comportar pra você não ficar sobrecarregado - Pegou uma maçã - vou pegar minha bolsa, já volto
Ela subiu as escadas novamente enquanto Louis sorria falso, mas quando a garota sumiu de sua vista, ele tirou o mesmo do rosto e abriu a gaveta que estava perto de você, tinha uma jóia, mas isso não o importava, queria algo que pudesse trazer problemas ao Marlon, então fechou a gaveta e colocou a mão no bolso, olhou o celular, revirou os olhos ao ver que ainda e de manhã e tinha longas horas de trabalho.
- Podemos ir? - Escutou a voz dela
- Claro - Disse caminhando até a porta - onde a senhorita deseja ir? - Perguntou
- Primeiramente você e meu trabalho, te mostro o caminho - O seguiu
UMA SEMANA DEPOIS
LOUIS P.O.V.
Já trabalhava à uma semana na casa dos Lachowski, pelo menos sou bem tratado o que faz ser mais suportável ter que olhar pra cara daquele homem todos os dias, sorrindo como se não fizesse mal à ninguém.
Já estava de noite e eu me deitei na minha cama, me preparando pra dormir quando escutei meu celular tocar, quando olhei "Marlon Lachowski" piscando na tela, revirei meus olhos e atendi no mesmo momento.
- Sim, senhor?
- Pode buscar a Maryann na boate por perto? Está tarde ela disse que voltaria andando por ser perto, mas acho perigoso
- Tudo bem
- Obrigado, Louis - Desligou
Respirei fundo e coloquei apenas uma camisa social e uma calça, não teria paciência de colocar meu terno inteiro, já são duas horas da manhã, estava quase conseguindo dormir enquanto tenho que ser a babá da noite.
Fui até o carro e dirigi até a boate que ficava menos de dez minutos dali, estacionei na porta e fiquei olhando uma ou outra pessoa saindo, mas nada da Mary, estacionei o carro preto e desci indo em direção a boate, não ficaria esperando ela até quatro da manhã.
Ao entrar no local vi algumas pessoas bêbadas caindo, logo alguns gritos, parecia ter alguma confusão e algo me dizia que Maryann estava no meio disso, me aproximei e vi a mesma sendo puxada pelo braço por um homem, ele parecia rude demais, como alguem consegue segurá-la daquela forma? Ela é delicada demais pra ser tratada assim. Me aproximei e a tirei de perto dele.
- Quem é você, cara? - Me fuzilou com o olhar
- Estou apenas fazendo o meu trabalho - Eu disse calmo
- Acha que você pode me enfrentar? - Riu debochado - Precisa de mais dois caras pra me impedir
- Só estou querendo te ajudar
- Me ajudar? - Se aproximou
- O pai dela tem dinheiro o suficiente pra fazer você sumir do mapa, não vai querer brincar com um homem feito ele
- Está blefando
- Me teste, que eu pessoalmente trato disso e nem sua mãe vai te reconhecer
Pelo menos nas ameaças poderia ganhar dele, porque apenas na briga apanharia feio, afinal ele parece ter dois metros e tem mais três amigos com ele. O mesmo se afastou e eu rodeei a cintura dela com meu braço a trazendo pra fora da boate, parecia um pouco bêbada e não dizia uma única palavra.
Olhei pro seu braço que tinha uma marca da mão dele.
- Isso vai ficar roxo - Eu disse
- Não posso ir pra casa agora, se meu pai me ver nesse estado ele me mata
Encarei seu rosto e pude ver um filete de sangue escorrendo da sua boca, passei o polegar limpando e olhei em seus olhos.
- Foi ele? - Perguntei
- Não, estava tendo uma briga e acabaram acertando minha boca sem querer
- Posso ir lá dentro e...
- Não, Louis... vamos comer? Preciso tirar esse efeito da bebida de mim
Respirei fundo achando isso uma péssima ideia, provavelmente ela notou e logo juntou as mãos e implorou com o olhar para que eu aceitasse sua proposta maluca.
- Tudo bem - me rendi - vamos à padaria vinte quatro horas aqui perto
Caminhei até o carro e entrei, assim como ela também fez, dirigi até a padaria que ficava quinze minutos dali mais ou menos, quando cheguei, deixei o carro no estacionamento e fui com ela até uma das mesas e sentamos nas grandes cadeiras estofadas perto do vidro que dava a visão da rua.
Mary apoiou a cabeça no vidro e respirou fundo, enquanto eu fui pedir um café e dois lanches, depois voltei a me sentar olhando pra ela esperando uma explicação, ao notar isso, ela desencostou-se do vidro e apoiou as mãos na mesa.
- Que encrenca foi essa que você se meteu?
- Foi tudo muito rápido, meu namorado teve um ataque de ciúmes, brigou com outro cara e então teve a situação que você viu
- Aquele idiota segurando seu braço era seu namorado?
- Sim... agora ex
- Garotas legais tem o dom de namorar babacas, é incrivel
Ela riu e colocou o cabelo atrás da orelha parecendo envergonhada.
- Ele não era babaca no começo
- Nenhum é no começo, mesmo
- Obrigada por me ajudar
- Só fiz minha obrigação, esse é meu trabalho
- Poderia ter simplesmente ligado pro meu pai e falado tudo
- Não gosto de encrencar as pessoas - Desviei o olhar - e acho bem idiota da parte do seu pai querer te proteger de tudo, pra namorar um brutamonte daquele e ele não saber, parece que a proteção dele é a mesma coisa que nada
Ao notar seu olhar surpreso sob mim, notei que estava falando de mais, subi a manga da minha camisa tentando sair desse assunto, enquanto ainda podia sentir seus olhos castanhos olhando diretamente pra mim.
- Nunca te vi falar assim
- Só minha opinião, não conte isso pro seu pai que eu também não vou falar o que houve na boate, certo?
- Certo - Assentiu - mas é bom ver esse seu lado - Sorriu - sempre soube que não era tão bom moço daquele jeito
- Pra manter o emprego faço meus sacrifícios
- Não precisa esconder isso de mim, temos a mesma opinião
- E por que deixa ele cuidar assim de você? - Ergui uma sobrancelha
- Bem... - Hesitou
O café e os lanches chegaram, ela pegou a xícara em mãos de imediato e tomou um gole, enquanto eu aproximei meu sanduíche de mim, mas mesmo assim queria ouvir sua resposta.
- Hum... - Parecia pensar - Meu pai perdeu minha mãe em um assalto, eles a sequestraram e depois de tirar um bom dinheiro do meu pai, a mataram... minha irmã ja estava na faculdade, ele não tinha como protegê-la, então ficou só nós dois
- Ele quer te proteger por que se sente culpado?
- Sim... se sente culpado porque acha que deveria ter falado com a policia e não ter dado tudo que eles queriam
Parecia surreal essa história, era profunda e dolorida demais pra ser de duas pessoas que aparentam ter uma vida tão boa quanto eles.
- Nem parece que isso aconteceu com você, não tem nada na midia sobre isso
- Meu pai é muito reservado, não deixou nenum jornalista falar sobre isso... ele só queria que minha mãe morresse em paz
- Deve ser difícil pra você
- É... sinto falta dela
Comi um pedaço do lanche só pensando em como eu entendia essa dor, perder uma mãe dói demais, é como perder um pedaço de você saber que nunca mais vai escutar a voz de alguém que sempre esteve ao seu lado é difícil.
- Imagino como seja
- Imagina? - Perguntou curiosa
- Também perdi minha mãe... câncer
- Oh... lamento
As vezes era incrível como ela pode ser filha do homem que eu tanto desprezo, mas parece ter um coração tão bom, mesmo passando por algo tão ruim quanto eu, ela ainda conseguia sentir pena de mim.
- Já faz um ano - cortei o assunto - agora toma esse café logo, antes que seu pai me ligue
- Ele te acordou pra ir atrás de mim?
- Sim - revirei os olhos e comendo meu lanche
- Juro que vou sair de casa em algum momento pra não te encher mais
- Se você sair em perco o emprego, espero que continue ainda por um bom tempo
Ela riu baixo e tomou o café, comeu um pedaço do lanche parecendo satisfeita em pouco tempo, eu já tinha terminado, então fiquei apenas pensativo.
- Pronto, acho que estou um pouco melhor
- Tudo bem - Me levantei - vamos embora
- Não vai pagar? Eu trouxe meu cart... - A interrompi
- Eu já paguei, vamos logo, Mary
Fui até o carro e pra minha surpresa ela sentou-se do meu lado no banco do passageiro, dirigi até a mansão, ao parar no sinal vermelho notei seu olhar sob mim.
- Por acaso quer mais alguma coisa? - Perguntei a encarando
- Você é muito nervoso, Louis - Ela riu - Só estou me perguntando se você é bonito e eu não notei antes, ou estou muito bêbada
- Provavelmente exagerou na vodca - Eu disse rude
Segui o caminho e com o tempo chegamos. Saí do carro e a acompanhei até a mansão, pensava que iria escapar mas logo escutei a voz do Marlon que descia as escadas.
- Já estava preocupado, por que demoraram tanto? - Ele perguntou
- Eu demorei pra sair, foi culpa minha - Apontou para si mesma com o indicador - vou dormir estou cansada - disse saindo - boa noite pai... e boa noite pra você também, Louis
- Boa noite - Respondemos ao mesmo tempo
Ela subiu e eu olhei para Marlon esperando que ele dissesse algo.
- Obrigado, Tomlinson - Me encarou - estou te devendo essa, se precisar de algo me diga
- Só preciso dormir...
- Ah, claro - Riu - ela não fez nada de errado, não é?
Pude ver a imagem de Mary esperando minha resposta também, sorri para Marlon e neguei com a cabeça.
- Nada que o senhor não faria, só se divertia com algumas amigas
- Tudo bem, obrigado novamente
Apenas assenti e sai da mansão indo até a casa da piscina, que agora é praticamente minha.
Desabotoei os botões da camisa que eu usava e a tirei jogando-a em qualquer lugar, então me deitei, finalmente podendo dormir em paz, sem perturbações daquela família.
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