"Eu sou o sol que te sorri pela manhã,
mas você se mostra intocável na sua fortaleza de vidro
e se torna incapaz de sentir o meu calor."
Capítulo - 1
Era só mais um dia comum na minha simples vidinha. Bem, pelo menos era o que eu pensava. Eu estava atrasada para o meu primeiro dia na faculdade quando o vi pela primeira vez. Ele estava encostado numa árvore com as pernas cruzadas e um cigarro pendendo de sua boca. Seus olhos eram de um castanho profundo e seus lábios por algum motivo me lembravam um doce bem suculento chamado mousse de morango. Eu sei, nada haver, mas eu tenho uma certa tendencia a pensar coisas nada haver e assim que vi aqueles lábios tão rosados, não pude deixar de pensar nisso. Logo que parei pra raciocinar percebi que ele definitivamente fazia o meu tipo! Será que teria algum assim na minha sala? Eu espero que sim. Passei pelo Hall de entrada e Meu Deus! Aquilo era enorme! Como eu saberia me encontrar lá dentro? Porque pensem comigo, eu tinha dezessete anos, recém saído do ensino médio! Eu era uma agulha no palheiro de tão perdida!
E o pior de tudo, eu vi um dos meus maiores medos se concretizando: chegar atrasada no primeiro dia era constrangimento na certa! Mas o que eu poderia fazer? Eu morava há uns 100 quilômetros da faculdade de maneira que meu pai e eu tivemos que acordar às cinco da manhã pra vir pra cá, e vocês devem me entender quando digo que sou uma lerda pra me arrumar de modo que saímos de casa já eram 6:00 da manhã e meu pai não tirava o carro dos 100km por hora. Resultado? Chegue dez minutos depois das sete da manhã. Graças a Deus eu não teria que repetir esse trajeto todos os dias, moraria na escola. O que me faz lembrar que não faço ideia de onde fica meu quarto. Eu sou um desastre! Tá legal, agora eu só preciso encontrar a minha sala, não deve ser tão difícil assim. Bem, isso era o que eu pensava. Encontrei uma mulher no corredor vazio e me alegrei, pediria ajuda pra ela. Aproximei-me e falei:
- Com licença moça, estou procurando minhas...
E antes que eu pudesse terminar minha frase, ela já havia me dado as costas e seguido, como assim cara? Quer dizer, eu já tinha ouvido falar que as pessoas que trabalham nas faculdades não são muito receptivas, mas nunca pensei que fosse verdade. Fiquei ali parada embasbacada, eu já estava quinze minutos atrasada agora, esse seria o meu fim! E foi aí que o vi novamente, caminhando pelo corredor em minha direção como um modelo da Calvin Klein, quase derreti mas me detive. Finalmente alguém gentil e com um bom coração pra me salvar de perder o primeiro dia de aula, eu só posso estar sonhando. Ele veio se aproximando na minha direção com aqueles olhos lindos e aquela barba por fazer. Parou na minha frente e eu fiquei olhando-o igual uma idiota esperando que ele dissesse: "Oi linda, precisa de ajuda?" Nossa isso seria o máximo! Mas não, isso não aconteceu. Ele me olhou como se eu fosse a criatura mais estranha da face da terra e falou:
- Você vai entrar ou ta guardando a porta?
- Ham?
Alguém aí entendeu o que ele disse? Fiquei repetindo a frase na minha cabeça durante cinco segundos e não consegui entender.
- A porta. -falou apontando a porta atrás de mim com aquele tom de voz "você é burra ou se faz?"
- E-Eu... -porque eu tenho que gaguejar nas piores horas?- Estou perdida na verdade. -falo recuperando o fôlego- Pode me ajudar?
Ele me olha com desdém e fala:
- Deixa eu ver seu cronograma. -pediu-
Eu dei o cronograma na mão dele e fiquei aguardando enquanto ele lia e fazia uma careta, o que foi agora? Será que ele ta lendo meu sobrenome?
- Que foi? -pergunto-
- Só tenho uma coisa pra te dizer. -ele fala-
- E o que é? -pergunto-
- Você se fodeu feio! -arregalei os olhos, não acredito que ele falou isso de forma tão natural!-
- Como é que é? -pergunto incrédula-
- É isso aí. -ele diz- Segue reto, vira no segundo corredor do lado direito e entra na terceira sala da esquerda. Eu te diria boa sorte mas... Não.
E simples assim ele passou por mim e entrou pela porta que eu "guardava", segundo ele. Sabe de uma coisa? Eu retiro tudo o que disse sobre ele, e ele também não faz meu tipo tanto assim. Eu ficaria ali mais um bom tempo parada pensando em como eu deveria ter reagido mas a essa altura eu já devia estar uns vinte minutos atrasada. Corri pelos corredores assim como ele me disse e parei em frente à minha porta tentando recuperar o fôlego a tempo de ouvir o professor dentro da sala falar para os alunos:
- E eu não tolero atrasos! -falou com o tom de voz elevado-
Isso está mesmo acontecendo? Sério? Agora sei porque o garoto disse que tinha me... Vocês sabem. Porque que tudo que há de errado tem que acontecer comigo? Não dá pra dividir e dar um pedaço de azar pra todo mundo? Juntando toda a coragem que eu não tenho, bato na porta. O professor Zangado -sim já dei um apelido pra ele- abre a porta e me olha de cima abaixo com desprezo, queria me enfiar num buraquinho de formiga e ficar bem quietinha lá dentro.
- Com licença... -começo com a voz falha- É o meu primeiro dia e eu acabei não encontrando a minha sala e...
- Deixa eu ver seu cronograma. -pediu-
Após ler minuciosamente ele me devolve o papel e diz:
- É, você é mesmo daqui. -me lança um olhar de desdém-
Ele adentra a sala e faz sinal pra que eu entre também, vou logo atrás dele mas paro olhando pra frente vendo se tem lugar vazio pra eu me sentar e percebo que todos me olham. Quando finalmente avisto um lugarzinho, o professor fala alto e claramente apontando pra mim:
- Esse aqui, é um exemplo de atraso que eu não permito dentro da minha sala de aula! Essa garota passou totalmente o meu limite! Vinte minutos!
Nesse momento a única coisa que eu queria era estar de volta na pré-escola e perguntar pra tia professora se eu podia sentar ao lado da Maria Conceição. Eu tive uma amiga com esse nome na pré-escola. Tudo bem, eu sabia que chegar atrasada me geraria um alto constrangimento, mas nunca imaginei que chegaria à esse ponto. Decidi que vou me trancar no meu mundinho e nunca mais sair dele.
- Esse é o primeiro dia de vocês, -ele continua- então espero que isso não se repita agora que já sabem que a minha sala é aqui. E a senhorita, -ele se vira pra mim- É bom que seja a primeira e última vez!
Eu sacudo a cabeça rapidamente e começo a andar em direção ao assento vazio no fundo da sala sem olhar para os lados, enquanto ouço os murmúrios abafados dos universitários com alguns "tadinha dela". É verdade, tadinha de mim. É normal sentir dó de si mesma? Senti alguém me cutucar e me virei pra ver o que era. Uma bela garota, ela devia ter a minha idade ou um pouco mais, seu cabelo era loiro e seus olhos claros, ela sorriu pra mim e perguntou:
- Seu nome por algum acaso é (Seu Nome)?
- Ham... Sim, porquê? -pergunto desconfiada-
- Prazer. -ela estende a mão pra mim- Sou Manoela e sou sua colega de quarto.
Como ela sabia que era eu? Como ela sabe que é minha colega de quarto? Porque eu não sei de nada dessas coisas? Aperto sua mão sorrindo gentilmente.
- O prazer é todo meu. -respondo- Você é minha colega de quarto? -pergunto-
- Sim, não viu no mural que fica na entrada dos dormitórios?
- Tem um mural na entrada dos dormitórios?
- Uau, você é mesmo bem desinformada, além de chegar atrasada na aula do professor Cleyton, você não sabe nem onde vai dormir. É o seu primeiro ano aqui não é?
- É, -respondo sentindo um pouco de vergonha por ser tão desinformada- o seu não? -pergunto-
- Não, -ela responde- eu comecei ano passado fazendo arquitetura mas aí vi que não era o que eu queria, aí mudei de curso esse ano e estou aqui fazendo medicina veterinária.
- Hum, interessante.
- É sim, agora vira pra frente antes que o Cleyton dê piti.
Virei pra frente com um sorriso no rosto, pelo menos eu já sei que minha colega de quarto não é uma pessoa chata. Mas sinceramente, ela parece ser patricinha, mas eu posso estar errada. Aquela aula parecia ter demorado horas pra passar, bem, na verdade ela demorou horas, então só tenho a dizer que foram as horas mais longas da minha vida. Assim que acabou, todos os universitários começaram a sair da sala e seguir pelo mesmo corredor, eu teria perguntado à Manoela se poderia ficar com ela, mas ela estava ocupada demais no fundo da sala conversando com um garoto, então eu segui a multidão pelo corredor, descobrindo que levava até o refeitório. Ótimo! Eu não quero ser uma garota daquelas menos populares que come dentro do banheiro pra não ficar sozinha no meio da multidão, isso realmente seria o meu fim.
Comprei um suco de caixinha e um pacotinho de batata e caminhei pra fora do refeitório em direção ao gramado e as árvores. Sentei-me em uma das mesinhas e comecei a comer observando tudo, não era muito diferente do ensino médio, as pessoas continuavam com seus grupinhos e ainda tinha aquele negócio de populares e excluídos. Sinto dizer que estou nos excluídos, mas não me importo, nunca fui popular mesmo. Ao longe avisto o garoto que me "ajudou" a chegar até minha sala de aula, ele está encostado na mesma árvore afastada de todos fumando seu cigarro. Ele pode até ter sido um pouco rude, mas ainda assim se não fosse por ele eu jamais teria encontrado minha sala, então decido agradecê-lo, já que não tive a chance de fazer isso mais cedo.
Levanto e caminho em sua direção, ele não percebe que estou indo até ele antes que eu pare na sua frente, então assim como antes ele me olha como se eu fosse a criatura mais estranha da face da terra, isso está ficando chato já. Eu coloco a mão no bolso de trás da minha calça e falo:
- E-Eu... Só queria agradecer por mais cedo, -falo- se não fosse por você eu jamais teria encontrado a sala. -sorrio-
- Ta. -ele dá de ombros tragando o cigarro-
Isso está ficando constrangedor de verdade. Suspiro recuperando minha coragem e estendo a mão pra ele.
- Sou (Seu Nome). -falo-
- Eu sei. -ele diz- Tava escrito no seu cronograma.
Porque ele faz tão pouco caso de mim? Quer dizer, não sou um bicho nem nada, porque as pessoas não podem ser todas gentis? Tento sorrir de novo já sentindo a vergonha se apossar de mim, porque raios eu fui ser idiota à ponto de vir aqui falar com ele?
- E você é...? -pergunto-
- Zayn. -ele responde- Escuta, o que você quer? -ele pergunta.
- Eu disse que vim agradecer. -sorrio constrangida.
- Bem, já fez isso. -ele fala como se fosse o óbvio-
Ta, agora eu fiquei com raiva. Que mauricinho mais metido a besta!
- Quer saber de uma coisa? -falo- Você é a pessoa menos gentil que eu já conheci! -cruzo os braços.
- Eu não pedi que me agradecesse. -ele fala mas vejo um sorriso no seu rosto, ele ta rindo de mim? Mas é o fim da picada mesmo.
- Qual é a graça? -pergunto irritada- Você não pediu agradecimento mas eu dei porque é isso que uma pessoa educada faz! Não um mauricinho metido igual você.
- Mauricinho metido? -ele pergunta, ótimo, agora ele está rindo de verdade!- Sabe, você é engraçada.
- Engraçada? -sinto minhas bochechas queimando- Bem, foi você quem pediu, estou retirando o meu agradecimento, o que você acha disso hein? -pergunto vitoriosa-
- Acho que você não me conhece nem um pouco pra saber que eu não estou preocupado com isso. Mas... Você ta bem? Está um pouco vermelha, está com raiva de alguém?
- Nossa Meu Deus! -exclamo- Como você consegue ser tão... tão... Idiota? A pessoa mais chata que eu já conheci?
- Eu me pergunto o mesmo sobre você.
- Eu não sou chata! Não fico por aí enchendo o saco dos outros.
- Pois então tenho uma péssima notícia pra você, eu é que não fico por aí enchendo o saco de ninguém, mas adivinha? Você tá fazendo isso agora então sinto te informar que você é sim chata.
- E-Eu... E-Eu... -ótimo, agora vou ficar muda-
Sinto que meu rosto está pegando fogo e decido não discutir mais, talvez isso se deva ao fato de que eu simplesmente não tenho mais argumentos. Definitivamente eu estava super errada quando disse que ele fazia meu tipo, eu retiro essas palavras de novo e de novo. Ele NÃO faz o meu tipo e nem nunca vai fazer. Mordo minha língua e saio de perto dele pisando duro, como eu pude ser tão idiota a ponto de ir lá agradecer sabendo que ele não era muito receptivo?! No meio do caminho trompo com Manoela e ela sorri pra mim:
- Nossa eu estava te procurando! -ela diz-
- Me procurando? -pergunto-
- Sim, não quer conhecer o nosso quarto?
- Sim sim, -respondo- Claro que eu quero!
- Ótimo, cadê as suas malas?
- As minhas... Caramba! -bato com a mão na testa- Meu Deus eu as esqueci dentro do carro, eu estava tão atrasada que assim que chegamos eu saí correndo pra encontrar minha sala e fiquei só com a mochila.
- Nossa que chato.
- Sim, vou ligar pro meu pai e ver se ele ainda está aqui pela Cidade.
- Faz isso.
Eu sigo ela até os dormitórios enquanto converso com meu pai pelo telefone, pra minha sorte ele ainda está na cidade e vai trazer minhas coisas. Como ele não percebeu que eu saí do carro sem nada? Ou melhor, como eu não percebi isso?
E o pior de tudo, eu vi um dos meus maiores medos se concretizando: chegar atrasada no primeiro dia era constrangimento na certa! Mas o que eu poderia fazer? Eu morava há uns 100 quilômetros da faculdade de maneira que meu pai e eu tivemos que acordar às cinco da manhã pra vir pra cá, e vocês devem me entender quando digo que sou uma lerda pra me arrumar de modo que saímos de casa já eram 6:00 da manhã e meu pai não tirava o carro dos 100km por hora. Resultado? Chegue dez minutos depois das sete da manhã. Graças a Deus eu não teria que repetir esse trajeto todos os dias, moraria na escola. O que me faz lembrar que não faço ideia de onde fica meu quarto. Eu sou um desastre! Tá legal, agora eu só preciso encontrar a minha sala, não deve ser tão difícil assim. Bem, isso era o que eu pensava. Encontrei uma mulher no corredor vazio e me alegrei, pediria ajuda pra ela. Aproximei-me e falei:
- Com licença moça, estou procurando minhas...
E antes que eu pudesse terminar minha frase, ela já havia me dado as costas e seguido, como assim cara? Quer dizer, eu já tinha ouvido falar que as pessoas que trabalham nas faculdades não são muito receptivas, mas nunca pensei que fosse verdade. Fiquei ali parada embasbacada, eu já estava quinze minutos atrasada agora, esse seria o meu fim! E foi aí que o vi novamente, caminhando pelo corredor em minha direção como um modelo da Calvin Klein, quase derreti mas me detive. Finalmente alguém gentil e com um bom coração pra me salvar de perder o primeiro dia de aula, eu só posso estar sonhando. Ele veio se aproximando na minha direção com aqueles olhos lindos e aquela barba por fazer. Parou na minha frente e eu fiquei olhando-o igual uma idiota esperando que ele dissesse: "Oi linda, precisa de ajuda?" Nossa isso seria o máximo! Mas não, isso não aconteceu. Ele me olhou como se eu fosse a criatura mais estranha da face da terra e falou:
- Você vai entrar ou ta guardando a porta?
- Ham?
Alguém aí entendeu o que ele disse? Fiquei repetindo a frase na minha cabeça durante cinco segundos e não consegui entender.
- A porta. -falou apontando a porta atrás de mim com aquele tom de voz "você é burra ou se faz?"
- E-Eu... -porque eu tenho que gaguejar nas piores horas?- Estou perdida na verdade. -falo recuperando o fôlego- Pode me ajudar?
Ele me olha com desdém e fala:
- Deixa eu ver seu cronograma. -pediu-
Eu dei o cronograma na mão dele e fiquei aguardando enquanto ele lia e fazia uma careta, o que foi agora? Será que ele ta lendo meu sobrenome?
- Que foi? -pergunto-
- Só tenho uma coisa pra te dizer. -ele fala-
- E o que é? -pergunto-
- Você se fodeu feio! -arregalei os olhos, não acredito que ele falou isso de forma tão natural!-
- Como é que é? -pergunto incrédula-
- É isso aí. -ele diz- Segue reto, vira no segundo corredor do lado direito e entra na terceira sala da esquerda. Eu te diria boa sorte mas... Não.
E simples assim ele passou por mim e entrou pela porta que eu "guardava", segundo ele. Sabe de uma coisa? Eu retiro tudo o que disse sobre ele, e ele também não faz meu tipo tanto assim. Eu ficaria ali mais um bom tempo parada pensando em como eu deveria ter reagido mas a essa altura eu já devia estar uns vinte minutos atrasada. Corri pelos corredores assim como ele me disse e parei em frente à minha porta tentando recuperar o fôlego a tempo de ouvir o professor dentro da sala falar para os alunos:
- E eu não tolero atrasos! -falou com o tom de voz elevado-
Isso está mesmo acontecendo? Sério? Agora sei porque o garoto disse que tinha me... Vocês sabem. Porque que tudo que há de errado tem que acontecer comigo? Não dá pra dividir e dar um pedaço de azar pra todo mundo? Juntando toda a coragem que eu não tenho, bato na porta. O professor Zangado -sim já dei um apelido pra ele- abre a porta e me olha de cima abaixo com desprezo, queria me enfiar num buraquinho de formiga e ficar bem quietinha lá dentro.
- Com licença... -começo com a voz falha- É o meu primeiro dia e eu acabei não encontrando a minha sala e...
- Deixa eu ver seu cronograma. -pediu-
Após ler minuciosamente ele me devolve o papel e diz:
- É, você é mesmo daqui. -me lança um olhar de desdém-
Ele adentra a sala e faz sinal pra que eu entre também, vou logo atrás dele mas paro olhando pra frente vendo se tem lugar vazio pra eu me sentar e percebo que todos me olham. Quando finalmente avisto um lugarzinho, o professor fala alto e claramente apontando pra mim:
- Esse aqui, é um exemplo de atraso que eu não permito dentro da minha sala de aula! Essa garota passou totalmente o meu limite! Vinte minutos!
Nesse momento a única coisa que eu queria era estar de volta na pré-escola e perguntar pra tia professora se eu podia sentar ao lado da Maria Conceição. Eu tive uma amiga com esse nome na pré-escola. Tudo bem, eu sabia que chegar atrasada me geraria um alto constrangimento, mas nunca imaginei que chegaria à esse ponto. Decidi que vou me trancar no meu mundinho e nunca mais sair dele.
- Esse é o primeiro dia de vocês, -ele continua- então espero que isso não se repita agora que já sabem que a minha sala é aqui. E a senhorita, -ele se vira pra mim- É bom que seja a primeira e última vez!
Eu sacudo a cabeça rapidamente e começo a andar em direção ao assento vazio no fundo da sala sem olhar para os lados, enquanto ouço os murmúrios abafados dos universitários com alguns "tadinha dela". É verdade, tadinha de mim. É normal sentir dó de si mesma? Senti alguém me cutucar e me virei pra ver o que era. Uma bela garota, ela devia ter a minha idade ou um pouco mais, seu cabelo era loiro e seus olhos claros, ela sorriu pra mim e perguntou:
- Seu nome por algum acaso é (Seu Nome)?
- Ham... Sim, porquê? -pergunto desconfiada-
- Prazer. -ela estende a mão pra mim- Sou Manoela e sou sua colega de quarto.
Como ela sabia que era eu? Como ela sabe que é minha colega de quarto? Porque eu não sei de nada dessas coisas? Aperto sua mão sorrindo gentilmente.
- O prazer é todo meu. -respondo- Você é minha colega de quarto? -pergunto-
- Sim, não viu no mural que fica na entrada dos dormitórios?
- Tem um mural na entrada dos dormitórios?
- Uau, você é mesmo bem desinformada, além de chegar atrasada na aula do professor Cleyton, você não sabe nem onde vai dormir. É o seu primeiro ano aqui não é?
- É, -respondo sentindo um pouco de vergonha por ser tão desinformada- o seu não? -pergunto-
- Não, -ela responde- eu comecei ano passado fazendo arquitetura mas aí vi que não era o que eu queria, aí mudei de curso esse ano e estou aqui fazendo medicina veterinária.
- Hum, interessante.
- É sim, agora vira pra frente antes que o Cleyton dê piti.
Virei pra frente com um sorriso no rosto, pelo menos eu já sei que minha colega de quarto não é uma pessoa chata. Mas sinceramente, ela parece ser patricinha, mas eu posso estar errada. Aquela aula parecia ter demorado horas pra passar, bem, na verdade ela demorou horas, então só tenho a dizer que foram as horas mais longas da minha vida. Assim que acabou, todos os universitários começaram a sair da sala e seguir pelo mesmo corredor, eu teria perguntado à Manoela se poderia ficar com ela, mas ela estava ocupada demais no fundo da sala conversando com um garoto, então eu segui a multidão pelo corredor, descobrindo que levava até o refeitório. Ótimo! Eu não quero ser uma garota daquelas menos populares que come dentro do banheiro pra não ficar sozinha no meio da multidão, isso realmente seria o meu fim.
Comprei um suco de caixinha e um pacotinho de batata e caminhei pra fora do refeitório em direção ao gramado e as árvores. Sentei-me em uma das mesinhas e comecei a comer observando tudo, não era muito diferente do ensino médio, as pessoas continuavam com seus grupinhos e ainda tinha aquele negócio de populares e excluídos. Sinto dizer que estou nos excluídos, mas não me importo, nunca fui popular mesmo. Ao longe avisto o garoto que me "ajudou" a chegar até minha sala de aula, ele está encostado na mesma árvore afastada de todos fumando seu cigarro. Ele pode até ter sido um pouco rude, mas ainda assim se não fosse por ele eu jamais teria encontrado minha sala, então decido agradecê-lo, já que não tive a chance de fazer isso mais cedo.
Levanto e caminho em sua direção, ele não percebe que estou indo até ele antes que eu pare na sua frente, então assim como antes ele me olha como se eu fosse a criatura mais estranha da face da terra, isso está ficando chato já. Eu coloco a mão no bolso de trás da minha calça e falo:
- E-Eu... Só queria agradecer por mais cedo, -falo- se não fosse por você eu jamais teria encontrado a sala. -sorrio-
- Ta. -ele dá de ombros tragando o cigarro-
Isso está ficando constrangedor de verdade. Suspiro recuperando minha coragem e estendo a mão pra ele.
- Sou (Seu Nome). -falo-
- Eu sei. -ele diz- Tava escrito no seu cronograma.
Porque ele faz tão pouco caso de mim? Quer dizer, não sou um bicho nem nada, porque as pessoas não podem ser todas gentis? Tento sorrir de novo já sentindo a vergonha se apossar de mim, porque raios eu fui ser idiota à ponto de vir aqui falar com ele?
- E você é...? -pergunto-
- Zayn. -ele responde- Escuta, o que você quer? -ele pergunta.
- Eu disse que vim agradecer. -sorrio constrangida.
- Bem, já fez isso. -ele fala como se fosse o óbvio-
Ta, agora eu fiquei com raiva. Que mauricinho mais metido a besta!
- Quer saber de uma coisa? -falo- Você é a pessoa menos gentil que eu já conheci! -cruzo os braços.
- Eu não pedi que me agradecesse. -ele fala mas vejo um sorriso no seu rosto, ele ta rindo de mim? Mas é o fim da picada mesmo.
- Qual é a graça? -pergunto irritada- Você não pediu agradecimento mas eu dei porque é isso que uma pessoa educada faz! Não um mauricinho metido igual você.
- Mauricinho metido? -ele pergunta, ótimo, agora ele está rindo de verdade!- Sabe, você é engraçada.
- Engraçada? -sinto minhas bochechas queimando- Bem, foi você quem pediu, estou retirando o meu agradecimento, o que você acha disso hein? -pergunto vitoriosa-
- Acho que você não me conhece nem um pouco pra saber que eu não estou preocupado com isso. Mas... Você ta bem? Está um pouco vermelha, está com raiva de alguém?
- Nossa Meu Deus! -exclamo- Como você consegue ser tão... tão... Idiota? A pessoa mais chata que eu já conheci?
- Eu me pergunto o mesmo sobre você.
- Eu não sou chata! Não fico por aí enchendo o saco dos outros.
- Pois então tenho uma péssima notícia pra você, eu é que não fico por aí enchendo o saco de ninguém, mas adivinha? Você tá fazendo isso agora então sinto te informar que você é sim chata.
- E-Eu... E-Eu... -ótimo, agora vou ficar muda-
Sinto que meu rosto está pegando fogo e decido não discutir mais, talvez isso se deva ao fato de que eu simplesmente não tenho mais argumentos. Definitivamente eu estava super errada quando disse que ele fazia meu tipo, eu retiro essas palavras de novo e de novo. Ele NÃO faz o meu tipo e nem nunca vai fazer. Mordo minha língua e saio de perto dele pisando duro, como eu pude ser tão idiota a ponto de ir lá agradecer sabendo que ele não era muito receptivo?! No meio do caminho trompo com Manoela e ela sorri pra mim:
- Nossa eu estava te procurando! -ela diz-
- Me procurando? -pergunto-
- Sim, não quer conhecer o nosso quarto?
- Sim sim, -respondo- Claro que eu quero!
- Ótimo, cadê as suas malas?
- As minhas... Caramba! -bato com a mão na testa- Meu Deus eu as esqueci dentro do carro, eu estava tão atrasada que assim que chegamos eu saí correndo pra encontrar minha sala e fiquei só com a mochila.
- Nossa que chato.
- Sim, vou ligar pro meu pai e ver se ele ainda está aqui pela Cidade.
- Faz isso.
Eu sigo ela até os dormitórios enquanto converso com meu pai pelo telefone, pra minha sorte ele ainda está na cidade e vai trazer minhas coisas. Como ele não percebeu que eu saí do carro sem nada? Ou melhor, como eu não percebi isso?
Continuaa, oi lindas. Esse é o primeiro capítulo da minha longfic nova, espero que vocês gostem. Se tudo der certo amanhã eu posto o penúltimo capítulo de Gardênia. Amo muito vocês, beijo. -Deh♥
CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA RAPIDOOOOOOOOO EUUU AMEIIIIIIIIIIIIIIIII SERIOOOOOOO
ResponderExcluirCONTIIINUUUAAAAA!! TÁ PERFEITO!! TO SUPER ANSIOSA!!!!!
ResponderExcluir!!Luly!!
Aiin ta pftoo Deh ♡ vc teem q continuar rápido *0* estou super ansiosa!!! E como assim penúltimo capítulo de Gardenia?? Ai meu coração :')
ResponderExcluirBjss flor =*
-Ket
Caraaaaa muito boa!!!
ResponderExcluirMas isso não e surpresa, considerado que todas as suas fic's são boas...
Advinha so?! Tbm vou acompanhar essa.
-Jú.
Já amei logo de cara, pq tipo: DEMIIII *--*cara, nunca parei pra pensar que ela e o Zain até que formariam um casal bonito ;))
ResponderExcluirBom continua logo hein? Adorei o primeiro cap!!
E tá terminando Gardênia :'(((( choremos :'((((
Continua logo Deh, beijo :*
Angélica Styles - Xoxo
Oiii v amei o cap mas vc pode continuar um imagine q vc fez com o marcel? Boy surpresa! Aqueme q o harry eo marcel troca d lugar!! Por favor!!!
ResponderExcluirContinuaaa !!!! Ta perfeito !!!!! Maria Júlia
ResponderExcluircontinua ta super perfeito
ResponderExcluirLiiiiidooo!!!! CONTINUA <3 <3 ~beca
ResponderExcluir